Deputados se manifestam sobre tumultos registrados nas galerias
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio (PSD), manifestou-se, após a sessão ordinária desta quarta-feira (16), sobre os tumultos registrados nas galerias do Plenário Deputado Osni Régis, durante a votação dos projetos do Plano de Carreira do Magistério e da contratação de professores temporários (ACTs).
“Faz parte do processo democrático a pressão de segmentos organizados e classistas, mesmo com episódios que não são normais, mas compreensíveis em momentos de exaltação”, afirmou Merisio. “A polícia se fez presente na condução dos processos, protegendo e cuidando da segurança dos manifestantes, servidores e dos próprios deputados para que a democracia plena se exerça, com respeito à maioria daqueles que representam a população”, completou.
FOTOS: Confira as imagens da mobilização dos servidores durante a sessão desta quarta (16)
Outros parlamentares também se manifestaram, ainda durante a sessão, sobre os episódios registrados nas galerias. O deputado Marcos Vieira (PSDB) reconheceu o trabalho da Polícia Militar “na garantia do direito de manifestação dos servidores e na segurança dos deputados e servidores da Alesc.” O líder do governo, Silvio Dreveck (PP), disse que a votação dos projetos foi possível graças ao controle efetuado pela segurança, “mesmo com as manifestações contrárias, que são legítimas."
As deputadas da oposição, Ana Paula Lima e Luciane Carminatti (PT), criticaram a aprovação dos projetos. Ana Paula usou o Facebook para lamentar que “trabalhadores da polícia militar são colocados contra os trabalhadores da educação.”
Já Luciane Carminatti afirmou que o governo tem responsabilidade nos tumultos registrados nesta quarta. “O que vimos hoje foi a indignação dos professores, que ao longo de 2015 não tiveram nenhum reajuste, sendo desrespeitado na mesa de negociação. Por outro lado, vimos os policiais e a Tropa de Choque cumprir sua função, por ordem da Casa. Quando as pessoas não têm capacidade de dialogar, chega-se a este limite. Infelizmente não precisávamos desse cenário, do uso da força física. Confesso que nunca vi tanto policial na minha vida, mas sabemos que os policiais estavam sentidos pelos professores, pois todos policiais sabem que a luta dos professores era uma luta justa.”
Sessão tensa
A votação dos projetos envolvendo os professores ocorreu em clima tenso. Nas galerias, servidores se manifestavam com gritos de ordem e xingamentos aos deputados. Na parede de vidro que separa a plateia do espaço destinado aos deputados, cartazes pediam a rejeição das propostas.
Em várias ocasiões, houve empurra-empurra entre policiais e manifestantes. Pelo menos um servidor foi retirado à força da galeria inferior e algemado. Um PM sofreu escoriações no rosto.
Na parte de cima, ocupada apenas por mulheres, uma manifestante tentou pular dentro do plenário e teve que ser contida por policiais. Sapatos, papeis, confete e até sutiãs foram atirados em direção aos deputados.
Por vários momentos, os deputados que se sentam perto da parede de vidro em torno do plenário tiveram de levantar de suas cadeiras. Havia o temor que o vidro pudesse se quebrar, em virtude da pressão dos manifestantes. Apesar disso, em nenhum momento a sessão foi suspensa.
Confusão nas galerias durante a votação do PLC do magistério. Servidores tentam ocupar o plenário para impedir as votações.
Posted by Assembleia Legislativa de Santa Catarina - Alesc on Quarta, 16 de dezembro de 2015
Houve também tentativa de invasão da área reservada aos deputados. Por isso, alguns servidores mais exaltados foram retirados por policiais. Fora do plenário, membros da Tropa de Choque da PM ficaram a postos, mas não precisaram ser acionados.
A deputada Luciane Carminatti, que se manifestou de forma contundente contra os projetos, passou mal após a aprovação das propostas e precisou ser atendida pela equipe de enfermagem da Alesc.
Com a sessão encerrada, servidoras que atiraram sutiãs nos deputados retornaram ao plenário para recuperar as peças. Contaram com a ajuda dos policiais militares para localizarem a roupa íntima entre as mesas dos parlamentares.
(com informações de Tatiani Magalhães)
Agência AL