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21/09/2015 - 16h28min

Encontro Brasil-Alemanha reúne mais de mil empresários em Joinville

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Abertura do encontro reuniu autoridades no Expoville, em Joinville. FOTO: Divulgação

“Cooperação para superar desafios” é o tema do 33º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que iniciou nesta segunda-feira (21), em Joinville. Organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere alemã, a BDI, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o encontro é considerado o evento mais importante da agenda bilateral dos países. O EEBA reúne autoridades governamentais e mais de mil empresários brasileiros e alemães em debates sobre questões de interesse recíproco.

Quarta economia mundial, a Alemanha foi o terceiro maior país exportador e importador em 2014, conforme o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte. Ele destacou a expectativa de que o encontro propicie o estreitamento das relações comerciais entre os dois países. “Esta é uma oportunidade única para troca de informações e análise de conjuntura, além de possibilitar ações concretas para vencermos os desafios que temos hoje. É uma iniciativa importante no momento em que a economia mundial apresenta indicadores ainda baixos e o Brasil tem estimativa de crescimento negativo”, disse.

Presente à cerimônia de abertura, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio (PSD), destacou que Santa Catarina, estado exportador e empreendedor, tem uma condição singular, que é a sua infraestrutura logística, um fator importante para atração de investimentos. Sobre as oportunidades proporcionadas pelo encontro, afirmou que “o intercâmbio comercial é importante para fomentar negócios e crescimento a médio e longo prazos. A criação de oportunidades e a geração de empregos são tão importantes para nós quanto para eles”.

O governador Raimundo Colombo falou sobre o orgulho de sediar o 33º Encontro Brasil-Alemanha. “Devemos muito do que somos à colonização alemã, que veio para cá há mais de 170 anos, e deu uma grande contribuição ao desenvolvimento do nosso estado. A presença da Alemanha na nossa colonização tem marcas muito importantes”, apontou.

Citando o crescimento acima da média nacional e a menor taxa de desemprego do país, o governador afirmou que “quando se unem brasileiros e alemães o sucesso é seguro, basta vermos o exemplo de Santa Catarina”. Ao falar sobre os desafios que se impõem ao Brasil para a retomada do crescimento, Colombo destacou medidas como a reforma previdenciária, a redução da burocracia e a diminuição do tamanho do Estado.

O peso da indústria
A indústria representa 30% do Produto Interno Bruto (PIB) alemão, conforme citou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro. “Temos clara compreensão da importância da indústria. Neste momento de transformação da economia brasileira, devemos ter como referência o modelo alemão e não perder de vista alguns dos nossos mais importantes ativos: um tecido industrial diversificado, grande mercado doméstico e dotação expressiva de recursos naturais, democracia consolidada, sistema financeiro saudável e uma situação de menor vulnerabilidade externa, se comparada a outros períodos de nossa história”, argumentou. Ele citou uma série de medidas e programas previstos pelo governo brasileiro, tais como uma nova etapa investimentos no programa de logística, da ordem de 50 milhões de dólares.

Relação comercial
A Alemanha é o quarto parceiro comercial do Brasil e o maior dentro da União Europeia, com participação de 4,5% no total da corrente de comércio em 2014. Entre 2010 e 2014, o intercâmbio comercial brasileiro com os alemães caiu 1,1%, passando de 20,7 bilhões de dólares para 20,5 bilhões de dólares. Nesse período, as exportações diminuíram 18,5% e as importações aumentaram 10,2%. A balança comercial, deficitária ao Brasil, registrou saldo negativo de 7,2 bilhões de dólares em 2014. 

As exportações brasileiras para a Alemanha são compostas, em sua maior parte, por produtos básicos (62,7% do total) como café, minérios, farelo de soja e soja em grãos. Os manufaturados somam 28,7% (máquinas mecânicas e elétricas) e os semimanufaturados, 8,6% (produtos de ferro, aço e outras ligas).

Acordos
O ministro Armando Monteiro assinou um acordo de cooperação com a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha para promover ações e iniciativas na área de inovação. Já o governador Raimundo Colombo; o embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann; e o ministro da Economia, Ciência e Segurança Digital do Estado da Turíngia, Wolfgang Tiefensee, assinaram um termo de cooperação entre Santa Catarina e o Estado da Turíngia. O acordo prevê a cooperação e o intercâmbio de informações e experiências.

No período da tarde, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) assina com a Sociedade Fraunhofer um acordo para reduzir o gap tecnológico das indústrias brasileiras. Pesquisadores dos 15 Institutos Senai de Inovação espalhados pelo Brasil poderão, a partir do convênio, trabalhar em parceria e acessar as inovações produzidas pelos 67 Institutos Fraunhofer da Alemanha. O acordo é um intercâmbio de expertise e prevê que a indústria brasileira tenha acesso às pesquisas alemãs.

Programação
Ao longo dos dois dias de programação do encontro serão realizados sete fóruns técnicos, que vão debater inovação para o futuro; bioeconomia e biotecnologia; digitalização da economia; desafios enfrentados pelas cidades; mobilidade e conectividade; saúde; energia e infraestrutura. Mais informações sobre o Encontro Econômico Brasil-Alemanha podem ser obtidas no site oficial do evento.

Lisandrea Costa
Agência AL

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