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11/03/2014 - 14h43min

Deputados repercutem denúncia de doutrinamento ideológico nas escolas públicas

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Sessão Ordinária. Foto: Solon Soares / Agência AL

Um vídeo apresentado pelo deputado Kennedy Nunes (PSD) durante a sessão plenária da manhã desta terça-feira (11) trouxe indignação a diversos parlamentares e pode resultar em uma investigação por parte do Legislativo estadual. Por meio dele, Kennedy apresentou o depoimento da professora Ana Maria Campanholo, de Chapecó, que denuncia a existência de um direcionamento ideológico nas escolas públicas catarinenses sob orientação oficial.

O vídeo teria sido publicado originalmente na internet e remete a uma reunião entre professores e representantes do magistério público estadual encarregados de discutir alterações na proposta curricular do Estado. De acordo com Ana Maria, no encontro foi solicitado que os professores se engajassem politicamente, ajudando a conferir um direcionamento “mais à esquerda” ao conteúdo ministrado nas unidades de ensino catarinenses. O embasamento teria como base o trabalho de Marx, Engels e Gramsci, teóricos geralmente identificados com o pensamento associado à esquerda.

“Isso pra mim é um absurdo, o cúmulo. Não por ser de direita ou de esquerda, mas escola não é ambiente de doutrinação de nada, a não ser o da boa educação”, afirmou. Para o parlamentar, talvez seja possível que a orientação esteja acontecendo com o desconhecimento do governador e de secretários, por isso pretende entrar com um pedido de informações sobre a questão. “Não podemos permitir isso nas nossas escolas ou deixar que seja uma proposta de governo”, disse.

Surpreso com as denúncias, o deputado Nilson Gonçalves (PSDB) manifestou-se em aparte. “Ouvimos falar de professores com diversas orientações partidárias, mas não imaginava que isso fosse uma coisa oficial e tão escancarada. Aonde esse país quer chegar, em um país bolivariano, uma nova Cuba?”, reagiu.

O presidente interino do Parlamento estadual, deputado Joares Ponticelli (PP), que conduzia a sessão, qualificou o fato como grave e juntou-se aos que pediram uma investigação das denúncias. “Precisamos de uma resposta oficial. Sugiro que a Comissão de Educação convide esta professora e representantes do governo para prestar mais informações aos deputados”.

Situação energética
Outro tema que dominou a primeira sessão matutina programada no calendário especial da Casa foi a situação energética do país. Em seu pronunciamento, Silvio Dreveck (PP) demonstrou preocupação com as ações do governo federal visando garantir o abastecimento das indústrias e consumidores residenciais frente ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. “O governo tem apostado na ativação das termelétricas para complementar a geração de energia, mas o que faremos quantos estas usinas tiverem que parar para manutenção? Pode haver racionamento”, disse. A situação limite, disse o parlamentar, é resultante da falta de planejamento em geração e distribuição de energia, que não levou em conta o crescimento do país. “O custo deste atraso certamente vai ser repassado para os consumidores e isso precisa ser debatido pela sociedade”, sublinhou.

Frente à situação, acrescentou o deputado Valmir Comin (PP), o país não pode abrir mão de nenhuma fonte energética. “Temos 32 bilhões de toneladas de carvão, quantidade que poderia suprir grande parte da demanda brasileira. Para isso, entretanto, precisamos ter segurança jurídica para novos investimentos”.

O deputado Dirceu Dresch (PT) lembrou aos colegas as iniciativas do governo federal frente ao setor, como o programa Luz para Todos e também que o quadro energético atual deve-se à forte estiagem que atinge diversas regiões brasileiras.

Já em Santa Catarina, os problemas de fornecimento de energia elétrica, que atingem sobretudo municípios pequenos e áreas rurais, devem-se principalmente à falta de gestão, disse. “Estamos com algumas situações gravíssimas no nosso estado que não podemos admitir. Quando falta energia na Capital, todos gritam, mas quando falta energia do interior e os agricultores perdem suas colheitas e criações, poucos ficam sabendo”. Ele informou que esteve reunido com o secretário da Casa Civil, Nelson Serpa, e representantes de agricultores e do setor de energia para tratar do tema. “O governo assume compromissos, mas até que sejam cumpridos demora e demora. Nossa agricultura poderia crescer mais, mas os produtores não estão investindo por falta de segurança no fornecimento de energia.”

