Enfermeiros pedem apoio a projeto que reduz carga horária

Profissionais da enfermagem lotaram o Plenário, na tarde de hoje (24), para a entrega de uma carta ao presidente da Casa, deputado Jorginho Mello (PSDB), pedindo que os parlamentares catarinenses solicitem ao Congresso Nacional a aprovação do Projeto de Lei n.º 2295/2000, que reduz a carga horária da classe. De acordo com o projeto, a carga horária deve ser reduzida para 30 horas semanais, sem redução de salário. Um pouco mais tarde, durante a sessão ordinária, a deputada Ana Paula Lima (PT) apresentou moção apelando ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, à Presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, Ideli Salvatti (PT) e aos líderes dos partidos políticos no Congresso Nacional, empenho na aprovação do projeto de lei. A presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Denise Pires, afirmou que a redução da jornada é muito importante e vai trazer benefícios para os profissionais e também para a população. “O trabalho do enfermeiro é fundamental para a manutenção do sistema de saúde e é preciso valorizá-lo. A redução da jornada vai diminuir o desgaste físico e, consequentemente, vai contribuir para melhorar o atendimento.” Denise frisou que só em Santa Catarina serão beneficiados mais de 35 mil profissionais. “As outras profissões da área da saúde já conseguiram esse direito. Garantir para nós 30 horas semanais é mais do que justo”, completou. Dados fornecidos pelo Coren apontam que o Brasil tem mais de 1,3 milhão de trabalhadores da enfermagem e que grande parte dos profissionais que atuam na Grande Florianópolis trabalha mais de 40 horas semanais. A deputada Ana Paula Lima (PT), que é enfermeira, disse que esse projeto já havia sido aprovado na década de 80, mas foi vetado pelo presidente da República da época. “Estamos trazendo novamente o assunto para a discussão. É uma luta antiga. O que queremos é a aprovação da lei o mais rápido possível. Ela interessa a todos nós e por isso merece a nossa pressão. Aprová-la é um investimento”, garantiu. A presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, Helga Bresciani, ressaltou que a jornada de 30 horas é uma luta pela valorização e dignidade dos trabalhadores de enfermagem, maior força de trabalho na saúde. “Estamos lá 24 horas por dia, nos 365 dias do ano. É imprescindível melhorar as condições de trabalho e promover a qualidade de vida dos trabalhadores. Não dá mais para esperar: a enfermagem precisa conquistar esse direito”, finalizou. Após a entrega do documento em Plenário, representantes do movimento pela redução da carga horária dos profissionais da enfermagem concederam uma entrevista coletiva na Sala de Imprensa da Assembleia Legislativa. (Graziela May Pereira e (Rodrigo Viegas/Divulgação Alesc)