Diretor da Penitenciária Industrial de Joinville destaca sistema de cogestão
Em pronunciamento na tribuna do Parlamento na manhã desta quinta-feira (17), o sargento da Polícia Militar Richard Harrison Chagas dos Santos, diretor da Penitenciária Industrial de Joinville, destacou a redução nos índices de reincidência e da criminalidade como os principais benefícios do modelo de cogestão utilizado na unidade prisional. "Nós tivemos 1.398 internos que saíram da unidade totalizando uma reincidência de 19% contrariando a máxima do país que é em torno de 80%" enfatizou o diretor.
A cogestão busca a reintegração dos apenados pelo trabalho e estudo, através do envolvimento com a comunidade. Considerada modelo no país, a penitenciária possibilita a oportunidade para o detento reduzir sua pena e obter renda.
Por meio das 22 empresas conveniadas, o interno reduz um dia da sua pena a cada três dias trabalhados. De acordo com Santos essas empresas já pagaram aos internos em 10 anos cerca de R$ 15 milhões, sendo que 11 milhões foram transferidos para suas famílias e 3,7 milhões permaneceram na unidade para serem reinvestidos no melhoramento dos projetos e nas condições da penitenciária. "Uma conta bastante importante a ser observada é que nós temos um custo diário para manutenção do apenado, de 118 reais. Com a parceria das empresas remimos 190.495 dias das penas desses indivíduos. Totalizando para o estado uma economia de R$ 22.527.938", destacou.
O deputado Kennedy Nunes (PSD), que solicitou a suspensão da sessão ordinária para o pronunciamento de Santos em razão dos 10 anos da penitenciária joinvilense, destacou o trabalho realizado na unidade valorizando a oportunidade oferecida aos detentos. "O presídio não pode ser um depósito de gente, é preciso ter planejamento e coragem para reintegrar o detento à sociedade", defendeu.
Os deputados Darci de Matos (PSD), Leonel Pavan (PSDB), Ana Paula Lima (PT) também parabenizaram o diretor, lembrando que respeito e dignidade são os elementos que possibilitam alcançar os resultados apresentados.
Instalada numa área de 12 mil metros quadrados, inaugurada em 2005 pelo então governador Luiz Henrique da Silveira, a penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto, de Joinville, foi a primeira do estado e uma das primeiras do país a ser administrada pelo sistema de cogestão. Foi construída e equipada pelo governo estadual, mas é administrada pela iniciativa privada. A Montesinos, que venceu a primeira licitação em 2005 e a segunda em 2011, ganhou o direito de gerenciar a unidade até 2016. Ao estado, cabe fiscalizar o trabalho da empresa, fazer o policiamento nas muralhas e decidir sobre como lidar com a indisciplina dos detentos.
Agência AL