Deputados criticam secretaria por não gastar R$ 6 mi em cirurgias eletivas
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) foi alvo de críticas na sessão desta terça-feira (13) da Assembleia Legislativa por não gastar R$ 6 milhões em cirurgias eletivas.
“Secretaria de Saúde não gastou os R$ 8 milhões com cirurgias eletivas, só gastou dois e por isso o governo federal não pode enviar mais dinheiro”, lamentou Antonio Aguiar (MDB).
“Está difícil de compreender porque a SES recebeu R$ 8 milhões de reais em novembro e até agora, dos oito milhões, só usou dois, seis estão lá, mas existe uma fila de 472 mil pessoas no SUS”, ponderou Serafim Venzon (PSDB).
Maurício Eskudlark (PR) concordou com os colegas e sugeriu que o deputado Doutor Vicente Caropreso (PSDB) fosse questionado, uma vez que era o gestor da SES até dezembro de 2017.
“Neste período o secretário era o Vicente Caropreso, ele não está neste momento, mas podemos amanhã indagar a ele por que não foram feitas as cirurgias, eu até estranhei, é muito grave este dinheiro, em tese, estar à disposição da SES e não estarmos reduzindo as filas”, argumentou Eskudlark.
Além disso, o representante do Partido da República questionou investimentos realizados no hospital Tereza Ramos, de Lages.
“O hospital de Lages recebia R$ 8 milhões por mês, podia ser mais, desde que tivesse recursos para todas as regiões, nos últimos meses o governador determinou que passasse para R$ 15 milhões, mas quero que vá para o Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, o Marieta Bornhausen, em Itajaí e para o Regional de Xanxerê”, explicou Eskudlark.
Dinheiro para o FIA
Vicente Caropreso defendeu na tribuna que os catarinenses destinem 3% do imposto devido ao Fundo da Infância e Adolescência (FIA) dos municípios ou do estado.
“O FIA serve como complemento do orçamento dos municípios, estados e União para reforçar projetos de inclusão social, é uma transferência voluntária na hora de pagar o Imposto de Renda (IR) ou adiantar, se for para o próximo ano, até 3% do imposto devido para este fundo”, justificou o deputado, acrescentando que as empresas podem doar até 1% do imposto devido.
Cesar Valduga (PCdoB) concordou com o representante de Jaraguá do Sul.
“O FIA realmente é um programa importante, em Chapecó temos o projeto Equilíbrio e o FIA contribuiu para dar sustentabilidade para jovens em situação de vulnerabilidade social”, informou Valduga.
Maurício Eskudlark revelou que destinou 3% do imposto devido referente a 2016 para o FIA de São Miguel do Oeste e confessou que foi influenciado pelo deputado Serafim Venzon, que todos os anos defende na tribuna a doação de parte do imposto devido para o FIA.
Laços de amor
Caropreso propôs que a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente passe a gerir a campanha de adoção “Laços de Amor”.
“Estou propondo que a Comissão assuma a responsabilidade desta campanha, principalmente em relação à adoção tardia”, argumentou o deputado.
Bóias frias da educação
Valduga classificou de “bóias frias da educação” os professores e servidores da secretaria municipal de Educação de Chapecó.
“Os professores são proibidos de comer a mesma comida dos alunos, as estruturas de produção foram desativadas, nem as sobras são disponibilizadas, são descartadas e os professores precisam pedir marmita ou trazer comida de casa, comem comida fria, são os bóias frias da educação”, relatou.
O deputado noticiou que protocolou projeto de lei “resguardando a possibilidade de tanto professores quanto servidores possam comer juntos com os alunos”.
Ismael dos Santos (PSD) elogiou a iniciativa de Valduga.
“Houve em alguns municípios um ajustamento de conduta e isso acabou dificultando o compartilhamento de refeições, mas um projeto de lei pode dar segurança aos educandários”, avaliou Ismael.
Desconstrução da família
Ismael dos Santos repercutiu encontro de líderes religiosos realizado na última sexta-feira no auditório Antonieta de Barros da Alesc.
