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08/05/2019 - 16h47min

Critérios da União inviabilizam Mais Médicos em SC, afirma prefeito

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Daniel Kothe, prefeito de Saudades e presidente da Amerios, usou a tribuna da Assembleia
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL

O prefeito de Saudades, Daniel Kothe (PT), ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, na tarde desta quarta-feira (8), para solicitar o apoio dos deputados na alteração dos editais do governo federal para seleção de profissionais para o programa Mais Médicos. Segundo o prefeito, os critérios estabelecidos nesses editais vão inviabilizar o programa na maioria dos municípios catarinenses.

Kothe ocupou a tribuna por solicitação do deputado Fabiano da Luz (PT). Ele se pronunciou também na condição de presidente da Associação dos Municípios do Entre-Rios (Amerios), entidade que congrega cidades do Oeste e Extremo Oeste de Santa Catarina.

Conforme o prefeito, o governo federal lançou os editais para dois novos ciclos de três anos na contratação de médicos para o programa. Os critérios estabelecidos impedem a renovação dos contratos dos atuais profissionais, o que comprometeria o atendimento da saúde básica nas pequenas cidades. Dos 214 municípios catarinenses que participam do programa, só 36, segundo o prefeito, atendem a esses critérios.

“Os dados mostram que as capitais e os grandes centros têm uma concentração maior de profissionais, enquanto as pequenas cidades e as periferias dos grandes centros têm mais dificuldades”, disse Kothe. “Com esses critérios, e a dificuldade em atrair médicos para os pequenos municípios, o atendimento na maioria dos municípios de Santa Catarina será comprometido.”

Além de prejudicar o atendimento à população, o prefeito afirmou que os municípios terão prejuízo financeiro, pois deixarão de receber R$ 1,2 milhão da União por médico contratado pelo programa. “Sem médicos nas pequenas cidades, os hospitais regionais e os centros especializados ficarão ainda mais sobrecarregados”, acredita o prefeito.

Kothe informou que nesta quinta-feira (9) haverá uma reunião da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) para pedir o apoio do governo na mudança dos critérios de seleção.

“Não se trata de um movimento político-partidário, estamos nos colocando à disposição para quem não conhece o programa para ver a transformação feita pelo programa Mais Médicos nos pequenos municípios”, declarou. “É uma nova realidade na atenção básica dos municípios, resolvendo boa parte dos problemas dentro dos postos de saúde.”

Ada de Luca (MDB), Marcius Machado (PR) e Dr. Vicente Caropreso (PSDB) manifestaram apoio ao pedido do prefeito de Saudades. “A falta desse programa significa falta de médicos, falta de atendimento para a população que mais precisa, prejuízo para os municípios e menos 140 milhões de reais para Santa Catarina”, completou o deputado Fabiano da Luz.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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