Deputados pedem investimentos em ferrovias e gás natural
O deputado Silvio Dreveck (PP) abriu os pronunciamentos na sessão ordinária desta quinta-feira (10) reivindicando investimentos ferroviários no estado. O parlamentar considera prioritário investir na ligação férrea do Centro Oeste com Santa Catarina para garantir o abastecimento de grãos, essencial à cadeia industrial de proteína animal. A manutenção das indústrias no território catarinense preocupa o parlamentar.
A indústria catarinense consome 7 milhões de toneladas de milho e soja, conforme Silvio Dreveck. Em função da estiagem, a estimativa de produção é de 3 milhões de toneladas. “Vamos ter que trazer grãos de outros estados, com elevado custo de frete. Precisamos de investimentos no sistema logístico, em ferrovias”, disse. Para o deputado, a primeira conquista ferroviária deve ser a ligação com o centro oeste do país. “Corremos o risco de evasão de grandes empresas para regiões mais próximas de áreas produtoras de grãos. Toda empresa busca o menor custo para obter o melhor resultado. E, nesse quesito, nós estamos no limite.” Dreveck apelou ao Fórum Parlamentar Catarinense para que deputados federais e senadores reivindiquem ao governo federal prioridade de investimentos.
O deputado Valdir Cobalchini (MDB) também defendeu a ampliação dos investimentos em infraestrutura no estado. Além das ferrovias, Cobalchini citou a necessidade de ampliação da rede de gás natural. “É preciso estender a rede para todo o Planalto Norte, para a Região Serrana e o Oeste de Santa Catarina, para trazer competitividade às nossas empresas e indústrias”, frisou.
O deputado acrescentou que licenças ambientais concedidas no estado este ano vão garantir R$ 7 bilhões de investimentos em território catarinense e citou alguns dos empreendimentos licenciados – linhas de transmissão, ampliação de parques industriais e construção de usinas hidrelétricas. Esses investimentos vão gerar milhares de empregos, conforme Cobalchini. “O meio ambiente tem que ser respeitado, mas o desenvolvimento econômico tem que existir. A indústria teve 25% de expansão neste ano em Santa Catarina, o melhor desempenho do Brasil. Imagina se nós facilitarmos as coisas!”
Cobalchini destacou em sua fala que torce pelo cumprimento do calendário de vacinação para que até o final do ano toda a sociedade catarinense esteja imunizada e para que “aqueles que perderam seus empregos possam recuperá-los”.
Repúdio
Cobalchini manifestou ainda indignação com ação promovida pela Vigilância Sanitária em Caçador. Segundo ele, o agricultor Luiz Petricoski, produtor de queijo premiado nacionalmente, foi preso e teve sua produção de queijo apreendida pela fiscalização. “O poder público tem que estimular, apoiar, respeitar o agricultor e não proceder dessa forma, como se ele fosse um bandido”, protestou Cobalchini.
Aplausos
A deputada Marlene Fengler (PSD) endossou palavras de Dreveck e Cobalchini em relação à carência de infraestrutura no estado para estimular os empreendedores. A parlamentar prestou homenagem à estudante Tainara Mees, de 16 anos, moradora da Linha Ipê Popi, no interior de Itapiranga, que se classificou para disputar provas do Campeonato Sul Americano de Atletismo Sub-20. “A gente tem que valorizar as pessoas guerreiras, que batalham e enfrentam os desafios”, frisou Marlene, acrescentando que a jovem Tainara estuda numa escola do interior (a mesma em que a deputada estudou), sem a infraestrutura necessária para treinar atletismo e ainda assim obteve um ótimo resultado. A parlamentar nasceu na comunidade em que a jovem atleta vive.
Os deputados Sargento Lima e Felipe Estevão, ambos do PSL, elogiaram a conquista de Tainara Mees e parabenizaram a estudante, pelo esforço, e a deputada Marlene pela iniciativa.
Preço dos combustíveis
Sargento Lima disse que o preço dos combustíveis tem assombrado os catarinenses e criticou a condução do tema pelo governo do Estado. O assunto foi tema de audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa na quarta-feira (9). O deputado exibiu um vídeo com a participação do secretário da Fazenda, Paulo Eli, na audiência. No trecho destacado, Eli afirmou que “parou de acompanhar a pauta”, que é o preço de referência dos combustíveis, e aguarda que o dólar caia e o petróleo baixe. “Baita estratégia. Fica sentado e não faz nada”, criticou Sargento Lima.
Em aparte, o deputado Kennedy Nunes (PSD) afirmou que 25% do preço da bomba de combustível vai para o cofre do Estado. “Na verdade, quando o preço do petróleo ou do dólar baixa, os donos de postos não conseguem baixar o preço porque o secretário da Fazenda faz um preço médio”, afirmou.
Sargento Lima reforçou pedido ao governo do Estado pela suspensão da modalidade de trabalho remoto (home office) no serviço público, excetuando os casos de idade avançada e comorbidades. Conforme o parlamentar, a sociedade catarinense precisa da execução adequada dos serviços. Uma indicação do parlamentar com esse teor já foi aprovada na Comissão de Trabalho.
Observatório da Violência
A deputada Luciane Carminatti (PT) apresentou dados sobre a violência contra a mulher que comprovam que houve aumento da violência durante a pandemia, ainda que os registros oficiais tenham diminuído. Em Santa Catarina, a diminuição de registros é confrontada com o aumento da violência letal. “Em todo o ano passado foram cometidos 21 feminicídios em Santa Catarina. Somente nos primeiros cinco meses deste ano já foram 12. Já chegamos a 57% do total do ano anterior e ainda nem chegamos à metade do ano”, lamentou.
Luciane relatou que o Observatório de Combate à Violência contra a Mulher está sendo estruturado, no âmbito da Assembleia Legislativa, com o apoio de diversas instituições. “O observatório unificará, padronizará todas essas informações e orientará as pessoas e as mulheres em geral a buscar ajuda em cada região, em cada município”, explicou. O observatório não tem a pretensão de resolver o problema da violência, que é um problema cultural, conforme a parlamentar, mas será uma ferramenta importante na construção de direitos iguais.
Agência AL