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03/10/2017 - 17h31min

Deputados lamentam morte de reitor da UFSC e criticam estado policial

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Vários deputados de diversos partidos se revezaram na tribuna para lamentar a morte do reitor da UFSC, professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, e criticar a ação do chamado estado policial. “Fiquei um tempo perplexa, tentando entender, acompanhamos todo esse processo da denúncia, dos holofotes, da mídia, da quantidade de veículos, como se fosse espetáculo circense, mas estamos esquecendo a Constituição e o princípio fundamental de que se é inocente até que se prove o contrário”, discursou Luciane Carminatti (PT) na sessão de terça-feira (3) da Assembleia Legislativa.

Para a deputada, o país deve continuar perseguindo o combate à corrupção, mas sem o assassinato moral do cidadão. “Depois pode ser considerado inocente”, ponderou Carminatti, que lembrou o caso do ex-prefeito de Brusque, Paulo Eccel. “Sem o suporte de amigos, quem sabe não teríamos uma tragédia?”, argumentou a representante de Chapecó, referindo-se à absolvição de Eccel pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Rodrigo Minotto (PDT) leu na tribuna a nota do procurador-geral do Estado. “Ele padeceu sob abuso de autoridade”, sentenciou Minotto, que pediu a apuração das responsabilidades civis das autoridades policiais e judiciárias envolvidas. Para Antonio Aguiar (PMDB), o “reitor foi condenado e empurrado por forças invisíveis”.

Darci de Matos (PSD) propôs uma reflexão. “Espero que possamos refletir, sobretudo as instituições, porque ele foi preso sem necessidade e tirou sua própria vida. Temos de impedir que o estado policial se instale no Brasil. Está havendo um exagero, se denuncia e depois manda o release para a Rede Globo, um processo de execração pública das pessoas”, denunciou o líder do governo.

Kennedy Nunes (PSD) criticou duramente o Ministério Público Federal (MPF) e a imprensa. “Na coletiva à imprensa, a primeira pergunta respondida foi por que o nome ouvidos moucos. Na minha opinião, as entidades foram envenenadas pela vaidade, uma forca em que todos que passam por este caminho vão se enforcar”, alertou Kennedy.

Para o representante de Joinville, as instituições estão sofrendo a influência das pessoas. “A primeira coisa que fazem é procurar um marketing de um nome, e o nome dá a tônica. Estão muito mais preocupados em aparecer do que investigar”, argumentou o parlamentar, que destacou a resposta dada à segunda pergunta da coletiva. “Ele não quis dar informações de desvios que ocorreram em gestões anteriores”, relatou um indignado deputado.

Milton Hobus, líder da bancada do PSD, seguiu os colegas e criticou “a forma como o MPF está conduzindo as investigações no Brasil, criando marcas e rótulos”. Segundo Hobus, o MPF dá publicidade ao que jamais devia ter publicidade. “Houve um tempo em que ia para a imprensa quando transitava em julgado”, reclamou Hobus.

Dirceu Dresch (PT) se solidarizou com a família do reitor e condenou o estado policial. “O estado justiceiro condena antes de julgar. Há vários companheiros nossos, pessoas que estão presas preventivamente há mais de dois anos, uma prática perversa e desumana, mas só entendemos o estado de direito quando somos vítimas da barbárie”, pontuou Dresch, acrescentando que é “revoltante ver o combate à corrupção ser reduzido a escândalos televisionados que alimentam o ódio nas redes sociais”.

César Valduga (PCdoB), Altair Silva (PP) e Serafim Venzon (PSDB) também expressaram condolências à família e ressaltaram as circunstâncias da morte do reitor. “Uma vida dedicada à educação, nossa solidariedade à família”, declarou Valduga.

Professores x carga horária de 2018
Rodrigo Minotto pediu que a Secretaria Estadual de Educação (SED) reveja o Decreto 316/17, que versa sobre distribuição de aulas e reordenamento dos professores efetivos nas escolas públicas do estado. “A orientação não está esclarecendo os professores, a reclamação é geral”, avisou Minotto.

Classificação indicativa
Kennedy Nunes pediu apoio ao projeto de lei de sua autoria que introduz a classificação indicativa de idade nas exposições de artes e outros eventos culturais no estado. “Depois da polêmica exposição no Rio Grande do Sul e do caso do Masp, que acabaram gerando uma discussão muito grande nas pessoas, com a exposição de um homem nu, onde uma criança toca nele, a arte virou qualquer coisa”, justificou Kennedy.

Crise do leite
Altair Silva repercutiu audiência pública realizada na Alesc para debater a crise no setor leiteiro. “Há uma queda nos preços significativa, o setor está trabalhando com prejuízo”, descreveu Altair, que ressaltou os encaminhamentos da audiência: participação maior do leite na merenda escolar e controle maior da importação.

Cesar Valduga revelou que em 2016 o preço pago ao produtor era de R$ 1,70 o litro, enquanto este ano o preço caiu para R$ 0,90. “Uma queda significativa do preço pago ao produtor”, garantiu Valduga, que registrou que a cooperativa Aurora registrou um aumento de 57% na produção de leite. “Como punição, o preço é reduzido em 43%.”

Campos Novos em alta
Romildo Titon (PMDB) destacou o fato de que a unidade de abates de suínos da BRF localizada em Campos Novos foi autorizada a exportar carne suína para a Coréia do Sul. “A fábrica da BRF de Campos Novos está na lista das aprovadas, uma conquista da região”, informou Titon, que garantiu que a unidade é uma das mais modernas. “Tem alto padrão sanitário e capacidade para abater até 7 mil suínos por dia.”

O deputado também revelou que o município foi classificado pelo IBGE, em 2016, como um dos cem municípios com maior PIB agropecuário. “’E o único município do estado entre os 100”, comemorou Titon, que creditou a conquista ao uso das novas tecnologias e de genética avançada.

Dia estadual da agroecologia
Padre Pedro Baldissera (PT) lembrou que nesta terça-feira o estado celebra o dia da agroecologia. “Um projeto de minha autoria que se transformou em lei, reconheceu o dia 3 de outubro como o dia estadual da agroecologia, para destacar a importância da produção feita por milhares de mãos”, informou Padre Pedro, que defendeu a produção de grãos pelo agronegócio e dos alimentos pela agricultura agroecológica.

Contra a privatização
Dirceu Dresch falou sobre o dia nacional de mobilização contra a privatização do setor elétrico. “Ontem ocorreu o lançamento da frente parlamentar mista do Congresso Nacional que discute o tema da defesa da soberania nacional, que trata desse tema da energia”, revelou o deputado, que deplorou a privatização de quatro usinas do sistema Cemig. “O governo Temer insistiu em entregar para os asiáticos, principalmente chineses.”

Segundo Dresch, a privatização causará problemas à população. “A conta subirá cerca de 17%, o acesso ficará restrito a quem puder pagar, será o fim dos subsídios sociais e as empresas privadas vão controlar rios, fronteiras e reservatórios”, garantiu Dresch.

Vítor Santos
Agência AL

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