Entidade apoia exame em grupo de risco para prevenir insuficiência renal
A Associação dos Pacientes Renais de Santa Catarina (Apar) apoia a iniciativa de obrigar a rede pública do estado a realizar exames de creatinina e parcial de urina tipo 1 para os recém-nascidos com até 2,5 quilos, diabéticos, hipertensos, obesos e maiores de 50 anos para prevenir as doenças renais crônicas. “Não só apoiamos como queremos participar, quem sabe não é um exemplo que começa aqui e se estende para todo o Brasil?”, declarou Humberto Floriano Mendes, presidente da Apar. A exigência dos exames consta no Projeto de Lei (PL) 297/2016, de autoria do deputado Milton Hobus (PSD), que tramita na Assembleia Legislativa.
Segundo o presidente da entidade, não faz parte da rotina do médico solicitar exame de creatinina. “É um exame importante que desafia a cultura médica, simplesmente não é prioritário, mas nós entendemos que é fundamental”, afirmou. O dirigente elogiou a iniciativa do deputado autor da matéria. “O diabetes e a hipertensão respondem por 50% dos casos de doenças renais crônicas”, informou.
Somente na Grande Florianópolis cerca de 500 pessoas têm insuficiência renal crônica e são obrigados a fazer hemodiálise. “São quatro horas por dia, três vezes por semana, a pessoa perde até cinco quilos por sessão”, contou Mendes, também vítima da insuficiência real crônica. “Já fiz transplante duas vezes”, revelou o presidente da Apar. Não bastasse essas dificuldades, tratamento também tem um alto custo. “Hemodiálises, transplantes e depois tratamento com imunossupressores para o resto da vida. É mais barato para o estado prevenir, um exame de creatinina custa cerca de R$ 10”, garantiu.
O PL 297/2016, que dispõe sobre a realização gratuita dos exames parcial de urina tipo 1 e creatinina sanguínea para o cidadão incluso no grupo de risco de doença renal crônica, foi protocolado dia 4 de outubro e ainda não foi analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O autor do projeto destaca que os exames são importantes já que se trata de uma doença assintomática, ou seja, os sintomas só aparecem quando a função renal está comprometida.
"Em face de os custos dos referidos exames não serem expressivos, mesmo os praticados na rede particular, parece-nos que a estratégia de sua gratuidade na rede pública de saúde, com a correspondente campanha de informação é medida que se impõe para melhorar a qualidade de vida dos catarinenses e diminuir os índices da doença", escreve Milton Hobus, na justificativa do projeto.
Agência AL