Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 
Assistir
08:00

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
29/05/2019 - 19h37min

Engenheiros do antigo DER são ouvidos pela CPI da Ponte Hercílio Luz

Imprimir Enviar
José Mauro Lopes Pereima, engenheiro que foi fiscal da Hercílio Luz, observa cópia de documento sobre obras na ponte.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Santa Catarina que investiga possíveis irregularidades nas obras da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, ouviu, na tarde desta quarta-feira (29), o depoimento de dois servidores do antigo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O órgão do governo estadual atuou nas obras de manutenção da ponte, realizadas desde sua interdição, nos anos 1980.

O engenheiro José Mauro Lopes Pereima, servidor aposentado do DER, foi o primeiro a ser ouvido. Ele atuou como fiscal de conservação e manutenção da Hercílio Luz, no final dos anos 1980. Segundo ele, os estudos e projetos elaborados à época pela UFSC para a recuperação da ponte, embora tenham contribuído, não foram aprofundados o suficiente para possibilitar a plena reabilitação da estrutura e sua reabertura para o tráfego.

“As pilastras pareciam um queijo suíço. As ancoragens, visualmente falando, pareciam boas, mas careciam de uma análise mais profunda”, comentou. “No vão central, foi como se tivessem colocado band-aids, porque se mexesse na estrutura, a ponte poderia cair.”

Pereima reconheceu que foi responsável por um documento encaminhado à direção do DER recomendando a retirada das chapas que sustentavam a cobertura asfáltica da ponte por gradis. A medida, segundo ele, seguiu orientação de estudo elaborado que apontava a necessidade da retirada das chapas para aliviar a carga de peso sobre a ponte e evitar um colapso da estrutura, além de eventuais vantagens econômicas na manutenção da estrutura.

O engenheiro afirmou que não tinha decisão sobre a contratação das empresas para as obras na ponte, nem sobre questões financeiras, cabendo a ele apenas a elaboração de relatórios sobre os serviços realizados. "Eu era apenas um fiscal, não cabia a mim decidir o que fazer ou que não fazer", disse. Ele considerou que as empresas que atuavam nas obras tinham capacidade técnica para realizar os serviços contratados.

Já o engenheiro Flávio Volpato trabalha há 42 anos no DER e no Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). No final dos anos 1980, foi diretor de Operações do antigo DER. Ele afirmou aos membros da CPI que permaneceu dois anos e meio no cargo e teve uma participação muito pequena no acompanhamento das obras da Hercílio Luz.

Volpato afirmou, ainda, que, embora estivesse como diretor de Operações, cabia a ele apenas encaminhar as demandas referentes à ponte às instâncias hierárquicas superiores, como a Presidência do DER e o secretário responsável pela Pasta.

“Minha participação foi muito pequena. Não sou especialista em pontes metálicas, sou engenheiro de estradas”, disse. “O que fiz foram encaminhamentos de praxe, que competiam ao meu cargo. Nunca participei da composição nem da assinatura de contratos.”

Na manhã desta quinta-feira (30), a CPI da Ponte Hercílio Luz ouve mais testemunhas. A reunião está marcada para as 10 horas, na Sala das Comissões.

Marcelo Espinoza
Agência AL

Voltar