“Mais de 500 catarinenses estiveram presentes, professores, políticos, vereadores, prefeitos, membros de associações de moradores, foi um debate sobre o processo de desconstrução da família”, contou Ismael.
SES x Canoinhas
Antonio Aguiar criticou a intenção da Secretaria de Estado da Saúde de fechar a unidade que a SES mantém em Canoinhas, no Planalto Norte.
“A saúde do Planalto Norte começa a enfrentar dificuldades criadas pela SES com a desativação da unidade de Canoinhas, são 18 colaboradores concursados, estão fazendo com que esses trabalhadores sejam colocados à disposição de entidades públicas, acabando com a vigilância epidemiológica e a vigilância sanitária, quem precisar vai ter de se deslocar até Mafra”, disparou Aguiar.
“Esta ponte vai cair”
Roberto Salum (PRB) elogiou o mergulhador Luciano Sá, de Florianópolis, que protestou sozinho nas galerias da Casa contra a falta de manutenção das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo.
“Deveríamos ter vergonha, esta crítica a situação daqueles bens, Luciano você tem toda razão, esta ponte está caindo, está faltando manutenção, não entendi até hoje, gastaram milhões na Hercílio Luz, daria para construir outra, mas está lá o concreto caindo, agora o Eduardo Moreira conseguiu dinheiro para manutenção”, registrou Salum.
Projetos de leis
Roberto Salum pediu apoio dos colegas para projetos de leis que protocolou nos cerca de quatro meses de exercício efetivo do mandato de deputado. Dentre os projetos, destaque para o que estabelece critérios para distribuição de vagas na educação; o que veda os policiais rodoviários estaduais de fiscalizar velocidade escondido; e o ensino de primeiros socorros para pais de recém-nascidos.
Telefônicas sob a mira
Cesar Valduga atirou contra as operadoras de telefonia pela má qualidade do serviço ofertado.
“É baixa a qualidade dos serviços das empresas de telefonia, em 2013 foi criada uma CPI para tratar especificamente desses problemas e a Claro, Tim, Oi e Vivo se comprometeram a implementar melhorias. A Anatel precisa determinar que as operadoras façam os investimentos necessários”, reclamou Valduga.
Creches no interior
Luciane Carminatti (PT) parabenizou a administração municipal de São Carlos pela implantação de creches para crianças de 0 a 3 anos no interior do município.
“Creches para crianças 0 a 3 anos no meio rural, na Linha Bela Vista e na Linha São João. De 4 a 6 anos é mais comum, mas confesso que de 0 a 3 são pouquíssimos os casos de escolas no interior deste país”, reconheceu Carminatti.
“É papel do governo municipal dar oportunidade às mulheres de deixar seus filhos com uma educadora, é uma luta de muitos anos a possibilidade dos agricultores terem a oportunidade de deixar seus filhos bem encaminhados enquanto executam as tarefas da propriedade”, observou Dirceu Dresch (PT).
Crescimento do PT
Dirceu Dresch noticiou que o Partido dos Trabalhadores atingiu, segundo pesquisas de opinião, cerca de 20% de apoio popular.
“O PT vem sofrendo massacre mediático nos último anos, sofreu um golpe duríssimo, mas a população está compreendendo, as pesquisas mostram que o PT dispara, chegando a 20%, isso para nós e extremamente gratificante, sempre digo o seguinte, aprendi com meu pai, mentira tem perna curta, não se sustenta por muito tempo, é isso que está ocorrendo no Brasil”, discursou Dresch.
Mario Marcondes (MDB) discordou do colega.
“Realmente a mentira tem perna curta, a mentira de perna mais comprida deste país foi a administração do PT, estão prendendo todo mundo e não o Lula? Qual a diferença do Lula e do cidadão comum? Condenação em segunda instância vai para o xilindró, seja o Lula, o Mário Marcondes ou o Dirceu Dresch, se botar todo mundo vai faltar gente para bater o cadeado”, ironizou Marcondes.
Já Roberto Salum expressou contrariedade com a prisão em segunda instância.
“Ou rasgamos a Constituição ou cumprimos, temos o direito até a última instância, onde está a legalidade?”, questionou Salum.
Agência AL