Deputados falam sobre expectativas para este ano
A retomada das atividades no Parlamento catarinense nesta semana também foi marcada pela expectativa em torno das eleições municipais, sobretudo em função das mudanças na legislação eleitoral.
Para o deputado Silvio Dreveck (PP), líder do governo, "as eleições vão acontecer numa situação um pouco diferente, com prazos diferentes, novas regras de propaganda, marketing, financeiras, e é preciso se adaptar a esse novo sistema”. A expectativa dele é que o pleito aconteça de tal maneira que não haja quaisquer problemas, nem nas eleições e nem posteriormente.
Já a deputada Luciane Carminatti, líder da bancada do PT, considera que a novidade não está apenas no processo eleitoral. Na opinião dela, o momento pelo qual passa o país “tem demonstrado que a população não quer mais políticos que são chapa branca, ou seja, aprovam tudo o que o governo quer, independentemente de quem seja governo, ou políticos que são contrários ao governo, venha o que vier”. Ainda segundo a deputada, a sociedade exige parlamentares mais responsáveis, que dialogam mais com a população e que respondem pelas demandas sociais: "isso exige de nós uma atuação inteligente, séria, comprometida e envolvida com os grandes temas".
A parlamentar também vê nos temas que continuam pautando a política nacional a possibilidade de grandes debates. "Os temas nacionais continuam em pauta, mas, sobretudo, é preciso discutir a realidade de cada município", lembrou. O deputado Silvio Dreveck também concorda que os municípios são os entes mais afetados. "Os municípios estão passando por uma crise profunda em função de muitos anos de concentração de receitas. Agora, nos dois últimos anos, com a queda de receita acentuada, porque o Brasil está em momento decrescente, principalmente no setor produtivo, os municípios estão em dificuldades", explicou.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gelson Merisio (PSD), informou que mesmo sendo um ano eleitoral serão mantidas todas as sessões plenárias. "Temos neste ano a mesma condição de trabalho que tivemos em um ano normal, mantendo as sessões normais e tendo uma atividade plena nas comissões e também no plenário, garantindo um ano de trabalho e, acima de tudo, de aproveitamento de oportunidades que surgem com as crises. Podemos transformar Santa Catarina em um estado diferente do Brasil, é uma missão que nós temos e vamos continuar fazendo", afirmou.
Análise
Os deputados também avaliaram a atuação da Assembleia em 2015. O presidente Merisio destacou a contribuição parlamentar no sentido de se avançar em um novo modelo de gestão pública. "Em 2015 priorizamos as questões estruturais, que deram ao Estado condições de manter a estabilidade econômica e financeira nas suas contas públicas, podendo contribuir com a economia de Santa Catarina".
Também na avaliação de Dreveck foi um ano em que a Alesc deu uma resposta positiva à sociedade catarinense. "Foram aprovados projetos importantes no sentido de dar uma segurança maior ao Estado e à população, a exemplo do sistema previdenciário, da segurança e da educação", citou. Também destacou a reestruturação da previdência dos servidores públicos como forma de conter o aumento de impostos. "No que diz respeito à previdência, o projeto permite ao Estado em 2016, pelo menos, não ter na sua pauta aumento de impostos, como ocorreu em outros estados", apontou.
A deputada Luciane Carminatti, porém, manifestou preocupação com os rumos que serão tomados a partir dessa nova situação. "Temos a preocupação, por exemplo, de como fica agora, com a lei aprovada, a fusão dos fundos de previdência. Há comentários, por exemplo, de que esses recursos vão cobrir rombos do caixa do estado. Mas o governo tem passado uma imagem de que o estado está bem. Então o que é real e o que não é?", questionou.
Agência AL