Deputados debatem saúde mental do catarinense e TPA de Bombinhas
Os parlamentares do MDB, PDT e PL debateram a saúde mental dos catarinenses durante a pandemia e a Taxa de Preservação Ambiental (TPA) de Bombinhas durante a sessão de terça-feira (29) da Assembleia Legislativa.
“É preocupante o estado de espírito das pessoas, o olhar triste, todo mundo deve ter uma frestinha de sol para tomar, uma varanda, um terraço, um quintal. O estado de espírito está levando as pessoas a grandes depressões, brigas, agressões verbais e até físicas. É um fenômeno mundial, as pessoas estão estressadas, ansiosas, cansadas, preocupadas com a situação financeira”, descreveu Ada de Luca (MDB).
A deputada destacou a importância do apoio especializado.
“Precisa de pessoas especializadas, precisa ampliar vagas para tratamento psiquiátrico. A assistência social tem de estar em pleno vapor, na frente comandando, alicerçando, a assistência social é muito importante nessa hora”, ponderou a representante de Criciúma.
No caso da violência contra a mulher, Ada enfatizou a importância de denunciar.
“Não adianta denunciar no meu zap, é preciso denunciar nos órgãos competentes, é possível denunciar pela internet na Delegacia Virtual da Mulher”, ensinou Ada.
Já a deputada Paulinha (PDT) acusou Ivan Naatz (PL) de interferir nos interesses de Bombinhas ao supostamente patrocinar a aprovação, na Câmara de Vereadores daquele município, de projeto de lei acabando com a taxa de preservação ambiental (TPA), além de ter proposto Projeto de Emenda à Constituição (PEC) para proibir a criação de taxas análogas no território barriga verde
“Não é uma questão pessoal minha para com Vossa Excelência, mas é pessoal de Vossa Excelência para comigo. Vossa Excelência quis prestar serviço para Bombinhas e para a empresa que elaborou o projeto, mas não contratamos”, revelou Paulina.
Segundo a parlamentar, Naatz está ludibriando os colegas para angariar votos para reverter a TAP, uma vez que, segundo a deputada, o presidente da Câmara de Vereadores de Bombinhas votou duas vezes para aprovar a lei.
“Ele não percebeu que foi induzido a cometer crime de abuso de autoridade e improbidade administrativa para criar um pretexto”, indicou Paulinha, que acusou Naatz de mentiroso. “Mente descaradamente, mente sobre este assunto, mente todos os dias, ponha fim a essa contenda que nada tem senão o objeto de prejudicar a cidade”, apelou.
Ivan rebateu a colega.
“Já fui acusado de racista, de deputado sem voto, já respondi representação no Conselho de Ética, já foi dito que envergonhava o Parlamento. Fui acusado de tudo, do que fazem em Bombinhas, do que votam na Câmara, que discute o projeto, que é aprovado, como se eu tivesse alguma coisa a ver com a Câmara de Vereadores”, ironizou Naatz.
Para o deputado, a PEC de sua autoria não acabará com a TAP de Bombinhas e defendeu que a matéria é uma pauta do estado, uma vez que os municípios de Itapoá, Garopaba, Balneário Arroio do Silva, Balneário Rincão, São Francisco do Sul e até Florianópolis já manifestaram interesse em criar uma taxa local.
Maurício Eskudlark (PL) apoiou o companheiro de partido.
“Temos de impedir que isso vire prática em todo estado de Santa Catarina”, defendeu Eskudlark.
Rotas turísticas
Carlos Humberto (PL) defendeu a interiorização das rotas turísticas.
“Santa Catarina chegou a ter 12,5% do PIB amparado no turismo, precisamos espalhar o turismo por todo estado com infraestrutura viária”, propôs Humberto, acrescentando que essa infraestrutura não precisa ser feita para o tráfego pesado, mas para carros de passeio.
Ele citou o caso da via que liga Brusque a Nova Trento e listou diversas atrações que o turista encontra naquele caminho.
“São diversas alternativas para descentralizar o turismo, com baixíssimo investimento”, garantiu.
Sargento Lima (PSL) reclamou que o Norte do estado é esquecido quando o assunto é infraestrutura turística.
“A região norte é esquecida por todos, como se minha região não existisse. A gente não queria nem as rodovias dos carros, mas as dos caminhões mesmo”, declarou Lima, que citou o caso do acesso ao eixo industrial, em Joinville. “São sete quilômetros que passam 4% do PIB do estado”.
