Deputados debatem subfinanciamento da saúde pública
As mortes do médico Oscar Leitão Filho (87), em Blumenau, e do ex-goleiro do Criciúma Esporte Clube, Alexandre Pandóssio (53), em Balnéario Rincão, desencadearam criticas ao subfinanciamento da saúde na sessão ordinária desta quarta-feira (18). Para Fernando Coruja (PMDB), a União praticou o “desfinanciamento” da saúde. “Havia uma correção de um percentual e a cada ano ocorria um gato na aplicação do recurso, a União não aplicava mais o que aplicava no passado”, descreveu Coruja, aludindo ao fim dos anos 1990 e começo dos anos 2000, quando acompanhou a execução orçamentária da União na condição de deputado federal.
Coruja denunciou que em 2014 a União deixou de gastar R$ 10 bilhões orçados para a saúde. “Falta investimento por parte do governo federal, a lei fixou um percentual para estados e municípios, mas não fixou para a União, que tem tirado o time de campo”, lamentou o parlamentar.
Luiz Fernando Vampiro (PMDB) citou o caso do goleiro Alexandre Pandóssio, vítima de ataque cardíaco enquanto jogava futevôlei, em Balneário Rincão. “Não tinha ambulância do Samu, o Corpo de Bombeiros atendeu e no caminho precisou fazer um baldeamento para a ambulância do Samu e sofreu outra parada”, descreveu Vampiro, deplorando a perda do ídolo da nação carvoeira, goleiro da conquista da Copa do Brasil de 1991.
Valmir Comin (PP) criticou a carência estrutural da saúde pública e privada em Balneário Rincão. “O município tem 12 mil moradores fixos, mas na temporada chega a 200 mil, com o mesmo atendimento é humanamente impossível”, concluiu Comin, acrescentando que o Samu levou 40 minutos entre Criciúma e o balneário.
Vicente Caropreso (PSDB) sugeriu pressionar os governos. “Se não apertarmos os governos federal e estadual mais cedo ou mais tarde vamos entrar em uma era de caos”, previu o parlamentar, citando como exemplo as UPAs, cuja construção é incentivada pela União. “Tem repasse para construção, para equipamentos, mas não tem verba para manutenção, muitas vezes de mais de R$ 1 milhão por mês”, explicou o representante de Jaraguá do Sul.
Caropreso também lastimou a morte do “Dr. Leitão”, como era chamado Oscar Leitão Filho, médico pediatra radicado em Blumenau. “Era um devotado amante da pediatria, foi o meu pediatra, praticava medicina do jeito que a gente pede pelo amor de Deus aos médicos que pratiquem hoje, sem distinção de classe, com bondade, um exemplo que temos de seguir”, concluiu.
Aeroporto Diomício Freitas
Vampiro destacou a situação crítica do aeroporto Diomício Freitas, em Forquilhinha. “É o único operando no Sul de Santa Catarina, é deficitário e tem problemas com a manutenção dos equipamentos”, informou o deputado, que defendeu que a Infraero assuma sua operação.
Campanha da fraternidade
Padre Pedro Baldissera (PT) destacou o lançamento, pela Igreja Católica, da campanha da fraternidade de 2015, cujo lema é Igreja e Sociedade. “Uma temática oportuna, sinaliza a abertura, o diálogo, a aproximação da igreja com as camadas sociais mais desprovidas”, filosofou Baldissera.
Cobranças incisivas
Antonio Aguiar (PMDB) cobrou na tribuna uma solução para a SC-477, que liga o Planalto Norte ao Vale do Itajaí, bem como a recuperação das estradas que ligam Canoinhas a Papanduva e Porto União a Calmon. Aguiar também pediu agilidade à Casan na implantação da rede de esgoto em Canoinhas. “A Casan está devendo a ordem de serviço para o primeiro metro de esgoto, agora com a chegada do governador vão agendar”, prognosticou.
Esperando investimentos
Darci de Matos (PSD) surpreendeu ao anunciar que Santa Catarina continua esperando grandes investimentos do governo federal. “Na BR-280 começou um lote em Guaramirim, na BR-470 iniciou a duplicação entre Blumenau e Indaial, mas precisamos seguir adiante”, afirmou Darci.
“O PSD nacional tem dado apoio ao governo federal, que em alguns momentos repassou recursos (ao estado), mas neste momento o cenário nacional é preocupante, com a crise econômica e ética, com a corrupção no governo federal, principalmente em Brasília, podemos ter consequências desastrosas”, estimou Darci.
