Empresários e especialistas debatem estratégias para o setor energético catarinense
Se fosse um país, Santa Catarina estaria na quarta posição entre as nações com as tarifas de energia elétrica mais caras para a indústria. A informação foi apresentada na manhã desta quinta-feira (2), em um encontro realizado na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis, para debater as ações necessárias para o desenvolvimento da economia catarinense.
O evento, que teve início na quarta-feira (1), faz parte do Programa de Desenvolvimento da Indústria Catarinense (PDIC), promovido pela entidade, em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o objetivo de traçar as estratégias em 16 áreas consideradas mais promissoras no estado (metalmecânica, tecnologia da informação, cerâmica, energia, química, têxtil, indústrias emergentes, construção civil, agroindústria, moveleira, economia do mar, saúde, bens de capital, meio ambiente, celulose e turismo). “Este é o 12º encontro realizado, dos quais participam não só empresários, mas também especialistas de cada segmento. Ao final, será um elaborado um masterplan com os principais pontos críticos e ações necessárias para garantir o crescimento da indústria catarinense”, destacou o coordenador do encontro, Carlos Henrique Ramos Fonseca.
Custo do MWh trava a expansão da indústria
Responsável por 6% do Produto Interno Bruto (PIB) catarinense (entre geração, produção, distribuição e manutenção), o setor energético, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades, também é um dos gargalos para a expansão das indústrias locais, destacou Fonseca. O estado ocupa atualmente o sexto lugar entre as unidades da federação com energia elétrica mais cara para a indústria, com R$ 420 por MWh, contra R$ 346 o MWh, na média nacional. “Cerca de 50% desse valor são formados por tributos e encargos setoriais. Mas o preço da energia também depende muito da eficiência do sistema”.
Entre as propostas já levantadas, e que poderão fazer parte do PDIC, disse, estão a defesa da diversificação das fontes de produção, com a expansão da oferta de gás natural e melhor aproveitamento do carvão, e a construção de redes inteligentes, nas quais o consumidor poderá colocar no sistema os excedentes que venha a gerar. Outro ponto ressaltado é a flexibilização do setor, hoje fortemente regulamentado. “O mais importante é dar mais autonomia ao segmento, para que o consumidor possa escolher o seu fornecedor”.
Agência AL