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07/06/2013 - 23h26min

Deputados defendem que Ferrovia do Frango passe pelo Planalto Norte

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Audiência foi realizada em Joinville, na sede da Acij.

Deputados estaduais da região de Joinville e do Planalto Norte iniciaram um movimento para que o traçado da chamada Ferrovia do Frango, que ligará o Oeste de Santa Catarina ao Litoral Norte, passe pelo Norte do Estado até chegar aos portos de São Francisco do Sul e Itapoá. O assunto foi discutido na tarde desta sexta-feira (7), em audiência pública da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, na Associação Comercial e Industrial de Joinville (Acij).

A Ferrovia do Frango é uma antiga reivindicação do setor agroindustrial catarinense. Ela permitirá o escoamento da produção de carne suína e de frango do Oeste e Meio Oeste até os portos, viabilizando principalmente as exportações. A ideia inicial é que os trilhos saiam de Dionísio Cerqueira, na fronteira com a Argentina, e passem por Chapecó, Concórdia, Joaçaba, seguindo por Santa Cecília até o Porto de Itajaí.

No entanto, para deputados que representam o Norte do estado, o ideal seria que a ferrovia, na altura de Joaçaba, seguisse até Porto União para, então, aproveitar o leito já existente entre Mafra e o Porto de São Francisco do Sul. Com isso, na avaliação dos parlamentares, haveria uma redução de até R$ 1,5 bilhão no custo da obra, já que seria necessária a construção de apenas 150 quilômetros de trilhos entre Joaçaba e Porto União.

Um dos proponentes da audiência pública, o deputado Antonio Aguiar (PMDB), afirma que além da economia, a nova ferrovia traria uma nova perspectiva de desenvolvimento para o Vale do Contestado e para o Planalto Norte, consideradas as regiões mais carentes do estado. “Aproveitaria-se o leito existente entre Mafra e São Francisco. Seria necessária apenas a modernização desse trecho, o que tornaria a obra mais barata”, destacou.

O parlamentar afirmou que uma eventual ligação com o Porto de Itajaí seria viabilizada com a construção da Ferrovia Litorânea, já anunciada pelo governo federal. Essa linha férrea ligaria os portos catarinenses, de Imbituba a Araquari.

O deputado Darci de Matos (PSD), outro proponente da audiência, apontou os mesmos motivos para o traçado da ferrovia passar pelo Planalto Norte. Ele acrescentou, ainda, que, com o aproveitamento dos trilhos entre Porto União e São Francisco do Sul, as obras serão concluídas de forma mais rápida. “Nós sabemos o quanto são complicadas as grandes obras viárias feitas pelo governo federal. Vide o exemplo da duplicação da BR-101 Sul”.

O deputado Sandro Silva (PPS), presente à audiência, engrossa o movimento. Para ele, a ferrovia permitirá também resolver os problemas das rodovias da região. “Nossas estradas estão estranguladas. O número de caminhões de carga não acompanha os investimentos em infraestrutura”.

Ferrovia MS-SC
Antonio Aguiar aproveitou a audiência para defender que a ferrovia que virá da cidade de Maracaju, em Mato Grosso do Sul, com destino ao Sul do país, passe por Mafra, interligando-se com a ferrovia que segue até São Francisco do Sul. Nos últimos dias, surgiram informações que esse traçado poderia ser modificado por pressão do estado do Paraná. Ao invés de virem até Mafra, os trilhos seriam desviados para uma ligação com o Porto de Paranaguá, no litoral paranaense.

Apoios
O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) participou da audiência e afirmou que a construção das ferrovias é essencial para a sobrevivência da agroindústria catarinense. Ele lembrou que o estado, por ser deficitário em grãos, base da alimentação das aves e dos suínos, precisa adquirir o milho produzido no Centro-Oeste, que é trazido por caminhões, a um custo que praticamente inviabiliza sua utilização.

“Nós temos tudo para triplicar nossa produção de suínos com a abertura do mercado japonês e de outros mercados para a carne produzida em Santa Catarina. Essas ferrovias são essenciais e fundamentais para darmos conta dessa demanda”, disse o senador.

Prefeitos e vereadores de municípios das regiões Norte e do Planalto Norte, além de representantes dos portos de São Francisco do Sul e Itapoá, também participaram da audiência. O prefeito de Joinville, Udo Döhler, declarou apoio à iniciativa dos deputados, assim como os prefeitos de Mafra,  Roberto Scholze, e de Canoinhas, Beto Faria. Já o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Paulo César Corsi, destacou o know how do porto na exportação de grãos. Ele pediu a modernização da ferrovia já existente, como aumento da bitola (espaço entre os trilhos) e melhorias no traçado.

O presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes, lembrou que tão importante quanto a construção das ferrovias é a interligação desse meio de transporte com os outros modais, principalmente o rodoviário. “É preciso demonstrar à sociedade o custo real desses projetos e em quanto tempo eles serão implementados, além de garantir que os investidores tenham segurança”.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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