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06/09/2017 - 16h25min

Crise na saúde volta ao plenário e deputados criticam defasagem da tabela SUS

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Deputado Serafim Venzon abriu as discussões sobre crise na saúde e Tabela SUS
FOTO: Solon Soares/Agência AL

A crise na saúde barriga verde voltou a ser debatida no plenário com críticas contundentes à Tabela SUS. “O mutirão de cirurgias paga um valor além da Tabela SUS, imagine o cirurgião que ganha de R$ 50 a R$ 60 líquidos por procedimento, com o mutirão vai ganhar R$ 50 mais R$ 200, por isso que os procedimentos pelo SUS deixaram de existir, só cirurgia de emergência, não porque paga melhor, mas porque prende o médico e o diretor do hospital se não fizer”, descreveu Serafim Venzon (PSDB) na sessão desta quarta-feira (6) da Assembleia Legislativa.

José Milton Scheffer (PP) reconheceu a defasagem da Tabela do SUS. “Hoje nossos hospitais trabalham com um déficit enorme, não era objetivo do governo federal reajustar a tabela”, afirmou Scheffer, referindo-se aos governos de FHC, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

Scheffer destacou a situação da dívida da Secretaria de Estado da Saúde (SES). “O governo admitiu uma dívida de R$ 508 milhões, com o Hospital São José de Criciúma o valor é significativo, R$ 30 milhões”, informou Scheffer, que elogiou os gestores do hospital criciumense por manterem-no funcionando.

Scheffer fez um apelo aos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para deliberarem sobre o Projeto de Lei nº 13/2017. “Fizemos um acordo de líderes para deliberar até final de agosto, são R$ 102 milhões de superávit do Porto de São Francisco que vão entrar para o orçamento, com compromisso para beneficiar os hospitais filantrópicos”, ponderou Scheffer.

Neodi Saretta (PT) concordou com o representante de Sombrio. “Temos que deliberar os projetos que podem dar mais recursos para área da saúde”, defendeu Saretta, que ressaltou a sugestão que ofereceu para utilizar parte dos R$ 1,5 bilhão emprestados do BNDES na saúde, assim como os recursos originários da diminuição temporária das alíquotas do SC-Saúde.

Revogar as privatizações
Dirceu Dresch (PT) defendeu na tribuna revogar as privatizações levadas a cabo pelo governo Michel Temer. “Um governo sem credibilidade, que governa de costas para o povo, está entregando o Brasil. Felizmente temos políticos comprometidos com o país e campanhas de revogação de medidas que entregam nossas empresas públicas mais barato que preço de banana, o Brasil está sendo assaltado”, alertou Dresch.

Soberania nacional
Cesar Valduga (PCdoB) advogou que a soberania é um dos fundamentos do estado brasileiro e que a Constituição Federal de 1988 estabeleceu a superação da dependência brasileira dos centros capitalistas desenvolvidos, como os EUA e Europa. “A Constituição não rompeu com o sistema capitalista, mas quis formar um capitalismo autônomo, com desenvolvimento autocentrado, nacional e popular”, garantiu Valduga.

Segundo o representante de Chapecó, o país não pode abrir mão de setores estratégicos como energia e petróleo. “O Brasil é refém dos banqueiros e dos rentistas, então é importante dar oportunidade ao capital nacional, o sistema financeiro lucra com o prejuízo da indústria, do povo e do estado brasileiro, não podemos entregar o Brasil para os ‘paraguaios’ para não ficarmos reféns do FMI”, discursou Valduga.

Reforma tributária
Serafim Venzon defendeu o projeto de reforma tributária proposto pelo deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR). “O sistema atual é confuso, favorece a renúncia e a sonegação, onera a folha e prejudica os empregos, é um sistema regressivo, tira dos que têm menos, aumenta a pobreza e enriquece quem mais tem”, argumentou Venzon.

De acordo com o representante de Brusque, a proposta de Hauly estabelece o pagamento de impostos no destino final. “Um imposto sobre valor agregado, pagos por aquele que usa o produto, para acabar com a ideia de que o Sul é o meu país a cobrança será no destino final”, justificou Venzon.

24ª Romaria da Terra e das Águas
Padre Pedro Baldissera (PT) lembrou que no próximo domingo (10) acontecerá a 24ª Romaria da Terra e das Águas, em Pescaria Brava, no Sul do estado. “A primeira foi em Fraiburgo,  na comunidade de Taquaruçu, palco da Guerra do Contestado”, contou Padre Pedro, ligado à Igreja católica, movimentos sociais e pastorais. “O tema desta edição será o bioma da mata atlântica”, adiantou o deputado.

 

Vítor Santos
Agência AL

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