Endividamento e inadimplência sobem e preocupam comércio de SC
O índice de famílias endividadas pulou de 51,5% em janeiro de 2014 para 59,2% em 2015 em Santa Catarina, alta de 7,7 pontos percentuais, a maior da série histórica da Pesquisa de Endividamento e da Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada desde 2013 pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina. Já as contas atrasadas subiram de 19,7% em dezembro de 2014 para 20% em janeiro de 2015. “O aumento é preocupante, 20% é alto”, avaliou Fernando Willrich, vice-presidente de Turismo da Fecomércio/SC.
Para o economista, o momento não é bom. “Aumentou a inadimplência, a renda das famílias cresceu menos do que a inflação, houve redução na abertura de novos empregos, os juros e a gasolina subiram, as vendas de natal caíram, foram extintas algumas desonerações, o IPTU subiu, o cenário é ruim”, explicou Willrich, ponderando que o comércio aguarda os afeitos das medidas econômicas para 2016.
Os maiores avanços do endividamento ocorreram no crédito pessoal, que passou de 8,5% para 20% em um ano; carnês diversos subiram de 15,8% para 23,2%; financiamento de automóvel, de 24,8% para 30,3%. Já o cartão de crédito caiu de 50,7% para 43,3% e o cheque especial caiu de 1,7% para 1,1%.
Florianópolis, a mais endividada
De acordo com a pesquisa da Fecomércio, Florianópolis lidera o endividamento com 87% das famílias endividadas, seguida de Chapecó e Joinville com 51%, Blumenau com 48% e Itajaí com 43%. Na capital, 23% dos devedores têm parcelas em atraso e 9% não têm mais condições de pagar.
O endividamento na capital está concentrado no cartão de crédito, com 67,8%, seguido do financiamento de carro, com 11,4%. Em Joinville, ao contrário, as dívidas com cartão totalizam 48,3%, enquanto que os financiamentos para compra de veículos atingem 34,8%.
Bronca com o poder público
O vice-presidente de Turismo da Fecomércio destacou que a União, estados e municípios estão aumentando impostos e deteriorando ainda mais o poder de compra do consumidor. Falando especificamente sobre o IPTU de Florianópolis, Willrich lembrou que os empresários sequer foram recebidos pela administração municipai para discutir o assunto.
“A prefeitura se fechou, mas ações judiciais conseguiram limitar o aumento do tributo em 50%”, exemplificou, completando que as lideranças empresariais buscam o diálogo para mitigar esses aumentos. “Mas a dificuldade é gigantesca e poucas vezes as nossas demandas são atendidas pelo poder público”, revelou.
Agência AL