Deputados sobem tom contra Dnit e bancada federal por buracos nas BRs
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
Deputados subiram o tom nas críticas ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e à bancada federal pela buraqueira inumerável que tomou conta das BRs 470, 163 e trechos da 282 durante a sessão de quarta-feira (29) da Assembleia Legislativa.
“O Dnit talvez não tenha passado informações ao Ministério da Infraestrutura, ao ministro Tarcísio e ao governo federal. Quem vem do Oeste sabe o problema da 163 e quem está no litoral sabe do problema da 470. Estão intransitáveis e o Dnit parece estar em berço esplêndido”, disparou Mauricio Eskudlark (PL).
O deputado exibiu imagens das BRs 163 e 470 com buracos profundos na pista e no acostamento e lembrou a responsabilidade dos deputados federais e senadores pela situação deplorável.
“Nossa bancada federal não tem cobrado essa questão, infelizmente”, lamentou o ex-chefe da Polícia Civil.
Ricardo Alba (PSL) concordou com o colega.
“Como é que deixaram a 470 nesta situação? Como é que as pessoas vão trafegar por essa malha rodoviária? Não é à toa que é a rodovia que mais mata, mais de 100 mortes por ano. A responsabilidade é do Dnit, que tem sua subsidiária em Santa Catarina; a responsabilidade é do governo federal”, avaliou Alba, que questionou o orçamento para a BR-470. “O governo reduziu e o Congresso aceitou, cadê a bancada federal?”
Alba voltou a sugerir que o governo do estado banque as despesas de revitalização da BR-470 de Apiúna a Pouso Redondo.
Jerry Comper (MDB) sugeriu a união de forças, citou o caso da união entre o Executivo estadual e o Parlamento para acelerar a duplicação da BR-470 de Navegantes a Indaial, mas reconheceu que os deputados estaduais são cobrados pelo descaso da União.
“Deputado, o senhor vai fazer o quê?, me perguntam. Entendo que devemos estar unidos, os 40 deputados e o governo, olhar o bem de Santa Catarina, a 470 é de todos os catarinenses”, indicou Jerry, que rechaçou operações tapa-buracos. “Queremos uma revitalização”.
Fabiano da Luz (PT) relatou que em audiência no Dnit foi-lhe garantido que a partir de novembro serão retomadas as obras na BR-282 no trecho entre Nova Erechim e Pinhalzinho.
“Depois de três anos, a recuperação vai chegar no nosso município, mas vai ficar o trecho até São Miguel e do trevo do Irani até Ponte Serrada”, informou o deputado, que lembrou os gastos dos governo Lula e Dilma com BRs em Santa Catarina. “Investiram R$ 5 bi através do Dnit”.
Sargento Lima (PL) não gostou do que ouviu dos colegas e comparou as diversas falas dos parlamentares na sessão às convenções do PT.
“Parece a convenção do Partido dos Trabalhadores, o governador está fazendo bem o trabalho dele”, ironizou Lima, que garantiu que a BR-470 sempre foi uma “porcaria”.
Eskudlark reagiu à insinuação do companheiro de partido.
“Cobrar direitos dos catarinense é estar na convenção do PT? Não entendi. Temos de contribuir com o governo federal e dizer que as rodovias estão boas? O catarinense não é bobo, estamos cobrando o direito dos catarinenses”, insistiu Eskudlark.
Nilso Berlanda (PL), vice-presidente da Casa, explicou que gravou as cenas das BRs 163 e 470 exibidas no telão do Plenário e as enviou ao superintendente do Dnit em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa. De acordo com Berlanda, Ronaldo garantiu que no início do mês de outubro começa a recuperação do trecho entre Apiúna e Ascurra da BR-470.
Energia mais barata para famílias carentes
Luciane Carminatti (PT) comemorou a aprovação de projeto de lei na Câmara dos Deputados que facilita o acesso das famílias carentes à tarifa social de energia elétrica.
“A lei passou a obrigar as concessionárias de energia a incluírem de forma automática as famílias de baixa renda na tarifa social”, afirmou Carminatti, que responsabilizou o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) pela conquista.
De acordo com a parlamentar, todos os consumidores inscritos no Cadastro Único do governo federal e que se enquadrem no programa passarão a receber o desconto.
“São 300 mil famílias inscritas no Cadastro, hoje menos de 60 mil recebem descontos, quando cerca de 80% das famílias que têm o direito, não acessam o programa”, revelou a deputada, acrescentando que a Celesc implementará a mudança antes do prazo de seis meses previsto na lei.
Sargento Lima responsabilizou os governos do Partido dos Trabalhadores e a escassez hídrica pelo aumento da energia. Lima citou reportagem de 2017 que noticiava aumento de 7% na energia por conta de dívida de R$ 62 bi da União com as transmissoras de energia e que teria de ser paga até 2024.
Conduta criminosa
Carminatti classificou de conduta criminosa os fatos relatados pela advogada dos médicos da Prevent Sênior, Bruna Morata, aos membros da CPI da Covid do Senado Federal.
“Ela afirmou uma série de condutas criminosas, desumanas e assassinas pelo hospital que servia o governo Bolsonaro com estudos adulterados sobre a eficácia da Hidroxicloroquina”, descreveu a deputada, surpresa com a informação de que o hospital diminuía gradativamente o oxigênio ministrado aos pacientes com cerca de 14 dias em UTIs, além de adulterar atestados de óbitos “para não sujar o discurso da eficácia”.
Como se não fosse suficiente, Carminatti contou que o lema do hospital Prevent Sênior é “lealdade e obediência”, mesmo lema do exército nazista de Hitler.
“Literalmente mataram idosos asfixiados para sustentar o discurso negacionista de um remédio que não funcionou em lugar nenhum”.
Incentivo à energia solar
Adrianinho (PT) noticiou o protocolo de projeto de lei para instituir uma política estadual de incentivo ao uso da energia solar.
“O objetivo é aumentar a participação da energia na matriz solar e contribuir para a qualidade de vida das famílias mais carentes, diminuindo a demanda por energia elétrica”, justificou Adrianinho.
O deputado também citou o custo da energia no país, o segundo mais caro do planeta, atrás apenas da Alemanha.
“Os brasileiros têm de economizar energia para salvar algum dinheiro no bolso”.
“Rigor que não se encontra em outro lugar”
Bruno Souza (Novo) acusou a Vigilância Sanitária e Epidemiológica de Florianópolis de atuar com rigor excessivo no caso das aulas presenciais.
“A Vigilância Epidemiológica e Sanitária quer fazer a proibição por sua própria conta, através de uma fiscalização que não é técnica, com rigor que não se encontra em nenhum outro lugar”, discursou Bruno, que citou o caso de excursões escolares e a distância entre os alunos.
Bruno explicou que a Vigilância, diante de um caso suspeito, afasta das aulas a turma inteira.
Joinville fora da Olesc, Joguinhos e ParaJasc
Fernando Krelling (MDB) criticou a desistência de Joinville de participar das competições como Joguinhos Abertos, ParaJasc e Olesc sob a alegação de que o calendário mudou.
“Os atletas se preparando o ano inteiro para essas competições, estamos falando de crianças com down, com deficiência física e Joinville desistiu. O grande motivo é a mudança de calendário da Fesporte. Realmente existiu, assim como também existiu quando fui gestor, e nem por isso deixamos de mandar atletas para as competições”, deplorou Krelling.
Agência AL