Moacir Sopelsa apoiou os colegas, reconheceu a fragilidade da infraestrutura e citou o caso da Itália.
“Na Itália as estradas menores oferecem essas condições, se tivéssemos isso, ajudaríamos as nossas rodovias principais”.
CPI do Silo
Jessé Lopes (PSL) criticou a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) pela sua atuação na gestão do Porto de São Francisco do Sul e alertou que uma CPI está sendo criada para investigar o uso privado do silo público.
“A Antaq é uma inércia, fez uma nota dizendo que está irregular, mas não faz nada para resolver o problema. Se mexe Antaq, é para isso que vocês servem”, cobrou Jessé.
Veto do governador
Milton Hobus (PSD) criticou veto aposto pelo governador a projeto de lei de sua autoria que suspendeu aumentos das tarifas públicas durante eventos epidêmicos.
“O o governador vetou nosso projeto de lei que proíbe em momentos de pandemia o aumento de tarifas. Na hora que tem a caneta, respeitando os deputados, ele veta o projeto, por que vetou? Alegação de inconstitucionalidade, mas não é inconstitucional, por que não fez como o governador Zema, de Minas Gerais? A agência reguladora também permitiu que Minas aumentasse a energia, mas o que fez o governador, pediu uma reunião do Conselho da Cemig e a Cemig não repassou o reajuste”, relatou Hobus.
O deputado apelou aos colegas para derrubar o veto.
“Vamos derrubar esse veto do governador, não é assim que se faz política, a boa política é a que traz resultados para o cidadão”, argumentou Hobus.
Moisés x MDB
Ivan Naatz reprisou no telão do Plenário parte de entrevista do secretário de Estado da Saúde, André Mota Ribeiro, na qual pede que os catarinenses esqueçam o episódio da compra ilegal dos respiradores. Também exibiu uma declaração do governador Moisés, que disse ter dormido com o apoio de 18 deputados e acordado com seis votos.
“Os catarinenses querem saber onde está o dinheiro roubado, será que foi enterrado em algum lugar? Ora dizer que é assunto do passado, como a gente explica isso?”, questionou.
Moacir Sopelsa concordou com Naatz.
“Era o secretário-adjunto quando fizeram essa compra, estou envergonhado, isso envergonha os catarinenses, vamos ficar mais envergonhado quando a Polícia Federal vir colocar tornozeleira em alguns. Quem roubou eu não sei, mas foram roubados (R$ 33 mi). E ouvindo o governador na entrevista nos entristecemos cada vez mais, quem eram os 18 que tinham compromissos de votar o impeachment?”, questionou Sopelsa.
O ex-prefeito de Concórdia revelou aos catarinenses que visitou o governador no início do mandato e ofereceu apoio.
“Fui acompanhado do deputado Valdir Cobalchini (MDB), oferecendo o meu apoio, o nosso apoio, e não pedimos nada, queríamos que atendesse os nossos municípios. Tenho esperança que a Justiça vai esclarecer este fato e não demora muito! Nós sabemos quem sabia e quem foi que fez o famigerado pagamento sem saber para quem”, disparou Sopelsa.
Cobalchini corroborou o relato de Sopelsa.
“Liguei para o Mauro Mariani e sugeri que fizesse encaminhamento indicando o candidato a governador, ele preferiu não fazê-lo e autorizou que eu, como vice-presidente, o fizesse. Fizemos opção pelo Comandante Moisés, imaginei que pela condição de coronel, enfim, quem sabe, poderia se revelar no governo. Sequer recebi uma ligação, nem sua, nem de nenhum assessor para devolver um gesto gratuito”, reclamou.
Cobalchini contou detalhes da visita que o governador fez a Caçador e a São Lourenço do Oeste a seu convite.
“Eu acostumado com governos do meu partido e de outros partidos, mas que faziam questão de encontrar a cidade e aqueles que detêm a representação, prefeitos, vereadores e entidades empresariais. Para minha surpresa, a Casa Militar disse não, que o governador queria falar no máximo com 15 pessoas. Teria sido melhor que não tivesse ido”, avaliou o deputado, que arrancou gargalhadas ao contar que o cerimonial pediu às 15 pessoas que ficassem em pé quando o governador entrasse na sala.
Já em São Lourenço, de acordo com Cobalchini, cerca de 700 pessoas aguardavam o governador, que evitou entrar pela porta principal, utilizando a entrada dos fundos.
“Todo mundo aguardando na porta principal e ele entrou pela porta dos fundos, nunca passei um constrangimento e uma vergonha tão grande”.
Agência AL