Salvamento aquático e guarda-vidas
José Milton Scheffer (PP) comentou o encerramento, no último sábado no município de Balneário Arroio do Silva, do 100 Campeonato Catarinense de Salvamento Aquático, em que estiveram reunidos profissionais provenientes de diversas forças de segurança catarinenses. O parlamentar citou ainda os números resultantes da Operação Veraneio, realizada no litoral catarinense durante a temporada de verão. Esta, disse, foi a maior edição da operação, que contou com 1.200 guarda-vidas, alocados 300 postos de praia, abrangendo 33 municípios e mais de 450 km de praias. No período, foram realizadas mais de 3 milhões de abordagens e trabalhos de prevenção, com o resgate de mais de 4 mil banhistas e 88 embarcações de turistas à deriva. “São números que demonstram a grandeza da operação e justificam todo o investimento que o governo vem fazendo em segurança.”

Também favorável à operação, o deputado Sargento Amauri Soares (PSOL) mostrou-se reticente sobre o deslocamento de efetivos para o litoral, o que estaria desfalcando municípios como o de Chapecó.  Ele também criticou o modelo encontrado pelo governo do Estado para prover as praias catarinenses de guarda-vidas, contratados por “diárias”, sem nenhum vínculo empregatício, a exemplo de cortadores de cana-de-açúcar ou de erva-mate. “Se estes jovens se ferirem não serão pagos ou cobertos pela previdência. O governo faz de conta que esta relação é voluntariado mas, na minha opinião, é trabalho análogo à escravidão”, crivou.

Fundam
Ismael dos Santos (PSD) saudou o Executivo estadual pela iniciativa da criação do Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam), o qual qualificou como "inédito e inteligente" por resultar de uma parceria com o governo federal. Para o parlamentar, o Fundam vai contribuir para o desenvolvimento da economia catarinense e promover um resgate de prefeituras sem recursos. “São R$ 500 milhões que entram para a economia catarinense, dando um fôlego aos pequenos municípios, cada vez mais estrangulados para manter os serviços locais em saúde e educação”.

Arrancadão
Manoel Mota (PMDB) fez um relato da história da Arrancada de Caminhões, de Balneário Arroio do Silva, criada durante sua gestão à frente do município. Há 26 anos, disse, a Arrancada chegou a ser desacreditada por aqueles que duvidavam da sua viabilidade, mas provou seu poder de atratividade e hoje se destaca como um dos maiores eventos do mundo na categoria. "É um evento sensacional, uma festa extraordinária dedicada àqueles que transportam a riqueza do nosso país e que vem atraindo um público de cerca de 200 mil pessoas."

"Trata-se de um grande evento para o esporte, mas também para o turismo da nossa região Sul", acrescentou o deputado Gilmar Knaesel (PSDB)
 
Orçamento impositivo
Gilmar Knaesel pediu apoio aos demais parlamentares para conferir agilidade na tramitação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 1/2007, subscrita pela bancada do PP, visando dar um caráter impositivo às ações elencadas no Orçamento Estadual. O texto atualmente em análise na Comissão de Constituição e Justiça na forma de um substitutivo visa restringir a obrigatoriedade de execução apenas às obras derivadas das audiências públicas do Orçamento Regionalizado. Para o parlamentar, a PEC é um meio de resgatar a efetividade das consultas regionais, que atualmente estão sendo atendidas mediante a um entendimento com o governador do Estado.  “Precisamos ter a coragem de fazer as mudanças necessárias, ou acabar de uma vez com o Orçamento Regionalizado”, disse.

Ensino técnico
Neodi Saretta (PT) destacou a participação em encontros com representantes do Instituto Federal Catarinense (IFC) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), para debater formas de ampliar oferta do ensino técnico e profissional no estado. Ele relatou a continuidade do curso de Agropecuária no município de Capinzal, mantido pelo IFC, e a implantação de um campus do IFSC em São Lourenço do Oeste. “Acreditamos que este cenário de avanço do ensino profissionalizante deva continuar avançando, para auxiliar no desenvolvimento tecnológico do estado e do país.”

Cheias em Joinville
Fazendo menção às recentes enxurradas em Joinville, Sandro Silva (PPS) cobrou mais ações por parte da prefeitura local e do governo do Estado visando diminuir os estragos causados pelas águas. Há mais de cinco anos, disse o parlamentar, não são aplicados recursos nem mesmo em iniciativas que deveriam ser corriqueiras, como a limpeza de bueiros e valas.  “Precisamos unir forças para que uma grande e efetiva limpeza seja feita para que a população da cidade não volte a sofrer deste jeito.”

Áreas indígenas
Dirceu Dresch fez um reconhecimento à atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que esteve no estado na última sexta-feira (7) para tratar da legalidade das reservas indígenas localizadas no estado. Segundo o parlamentar, trata-se de um tema de muito difícil solução, pois envolve dois lados que vêm sendo excluídos e marginalizados no processo. Os Indígenas que perderam suas terras e os pequenos agricultores que pagaram pelas áreas, que usam para o sustento de suas famílias. “Nunca vi um ministro se empenhar tanto no sentido de encontrar o melhor encaminhamento para esta questão polêmica”, segredou.
 

Alexandre Back
Agência AL

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