Encomendas com medicamentos são raras, afirma diretor dos Correios
A Direção Regional dos Correios em Santa Catarina considera baixíssimo o número de ocorrências relativo a apreensões de anabolizantes ou medicamentos suspeitos encaminhados via postal no estado. O assunto foi abordado durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa que investiga a falsificação de medicamentos em Santa Catarina, realizada nesta terça-feira (21), com o depoimento do diretor regional dos Correios, Edio Augusto da Silva.
De acordo com o diretor, passam pela central de recebimento e distribuição dos Correios no estado, situada em São José, na Grande Florianópolis, 85 mil encomendas por dia. Em 2015, conforme Silva, foram registradas três ocorrências envolvendo o envio de anabolizantes. Sobre medicamentos, nenhum caso foi registrado. “Os Correios em Santa Catarina praticamente não tem histórico de apreensão de medicamentos. Os casos são bem raros”, disse Silva, em resposta a um questionamento do presidente da CPI, deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB).
Respondendo as perguntas do deputado Fernando Coruja (PMDB), relator da comissão, o dirigente explicou como funciona a triagem realizada pelos Correios. Todas as encomendas provenientes de pessoas físicas e jurídicas que têm contrato com os Correios contam com nota fiscal com informações sobre origem e destino, peso, conteúdo da embalagem, entre outros. “Se faltar documentação, a correspondência é levada para a triagem e Anvisa é acionada”, informou.
No caso de postagens por pessoas físicas, a embalagem onde será acondicionada a encomenda só pode ser fechada após o atendente dos Correios verificar o que está sendo despachado, a fim de evitar o envio de produtos ilícitos, como drogas, ou não permitidos, como animais e plantas.
Com relação às encomendas vindas do exterior, Silva explicou que todas, antes de serem encaminhadas para Santa Catarina, passam pela central de distribuição dos Correios para a Região Sul, em Curitiba (PR).
Amostragem
Os Correios também fazem monitoramento das encomendas por amostragem. Conforme Silva, todos os dias, de 20 a 30 objetos, que são considerados suspeitos pelos servidores, passam por um raio-x. Caso alguma regularidade seja detectada, Polícia Federal e Anvisa são acionadas. Recentemente, foi descoberta uma cobra, viva, dentro de uma encomenda. “Nesse caso, houve uma falha do atendente, que recebeu o objeto fechado e não conferiu o que estava sendo postado”, explicou.
Em resposta a um questionamento do deputado Neodi Saretta (PT), Silva informou que não são realizadas operações especiais para a detecção de encomendas com remédios ou anabolizantes. Mas se alguma mercadoria com essas características for enviada muitas vezes para um mesmo destinatário, a Polícia Federal também é acionada.
O vice-presidente da CPI, deputado Dalmo Claro (PMDB), alertou para a amostragem pequena perante a grande quantidade de encomendas. O diretor dos Correios explicou que esse número é definido pela legislação. Além disso, a máquina de raio-x utilizada para a triagem não tem capacidade para atender toda a demanda.
Agência AL