Luciane Carminatti (PT) lembrou que o governo do Partido dos Trabalhadores patrocinou avanços importantes. “Tinha pessoas com a barriga roncando, pessoas sem direito ao ensino médio”, declarou a deputada, defendendo que a hora é de “cuidar do fundamental, do morar, estudar, ter saúde, comprar seu carro”.
Carminatti ainda aludiu à crise econômica de 2008. “O Brasil ainda enfrenta os reflexos da crise mundial”, arguiu a representante de Chapecó, que elogiou o combate à corrupção levado à cabo pelos governos petistas. “Os 28 nomes divulgados envolve todos os partidos”, disparou, aludindo aos políticos citados na Operação Lava-Jato.
Coruja também abordou o assunto e rememorou que em 2008 o ex-presidente Lula minimizou a crise do capital internacional, denominando-a de marolinha. “Não era uma marolinha, era preciso ter humildade para reconhecer a crise, como era preciso reconhecer antes da eleição, mas ainda dá tempo de reconhecer que o Brasil precisa de mudanças macroeconômicas”, sugeriu o representante de Lages, criticando enfaticamente o binômio “inflação e déficit público”.
Ana Paula Lima (PT) rebateu os colegas. “Parece que brasileiro não gosta do Brasil, falar tão equivocadamente de um governo que tem dado certo, podemos falar com orgulho do nosso partido, andar de cabeça erguida, contribuímos para mudar nosso país”, argumentou Ana Paula, que creditou aos “baixos instintos dos adversários” a ligação do PT ao escândalo da Petrobrás. “Manipulam uma investigação para incriminar o PT com base em vazamentos seletivos”, opinou.
Eskudlark explicou que os bilhões desviados com a corrupção atingem os pequenos. “Não é específico contra uma pessoa, é contra a nação, quantas novas creches poderiam ser implantadas se não tivesse essa corrupção no país”, questionou o deputado, que comparou o governo federal a uma empresa privada. “Numa empresa se alguém comete uma irregularidade é demitido, simples. Mas quando o chefe não afasta é porque tem rabo preso, quem não tem o rabo preso toma atitude, as provas são fortes demais”, qualificou o deputado.
Acafe
Serafim Venzon (PSDB) ressaltou na tribuna a contribuição da Acafe e de suas associadas na promoção do bem estar social no estado. “As ações comunitárias da Acafe atingiram cerca de 1,5 milhão de pessoas”, discursou Venzon. Segundo o deputado, foram 747 mil atendimentos na área da saúde, 50 mil assistências jurídicas, 600 mil em programas socioculturais.
“São 16 instituições, mais de 60 mil alunos, 9 mil professores, 7 mil funcionários, mil cursos de graduação, 503 cursos de pós-graduação”, relacionou Venzon.
Hidrômetros individuais
Aldo Schneider (PMDB) criticou o veto aposto pelo governador em projeto de lei de sua autoria que previa o hidrômetro individual nas edificações em Santa Catarina. “Apresentei o projeto em 2012, mas técnicos sem sensibilidade pediram que o governador vetasse esse projeto importantíssimo”, lastimou Aldo, que comunicou seus pares que reapresentará o projeto nesta legislatura.
Leonel Pavan (PSDB) elogiou a iniciativa de Aldo e lembrou que estuda projeto para aproveitar a água da chuva. “A começar por esta Casa, escolas, ginásios cobertos”, relacionou Pavan, indicando que novas construções devem se adaptar à captação da água da chuva.
Carnaval
César Valduga (PCdoB) elogiou as escolas de samba que desfilaram nas principais cidades do estado. O deputado contou na tribuna que presenciou a abertura do carnaval de Joaçaba. “Uma festa que resgata nossos valores, nosso folclore, as etnias, a história do país. As escolas fizeram a festa e a Aliança foi a grande campeã”, resumiu Valduga.
Escolas depredadas
Pavan lamentou que alguns dias após a PM anunciar o programa “segurança, cidadania e paz”, para aumentar a sensação de segurança no ambiente escolar e aproximar a corporação da comunidade, duas escolas foram depredadas em Balneário Camboriú. “Foram depredadas por jovens da própria comunidade, furtaram equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, alimentos, picharam, quebraram os vidros, parece uma afronta à PM”, avaliou Pavan.
Dia 18 de fevereiro na história catarinense
1749 – Ofício desta data, assinado pelo governador Silva Paes, informa a Portugal que Carlos Marinho, André Marinho de Moura, Vicente Duarte Baião e João Batista de Oliveira haviam encontrado sinais evidentes de ouro no interior da capitania.
1755 – Elevação da povoação de São José da Terra Firme à categoria de freguesia.
1946 – o religioso catarinense Dom Jaime de Barros Câmara é sagrado cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, na época capital da República
Agência AL