Energia: secretário confirma interesse em aumentar a participação do carvão
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que o governo federal tem interesse em diversificar a composição da matriz energética brasileira, aumentando a participação de fontes como a nuclear, biomassa e carvão. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (22), na sede da Federação das Indústrias (Fiesc), em Florianópolis.
De acordo com Zimmermann, para manter o crescimento e atender o aumento da demanda de energia elétrica, o Brasil precisará praticamente dobrar sua capacidade de geração nos próximos 15 anos. O governo projeta um incremento da potência instalada dos atuais 121 mil MW, para 230 mil MW, quantidade equivalente a “oito Itaipus”.
Nesse contexto, disse, o país terá que diversificar suas fontes de energia, atualmente 70% baseadas em usinas hidrelétricas. “Há espaço para aumento de todas as fontes energéticas, entre elas a nuclear, biomassa e também o carvão, que atualmente perfaz apenas 1,3% da matriz energética brasileira”, disse.
Os compromissos firmados em 2009 durante a Conferência de Copenhague para controle da emissão de gás carbônico, explicou o secretário-executivo, já não são mais obstáculo à utilização do mineral nas usinas termelétricas. “Algumas usinas a óleo diesel, planejadas ainda em 2008, não chegaram a ser instaladas. Com isso, o país manteve uma espécie de saldo nas emissões de CO2, que pode ser utilizado agora para as termelétricas a carvão”.
Novos investimentos
Uma das primeiras ações para promover o carvão mineral como fonte de energia foi a confirmação, na última semana, da inclusão do mineral nos leilões de energia previstos para acontecer a partir de junho.
A iniciativa, disse o coordenador do Comitê do Carvão da Fiesc, Cláudio Zilli, pode representar uma série de novos investimentos em Santa Catarina. Entre elas, o aumento da produção do complexo termoelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, formado por sete usinas que geram 857 megawatts (MW).
Outro investimento em vista é a concretização da usina Usitesc, planejada para ser instalada no município de Treviso. “O carvão representa 66% dos recursos energéticos de origem fóssil do Brasil, mas sua participação na matriz energética ainda muito pequena. Temos um espaço muito grande para crescer”.
Agência AL