Deputados questionam reforma e lamentam saída da mulher do campo
Deputados questionaram a economia que será gerada pela reforma administrativa e lamentaram dados do IBGE que apontam o abandono do campo pela mulher na sessão de terça-feira (2) da Assembleia Legislativa.
“São R$ 124 milhões por ano, totalizando R$ 500 milhões em quatro anos, uma economia razoável, mas diante do volume de recursos, acho que deveríamos ser um pouco mais ousados”, discursou Valdir Cobalchini (MDB).
O deputado ironizou os críticos da secretarias regionais que estimavam economia anual de R$ 500 milhões com a extinção.
“Já dizíamos que a maioria era servidor efetivo e que (a extinção) não resultaria nesta economia, agora com o projeto do governo se vê que a pura e simples extinção não vai representar um volume tão expressivo”, avaliou o representante de Caçador.
“Dá para um mês e meio do déficit da previdência, precisamos cortar mais fundo, precisamos ir além”, concordou Moacir Sopelsa (MDB).
“Temos de mudar o modelo da gestão, isso sim, fazer mais com menos estrutura”, propôs Milton Hobus (PSD).
Por outro lado, Moacir Sopelsa lamentou dados do IBGE que indicam que a mulher está abandonando o campo.
“Apenas dois em cada 10 produtores rurais são mulheres, elas estão abandonando mais ainda que os homens o campo. A mulher está se sentindo desprestigiada, não vê viabilidade de uma vida melhor que a da mãe, não vai tirar leite, alimentar suínos e aves para ter um rendimento que não dá um salário mínimo”, argumentou o ex-secretário de Agricultura.
“A mulher do campo não está vendo mais perspectivas e não quer ter a vida que a mãe dele teve”, concordou Ada de Luca (MDB), que ressaltou a violência que a mulher do campo sofre. “Um problema sério, agressão pelo marido ou pelo filho, como não produz, vai para o boteco, bebe, chega em casa e a mulher apanha.”
“O modelo catarinense é um dos melhores, há uma crítica aos pequenos municípios, mas se os distritos não fossem transformados em municípios e não recebessem o FPM, não teriam máquinas, estradas e postos de saúde”, afirmou Maurício Eskudlark (PR), que ponderou o aumento do êxodo rural sem a emancipação desses distritos.
Dia mundial do autismo
Sargento Lima (PSL) lembrou na tribuna a passagem do dia mundial de conscientização do autismo, celebrado nesta terça-feira, 2 de abril.
“É uma oportunidade de fazer coisas boas, conhecer pessoas boas e reduzir o estigma. O autista requer uma atenção especial de todos que estão a sua volta”, declarou Lima, que apontou a importância do diagnóstico precoce.
“É um dia para todos estarmos conscientes e aproveitar para ações, para nos integrarmos”, indicou Neodi Saretta (PT).
João Amin (PP) também comemorou o dia do autismo e citou o caso do escritor e palestrante Rodrigo Tramonte, que é autista.
“Um sujeito espetacular, sua palestra serviu para conhecer mais as dificuldades do dia-a-dia”, justificou o parlamentar, que convidou os colegas a visitar uma exposição de fotografias de autistas no Floripa Shopping, no bairro Monte Verde, na Capital.
Vítimas da guerrilha
Ana Caroline Campagnolo (PSL) homenageou as vítimas da guerrilha de esquerda que atuou no país nos anos 1960, 70 e 80 sob diversas denominações.
“Quero solidarizar-me com as vítimas da guerrilha, uma homenagem aos inocentes que foram executados pela guerrilha de esquerda do Brasil”, discursou Caroline, ressaltando, entre outras vítimas, o cabo Mário Kozel Filho, de 18 anos.
A parlamentar citou como exemplo de guerrilheiro esquerdista a ex-presidente Dilma Rousseff e enumerou os nomes falsos que ela adotou e os grupos qual fez parte, como VAR Palmares, Colima e Polop.
