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01/09/2020 - 17h33min

Deputados criticam multas a manifestantes em Lages e sugerem mutirão na saúde

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Críticas duras às multas aplicadas pela Polícia Militar a manifestantes em Lages e a sugestão de que o Executivo organize mutirões de exames e cirurgias represados durante a pandemia marcaram a sessão de terça-feira (1º) da Assembleia Legislativa.

Kennedy Nunes (PSD) denunciou as dezenas de multas de R$ 2.934,00 aplicadas aos manifestantes que protestaram contra um policial militar que invadiu a casa de alunas da Udesc que comemoravam o sucesso na apresentação de um trabalho de conclusão de curso (TCC) de uma delas.

“Todos os carros foram multados a pretexto de participarem de um evento sem permissão e usarem a buzina”, relatou Kennedy.

Paulinha (PDT) e Marcius Machado (PL) concordaram com o colega.

“Fiquei estupefata com as multas por buzina, a cobrança será feita pelo Comando-Geral, temos reunião agendada com o comandante para tratar das agressões às mulheres, não é um caso isolado”, afirmou a líder do governo.

“Uma discrepância multar manifestantes porque o policial invadiu a casa de estudantes. Sempre que tiver injustiça vou me manifestar, um desrespeito, uma arbitrariedade, ditadura. Ninguém pode se manifestar porque será multado, calem-se, porque serão multados”, ironizou Machado.

Luciane Carminatti (PT) sugeriu um projeto de resolução para sustar as multas ilegais.

“Fiquei chocada com essa informação e penso que podemos dar um salto maior, podemos propor um projeto de sustação dessas multas, os quarenta deputados, foi um flagrante abuso de autoridade, é fundamental que não se permita que esse tipo de ação continue”, postulou Carminatti.

Já o líder do MDB sugeriu à Secretaria de Estado da Saúde (SES) que organize mutirões para zerar as filas de exames e cirurgias eletivas.

“Cerca de 70% das pessoas deixaram de fazer tratamento médico regular, mais grave, deixaram de fazer os exames. É preciso uma estratégia para que esses que não fizeram o diagnóstico e/ou tratamento possam fazer agora com um grande mutirão, para que essa fila possa ser zerada e que os hospitais da rede filantrópica e pública possam fazer mutirões de exames e cirurgias”, insistiu Valdir Cobalchini (MDB).

Semana da pátria
Sargento Lima (PSL) destacou o início da semana da pátria que culmina no dia 7 de setembro, data em que se comemora a independência proclamada por D. Pedro I, e rememorou o tempo em que serviu o Exército, em Joinville.

“Foi, se não o melhor, um dos melhores anos da minha vida. Chego a fechar os olhos e sinto o cheiro da cera no piso de madeira, da graxa no coturno, do óleo para lubrificar o fuzil. Peço a Deus para meu filho passar pela mesma experiência”, discursou Lima.

“Quero parabenizar o governo federal por ter iniciado a semana do Brasil, que este ano estará promovendo a semana da pátria entre os dia 3 e 13 de setembro, para incrementar a economia e o consumo”, declarou Ana Campagnolo (PSL), que homenageou brasileiros de peso histórico, como José Bonifácio, José de Anchieta, Villa-Lobos, Joaquim Nabuco, Machado de Assis, Maria Quitéria e Osvaldo Aranha.

Impeachment sem provas
Paulinha voltou a se manifestar contra o impedimento do governador Carlos Moisés e enfatizou que não há provas contra ele.

“Onde está o motivo, onde? Para esse caso inexiste, não há nexo causal para afastamento do governador e isso é ponto claro como água. Não se pode condenar um inocente e não se pode calar diante de uma injustiça”, avaliou a deputada.

A líder do governo fez um apelo aos colegas para retomarem o diálogo.

“Me dirijo a cada um individualmente para que perdoem questões pessoais mal colocadas e continuam cobrando firme as imperfeições do governo”, indicou Paulinha.

Kennedy Nunes rechaçou o pedido da ex-prefeita de Bombinhas.

“Minha mulher não me deixaria entrar em casa e como prefiro entrar em casa, continuo na defesa do estado de Santa Catarina. O impeachment vai continuar porque a Justiça está cada vez mais aprimorando o processo, a decisão que saiu ontem só legalizou mais ainda o processo”, argumentou o representante de Joinville.

Terceira onda da Covid
Marcius Machado afirmou que o estado vive a segunda onda da Covid-19 e que a realização das eleições em novembro terá força para provocar uma terceira onda de infecções e mortes.

