Deputados cobram ações da SSP contra guerra de facções na capital

A guerra entre facções, que causou um aumento de quase 200% nos homicídios em Florianópolis nos primeiros 100 dias do ano em relação a 2015 e 2016, levou os deputados a cobrarem ações da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Até o dia 10 abril foram 66 mortes violentas na capital, são homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, um aumento de quase 200% em dois anos”, criticou João Amin (PP) durante a sessão ordinária da tarde desta terça-feira (11).

O representante de Florianópolis ponderou que na maioria dos casos tratou-se de revide e acerto de contas entre facções. “Anunciaram que vão reforçar a delegacia de homicídios, mas não concederam entrevistas, evitaram os questionamentos”, reclamou o deputado, que classificou as medidas de genéricas. “Dificilmente serão capazes de estancar os homicídios e os roubos”, avaliou.

Maurício Eskudlark (PR) concordou com o colega. “Quando têm problemas graves é necessário reunir, vir para imprensa e dizer o que está sendo feito para proteger o cidadão, a sociedade precisa de uma resposta, a criminalidade tem crescido e não tem havido ações para combater”, alertou o ex-chefe da Polícia Civil do estado.

Ismael dos Santos (PSD) responsabilizou o narcotráfico pela violência. “Não há dúvida que o x da questão está no narcotráfico, temos, infelizmente, números assustadores, 50 pequenas cracolândias em Florianópolis, inclusive na frente da Assembleia Legislativa”, relatou Ismael, que sugeriu “trabalhar de forma intensa na prevenção, tratamento e ressocialização” dos viciados.

Judô barriga-verde
Natalino Lázare (PR) anunciou que o catarinense de Joinville, Silvio Acácio Borges, preside a Confederação Nacional de Judô, enquanto o videirense Moisés Penso comanda a Associação Catarinense de Judô. “Eles promovem diversos campeonatos, estiveram há poucos dias em Caxias do Sul (RS), o judô brasileiro tem 22 medalhas olímpicas, três de ouro, e estão em busca de apoio”, informou Natalino.

Administração e Medicina no interior
Natalino Lázare também anunciou que o curso de Administração Pública da Udesc, em Videira, iniciará as aulas em agosto. “É uma universidade estadual na nossa região, quero dividir essa conquista com os empresários de Videira e com o prefeito Borga”, afirmou Natalino. Já Nilso Berlanda (PR) garantiu que o curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), campus Curitibanos, iniciará as aulas no segundo semestre de 2018.

Ciência x religião
Ismael dos Santos relatou na tribuna um caso de confronto de convicções entre orientador e orientando em um curso de Mestrado da Udesc. Segundo deputado, a aluna se propôs a estudar, ainda em 2013, problemas relacionados à virgindade, família e mudanças de costumes. “Quando foi descoberta que era cristã teve vasculhada sua vida pessoal, isso criou um clima de animosidade, de ofensas e humilhações por parte da professora”, descreveu Ismael, que pediu explicações à Udesc sobre a discriminação, intimidação, humilhação e tentativa de prejudicar a acadêmica.

Assédio moral e sexual
Ana Paula Lima (PT) não poupou críticas ao comportamento de homens com notoriedade nacional envolvidos em agressões, assédio moral e sexual. “Nessa hora verificamos como está naturalizada a ideia do assédio, as piadinhas sem graça, os constrangimentos sofridos diariamente”, declarou Ana Paula, que destacou o fato de que foi instaurado inquérito para apurar as agressões cometidas contra uma mulher por um participante de programa televisivo.