“Ninguém quer a volta do regime militar, mas a atitude de falsificar identidade, por isso ainda há desaparecidos, foram enterrados com identidades falsas”, sugeriu Jessé Lopes (PSL), introduzindo uma nova hipótese no debate sobre os desaparecidos políticos.
Eletrosul em SC
Luciane Carminatti (PT) fez defesa enfática da permanência da Eletrosul em Santa Catarina e detonou a ideia de fundir a empresa com outra, de menor capital, sediada em Candiota (RS).
“É como uma padaria incorporar um shopping center. A Eletrosul aumentou 845% o investimento, só em patrocínio foram quase R$ 2 milhões, sua matriz energética é 100% limpa. Já a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTE) teve prejuízo financeiro elevado, a ponto de ter firmado um termo de ajustamento de conduta, tem uma unidade de geração ativa”, comparou Carminatti.
A parlamentar cobrou mobilização dos deputados e do Executivo.
“Queremos ajudar as finanças do estado? O governo quer mais recursos ou quer perder receita? Me parece que quer no mínimo manter a receita. Então é descabido perder a sede, primeiro pelo tamanho dessa CGTE, uma fusão às avessas. Os funcionários não sabem como ficarão, a sede vai para o Rio Grande do Sul, o governo não está se mobilizando, vamos perder ICMS e não estamos fazendo nada”, admitiu a deputada.
PPPs
Milton Hobus voltou a defender a Proposta de Emenda Constitucional nº 2/2019, de sua autoria, que regulamenta a chamada parceria público-privada (PPP).
“Não apresentei para engessar o governo, fiz isso porque erroneamente demos ao governo um cheque em branco para que pudesse fazer as PPPs, mas nenhuma PPP foi firmada com o nascimento da SC-Parcerias”, reconheceu Hobus, que ponderou a repartição de riscos entre o setor público e privado.
Moacir Sopelsa concordou com o ex-prefeito de Rio do Sul.
“Não vamos dar aqui um cheque em branco quando entendermos que lá na frente vai ter prejuízo à sociedade”, garantiu Sopelsa.
Contribuição sindical
Fabiano da Luz (PT) comentou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar a contribuição sindical via desconto em folha ou boleto uma decisão do trabalhador.
“Apresentei uma moção sobre uma Medida Provisória do governo federal que determinou que os sindicatos só poderiam cobrar contribuição mediante boleto bancário, mas sexta-feira o STF disse que é facultativo ao trabalhador pedir o desconto em folha ou com boleto”, informou Fabiano da Luz.
Febre amarela
Ricardo Alba (PSL) alertou os catarinenses que ainda não estão imunizados contra a febre amarela para que procurem o posto de saúde.
“A Vigilância Sanitária confirmou o diagnóstico de febre amarela para um paciente em Joinville, o estado não registrava um caso desde 1966. As vacinas estão sendo disponibilizadas, procure o posto de saúde e vacine-se, os lotes de vacina continuam chegando, são mais de 460 mil doses, não brinquem com esta doença”, enfatizou Alba.
Caroline Pletsch
Ricardo Alba ainda lembrou da passagem de um ano da morte da policial militar Caroline Pletsch, assassinada quanto passava férias com o marido no nordeste.
“Estava no Rio Grande do Norte, de férias com seu esposo, recebeu mais de uma dúzia de elogios, uma heroína que enfrentou bandido com risco da vida”, declarou Alba.
Falta água em Concórdia e Seara
Altair Silva (PP) cobrou da Casan ações para minimizar a falta de água nas cidades de Seara e Concórdia, no Alto Uruguai.
“Em Seara a população sofre com a falta de água nos bairros distantes do centro e Concórdia já chegou a decretar situação de emergência, dependendo de caminhões tanques para abastecer o município”, descreveu Altair, que pediu a atenção da presidência da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento.
Agência AL