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15/04/2010 - 15h53min

Empresária francesa afirma que modelo agrícola tradicional chegou ao limite

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Empresária francesa afirma que modelo agrícola tradicional chegou ao limite
“É preciso colocar o aspecto humano no debate, e não o dinheiro, quando pensamos em agricultura e alimentação”. Com essa orientação, a empresária e ativista ambiental Maria Pelletier iniciou a palestra sobre “Agroecologia e sustentabilidade – Cenário atual e perspectivas”, em seminário realizado sobre o tema no Plenarinho da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (15). O evento foi promovido pelo deputado Dirceu Dresch (PT), em conjunto com a Cooperativa de Crédito Cresol-Central e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul). No início da semana, o mesmo seminário aconteceu em Chapecó (dia 13) e em Erechim/RS (dia 14). Maria Pelletier é presidente do grupo francês Moulin-Marion, que produz farináceos orgânicos e alimentação animal. Ela lidera diversas organizações em defesa da agricultura biológica e atua na orientação de agricultores para a produção sustentável livre de agrotóxicos. Defende que, tal como ocorreu com o modelo econômico, que chegou ao limite, o modelo agrícola tradicional mostrou-se inviável. A palestrante fez um relato sobre o panorama da agricultura na Europa, desde os anos de 1940, quando começou o desenvolvimento da produção intensiva, até os dias atuais. Disse que, no modelo agrícola tradicional, não há preocupação com a qualidade nutritiva, com o meio ambiente e com a saúde pública. Interessa apenas a rentabilidade econômica. “O uso intensivo de produtos químicos na produção de alimentos resultou em erosão e empobrecimento do solo, poluição dos recursos hídricos, desmatamento maciço, destruição da biodiversidade, aquecimento climático e aceleração das catástrofes naturais”, pontuou a ativista. No aspecto social, essa prática agrícola contribuiu para o êxodo rural, a fome e o empobrecimento das populações. E para a saúde pública, acarretou o aumento das patologias graves – câncer, alergias, diabetes tipo II, Alzheimer, infertilidade e resistência de microorganismos patológicos. Alternativa socioeconômica “Devemos relançar uma agricultura campesina e pequenas oficinas de transformação espalhadas pelo território, como meio de preservar economias locais e o bem-estar humano”, defende Maria Pelletier. Ela falou sobre os incentivos que o governo francês concede aos produtores que decidem migrar da agricultura tradicional para a biológica e citou pesquisa que comprova a diminuição da renda média dos agricultores tradicionais na França. Em 25 anos de atuação, diz que não viu nenhum produtor agroecológico falir, mas viu muitos agricultores tradicionais nessa situação. Como proponente do seminário, Dirceu Dresch agradeceu a vinda da francesa ao Brasil e afirmou que as experiências transmitidas por ela são um estímulo à organização dos agricultores familiares. Ele também acredita que a agroecologia é a alternativa para a manutenção dos agricultores familiares no campo. Como presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, pretende estimular novos debates, não apenas com agricultores, mas também com consumidores, sobre os problemas e consequências gerados pelo uso de agroquímicos nos aspectos socioeconômico, humano e ambiental. O deputado Pedro Uczai (PT) prestigiou parte do seminário e parabenizou a organização do debate e a socialização das informações porque, segundo ele, “não há como transformar a realidade se não a compreendemos”. Uczai frisou que o alerta por um “outro planeta” e por um novo padrão de consumo é mundial. (Lisandrea Costa/Divulgação Alesc)
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