Endividamento das famílias estabiliza, mas crescimento nas vendas só na temporada
FOTO: Solon Soares/Agência AL
O endividamento das famílias catarinenses estabilizou, era de 57,4% em junho e atingiu 57,1% em julho, uma queda leve de 0,3%, segundo mostrou a pesquisa sobre endividamento familiar realizada pela Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio). “As dívidas estão estabilizando, o dólar está estabilizando, a inflação também, a tendência é de que atingimos o fundo do poço”, avaliou Elder Arceno, gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Fecomércio. Ele admitiu à Agência AL, na quinta-feira (18), que o crescimento nas vendas retornará apenas na temporada de verão. “Esperamos o impacto positivo do turismo, principalmente na faixa litorânea”, declarou.
Outro dado importante, segundo o economista, é a confiança do consumidor. “A confiança não aumentou, ela deixou de cair, mas diante da crise política atual dificilmente vai aumentar antes do fim do ano”, prognosticou Arceno, que demonstrou preocupação com o fato de que cerca de 60% das famílias catarinenses têm dívidas que comprometem de 11% a 50% da renda familiar. “Não é alarmante, o desemprego em alta e a inflação alta é que são alarmantes”, argumentou o dirigente da Fecomércio.
Para o especialista em planejamento financeiro, engenheiro Jailon Giacomelli, o momento é de cautela. “Os altos índices de endividamento são resultado do acesso fácil ao crédito e do aumento do desemprego, isso criou uma bola de neve”, comparou Giacomelli, que destacou que grande parte das dívidas são relativas a bens de consumo. “Um celular, uma roupa”, exemplificou o especialista, ressaltando que o cartão de crédito e o cheque especial são os grandes vilões. “O crédito mais fácil de acessar”, observou Giacomelli.
Para aqueles que estão com problemas para pagar as contas, Giacomelli sugeriu um método simples e eficaz: listar as dívidas, com as respectivas taxas de juros e números de parcelas; abrir o jogo dentro de casa; buscar dívidas mais baratas, com juros menores e prazos mais longos; negociar com os credores para, com o dinheiro obtido com as dívidas mais baratas, quitar ou reduzir o valor principal, alongando o prazo e o valor das parcelas; por último, prevenir para não repetir o erro. “Resolve o problema”, garantiu o especialista em planejamento financeiro.
Agência AL