Duplicação do trecho sul da BR-101 só deve ficar pronta em 2017, aponta Fiesc
A duplicação do trecho sul da BR-101, que se estende do município de Palhoça até a divisa com o Rio Grande do Sul, só será finalizada em 2017. Apesar de equivaler a 11% do total, ou 26,2 quilômetros, as obras restantes se destacam pela complexidade e devem consumir 67% dos recursos totais previstos para a duplicação, é o que aponta estudo realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). O levantamento foi realizado em outubro deste ano e divulgado na sede da entidade, na manhã desta sexta-feira (30).
“Em 2012 o andamento das obras acelerou mais do que a média dos últimos anos, o que é muito positivo. O que falta concluir é uma pequena parte em relação ao total, de 283 quilômetros. Este trecho, entretanto é muito complexo e requer mais R$ 1,2 bilhão em investimentos, um valor muito expressivo, que correspondente a 67% do total aplicado até o momento, de R$ 1,82 bilhão”, disse o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.
Ele afirmou ainda que a entidade está finalizando outro estudo, que apontará os impactos que o atraso nas obras vem causando na economia do Sul do estado e que será divulgado na primeira quinzena de dezembro. “A duplicação desta via é importante para o desenvolvimento de Santa Catarina e vital para o crescimento dos municípios do sul. Seguiremos, portanto, monitorando o andamento das obras visando diminuir os prazos para sua conclusão”, disse.
De acordo com o engenheiro responsável pelo estudo, Ricardo Saporiti, os trabalhos nos lotes 25 (Bananal – Rio Capivari) e 29 (Araranguá – Sombrio) evoluíram de forma significativa neste ano. Das obras e serviços já contratados, entretanto, ainda restam concluir 26,2 quilômetros de duplicações e restaurações de pavimentos, além das chamadas obras de arte, da qual fazem parte oito viadutos e passagens veiculares inferiores, três novas pontes, cinco alargamentos e reforços de pontes antigas, e 45 passarelas. “O trecho é pequeno, mas o seu término preocupa, principalmente os reforços e alargamentos de pontes, já que a execução deste serviço demanda a interrupção do trânsito nas vias, causando transtornos aos usuários”, disse.
Transposição do Morro dos Cavalos
Entre as obras ainda não contratadas, Sapori apontou a transposição do Morro dos Cavalos, em Palhoça, como a principal responsável pelo adiamento para 2017 na conclusão das obras na BR-101. Para a transposição, são necessárias um conjunto de obras complexas, compostas por dois túneis e viadutos (3,3 quilômetros). “Precisamos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do Ibama. Depois dessa fase, será elaborado o projeto executivo, último passo antes da abertura do processo licitatório”, explicou.
Outros projetos importantes ainda não contratados são a travessia urbana de Laguna (5,1 quilômetros) e o reforço e alargamento da ponte sobre o rio Tubarão (ponte Cavalcanti) que aguardam processo licitatório e a conclusão do túnel sob o Morro do Formigão, em Tubarão, que está em processo de conclusão de licitação.
A análise também relata as obras e serviços já contratados, mas que ainda não foram concluídos: implantação, pavimentação e construção de viadutos do lote 25, construção de duas pontes sobre o rio Araranguá, construção do viaduto de acesso a Sombrio e a implantação e pavimentação do contorno de Araranguá.
Nos últimos relatórios do andamento das obras de duplicação disponibilizados pela superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), está prevista a conclusão das obras contratadas, exceto a ponte estaiada de Laguna para dezembro de 2012. No entanto, a consultoria contratada pela Fiesc considera que será difícil o cumprimento do prazo, pois há obras que não foram iniciadas, como os reforços e alargamentos das pontes antigas sobre os rios Paulo Lopes, Penha, Araçatuba, Cova Triste e Capivari. (Alexandre Back)