Deputado propõe declarar “patrimônio cultural” a pesca artesanal da tainha
Deputado propõe declarar “patrimônio cultural” a pesca artesanal da tainha
A pesca artesanal da tainha é um dos maiores eventos culturais do litoral catarinense. Movimenta a comunidade, a economia e a gastronomia e está enraizada na cultura das comunidades litorâneas desde o período da colônia. Por essas razões, o deputado Edison Andrino (PMDB) propôs que a pesca artesanal da tainha seja declarada patrimônio histórico, artístico e cultural do Estado de Santa Catarina.
Na justificativa do PL 182/2012, o autor explica que registros de historiadores e navegadores antigos indicam que a pesca da tainha já era praticada pelas tribos indígenas que habitavam o litoral em 1526. A tradição, que continua sendo executada nos dias de hoje, “não pode se perder, sob pena de perder-se a identidade e origem das comunidades que por centenas de anos fazem parte deste evento social que ainda hoje produz pescado e que é importante parte da economia local, pois a maior parte desta pesca ainda se dá por meio de canoas e redes artesanais das comunidades”, argumenta Andrino.
Conforme o texto do projeto, a temporada da pesca da tainha tem início no mês de maio, findando geralmente no dia 29 de junho, dia de São Pedro, padroeiro da pesca. E ocorre no litoral catarinense em função da migração dos cardumes vindos da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, com a chegada das frentes frias. A pesca artesanal da tainha é realizada coletivamente nas comunidades, reunindo homens, mulheres e crianças em um ritual que se repete todos os anos. O pescado é dividido entre os membros da comunidade ainda na praia. (Lisandrea Costa)