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13/08/2014 - 15h11min

Eleições 2014: mulheres são maioria dos eleitores e minoria entre os eleitos

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Para Joana Pedro, partidos recorrem a "laranjas" para preencher cota de candidatas exigida pela lei. FOTO: Fábio Queiroz/Agência AL

O voto feminino pode decidir uma eleição no Brasil. As mulheres, que já eram maioria na última eleição geral, aumentaram ainda mais sua participação no eleitorado: são 74,5 milhões, ou 52,13% do total. A participação feminina na política, no entanto, tem crescido lentamente e ainda está longe de refletir a superioridade quantitativa. As mulheres não chegam a 8% dos eleitos para os Poderes Legislativo e Executivo (municipal, estadual e federal) no país.

Os resultados das duas últimas eleições municipais no Estado demonstram que as mulheres têm conquistado mais espaços de poder, tanto no Executivo quanto no Legislativo. Conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), em 2012 foram eleitas 22 prefeitas, 26 vice-prefeitas e 376 vereadoras no Estado. Em 2008, elegeram-se 17 prefeitas, 26 vice-prefeitas e 271 vereadoras no Estado.

No Parlamento estadual, em 2010, pela primeira vez as mulheres garantiram 10% das cadeiras, com a eleição de quatro deputadas, Ada de Luca (PMDB), Ana Paula Lima (PT), Angela Albino (PCdoB) e Luciane Carminatti (PT). Com a posse da suplente Dirce Heiderscheidt (PMDB), subiu para cinco o número de deputadas em exercício na Assembleia Legislativa. Na Câmara dos Deputados, 9% das vagas são ocupadas por mulheres, que conquistaram 13% do espaço no Senado.

A participação política feminina em determinados momentos avança, mas não tem crescimento consistente, na avaliação da militante do movimento feminista e professora aposentada, Clair Castilhos. “O processo político no Brasil está muito focalizado nas lideranças individuais ou partidárias. As mulheres com chance de efetivamente se elegerem são as que se tornaram conhecidas, as que exercem alguma liderança ou aquelas que herdam eleitorado ou oligarquia por serem esposas ou filhas de políticos famosos”.

A legislação eleitoral prevê que as candidaturas sejam preenchidas com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de cada sexo (Lei 12.034, de 2009). Mas não é incomum que alguns partidos recorram a “laranjas” para garantir 30% de mulheres na lista, conforme lembra a professora de História e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina, Joana Maria Pedro. Além de o espaço político ser “naturalmente” masculino, uma campanha exige estrutura e recursos financeiros, fatores que podem desmotivar o protagonismo feminino.

A quantidade de mulheres na política é importante. Mas a qualidade dessa representação tem importância fundamental, na opinião de Clair Castilhos. “De nada adianta eleger mulheres com cabeça de homem reacionário porque, uma vez no poder, elas acabam reforçando os estereótipos existentes”.

A ativista defende a eleição de representantes comprometidas com as causas dos movimentos de mulheres. E afirma que, ao assumir bandeiras pela emancipação feminina, uma candidata tem ainda mais dificuldade de se eleger porque enfrenta o preconceito arraigado, que é cultural e, portanto, afeta tanto homens quanto mulheres.

Eleições 2014 na Agência AL
A Agência AL, em parceria com a Rádio AL e a TVAL, veicula desde o mês passado reportagens especiais sobre as Eleições 2014. As matérias abordam assuntos como o voto biométrico, a participação feminina no processo eleitoral, os preparativos da Justiça Eleitoral para o dia da votação, entre outros. Todo o material produzido pela equipe da Agência AL, incluindo imagens e infográficos, está disponível para uso editorial.

Lisandrea Costa
Agência AL

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