“Acredito que possa ocorrer uma terceira onda nas eleições, o ser humano quando vai para uma disputa, ele busca ganhar, vai nas casas e como vai ser recebido? Como ter uma eleição neste momento? Na minha região as pessoas já querem fazer visitas, conversar com eleitores, mas estou pedindo cautela”, descreveu o representante da região Serrana.

Leilões do Detran
Marcius Machado informou que os leilões do Detran retornarão, sendo que a previsão do órgão é realizar cinco leilões até o fim do ano.

Uniedu
Luciane Carminatti elogiou o governo pela destinação de R$ 60 mi para as bolsas previstas nos artigos 170 e 171 da Constituição Estadual, mas defendeu mudanças na forma de concessão das bolsas.

“O governo precisa se debruçar sobre a realidade dos estudantes e das instituições e oferecer regras inclusivas, permitindo que todos estudantes concorram a uma bolsa de estudos. Muitos alunos acabaram se valendo de bolsas de pesquisas para conseguir manter os estudos e agora não conseguem concorrer a bolsas de estudos porque eles têm aquela bolsa”, pontuou Carminatti.

A presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto também defendeu que estudantes de cursos mais custosos, como Medicina e Odontologia, por exemplo, também tenham o direito de concorrer a bolsa de estudos, inclusive se beneficiados com bolsas de pesquisas.

“Se tem bolsa pequena de pesquisa, ele tem todo direito de concorrer a outra bolsa e depois ele avalia com qual bolsa quer ficar”, propôs Carminatti, referindo-se a um hipotético aluno de Medicina. “Um aluno pobre não tem o direito de fazer Medicina, somente os filhos de classe média e alta podem cursar Medicina?”, questionou.

Educação física
Fernando Krelling (MDB), que é formado em Educação Física, lembrou a passagem do dia do profissional de Educação Física, celebrado nesta terça-feira (1º).

“Quero parabenizar todos profissionais do nosso estado, que com o passar dos anos conseguiram provar sua importância, me orgulho muito dessa profissão que escolhi lá no início dos anos 2000”, relatou Krelling.

Camarões no lixo
Bruno Souza (Novo) criticou a lei brasileira que permite que um fiscal tenha o poder de decidir se algo pode ou não ser consumido ou comercializado.

“Duas toneladas de camarão pescados em Santa Catarina foram descartados no lixão, jogadas fora, 26 dias de trabalho em alto mar para pescar e tudo por que? Porque não tinha cumprido com a burocracia estatal, faltava um selo que, diga-se de passagem, demora em média dois anos para ser conseguido. E a Secretaria Nacional da Pesca se manifestou e disse que o selo não era necessário. O fiscal talvez tenha acordado de mau humor, nunca saberemos, o problema é ele ter este poder arbitrário, este pequeno ditador que decide”, criticou Bruno.

Celesc
Milton Hobus (PSD) reprovou a Celesc pelo aumento de 8,14% na energia elétrica, lembrou que o Parlamento aprovou lei proibindo aumento de tarifas de serviços concedidos e que a empresa já havia mudado a base de cálculo do consumo de energia dos produtores rurais.

“A Copel, no Paraná, reduziu a partir de julho de 3,5% e 4,1% o custo da energia para o cidadão e entrou na justiça, combinado com o governador, para tirar da base de cálculo o PIS e a Cofins, diminuindo o custo em cerca de 3%”, comparou Hobus.

O deputado ainda cobrou o pagamento das empresas contratadas pelas regionais da companhia para consertarem as redes de energia por conta dos vendavais que varreram o estado nas últimas semanas.

A líder do governo respondeu ao representante de Rio do Sul.

“Fiz contato com o presidente da Celesc, pedi celeridade para honrar os pagamentos, Rio do Sul fez o dever de casa, só falta homologação da diretoria”, explicou a deputada, referindo-se ao pagamento da empresa contratada pela regional da Celesc de Rio do Sul.

Reforma das escolas
Milton Hobus noticiou que o governo proibiu obras na Secretaria de Estado da Educação (SED) durante a pandemia.

“Não tem aula, as crianças estão em casa e as escolas deveriam ser consertadas agora, mas o governo proibiu obras na SED por conta da pandemia alegando perda de receita, ora julho foi o mês de recorde de arrecadação, na soma já estamos com arrecadação positiva, deixamos de pagar R$ 1 bi de dívidas e temos mais de R$ 1,2 bi de ajuda do governo federal. Falta gestão”, acusou Hobus.

Saúde mental
Fabiano da Luz (PT) indicou a necessidade de aumentar os recursos destinados ao tratamento e à prevenção dos transtornos mentais, que aumentaram significativamente com o isolamento social provocado pelo coronavírus.

 

Vítor Santos
Agência AL

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