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15/03/2016 - 11h34min

Criciúma quer mais investimentos em segurança para conter criminalidade

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Evento foi realizado na Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e reuniu lideranças políticas e representantes de entidades de classe e associações

Aumento no efetivo policial, a construção de um Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) para menores infratores e a instalação de câmeras de videomonitoramento estão entre as principais demandas apresentadas em uma audiência pública realizada na manhã de segunda-feira (14), em Criciúma, para tratar do aumento da criminalidade na região.

O evento, promovido pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia, atendendo proposição do deputado Rodrigo Minotto (PDT), aconteceu na Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e reuniu lideranças políticas e representantes de entidades de classe e associações comunitárias.

Nos próximos dias, uma comissão a ser formada entre os participantes da audiência pública, buscará um encontro com o governador do Estado para tratar do tema. “Queremos discutir, acompanhar e cobrar a execução dessas ações. Nosso objetivo é que esses encaminhamentos não fiquem no discurso, mas que tragam resultados práticos e efetivos para a população”, disse Minotto.

Homicídios

Os relatos apresentados durante a audiência sobre o aumento da violência em Criciúma, sobretudo de assassinatos, são confirmados pelos registros oficiais. De acordo com a Gerência de Estatística e Análise Criminal da Secretaria de Estado da Segurança Pública, em 2015 foram confirmados 56 homicídios em Criciúma, número 160% maior do que em 2014, o que fez com que o município fechasse o ano como o segundo do estado em número de mortes, atrás apenas de Joinville, que tem uma população duas vezes maior.

O deputado federal Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que já atuou como secretário de Estado da Segurança Pública, observou que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece como aceitável até dez homicídios para cada 100 mil habitantes, e que os números de Criciúma já a colocam como uma das cidades onde mais se mata no país. “No Rio de Janeiro, considerada uma das cidades mais violentas do Brasil são registrados 24 homicídios por 100 mil habitantes. Em Criciúma essa proporção já está 30 por 100 mil. isso é muito grave.”

Para as lideranças locais, que citaram o aumento do tráfico de drogas e a falta de assistência a áreas socialmente carentes como as principais causas do morticínio, a solução mais imediata para o problema seria aumentar o contingente de policiais na região. Atualmente o 9º Batalhão da Polícia Militar conta com 248 profissionais para manter o patrulhamento em Criciúma e em outros quatro municípios (Forquilhinha, Içara, Siderópolis e Nova Veneza), quando o ideal, segundo o comandante da unidade, o tenente-coronel Evandro de Andrade Fraga, seria contar com 500 policiais.

Pela parte da Polícia Civil, a situação não é diferente. Segundo o delegado Vitor Bianco Júnior, a corporação dispõe de 71 efetivos para cobrir a região, quantidade inferior ao desejável. “Os números realmente não são bons e a tendência até o final do ano é se agravar. Esperamos que mais policiais venham para a academia e que a partir do ano que vem possam servir a sociedade catarinense.”

O delegado Márcio Campos Neves, representando a Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol-SC), também se queixou da impossibilidade de encaminhar jovens apreendidos em atos inflacionais para instituições socioeducativas. “O Conselho Nacional de Justiça considerou o sistema socioeducativo catarinense o quarto pior do país. Em Criciúma é um parto internar adolescente. Não tem vaga pra nada.”

Anúncios do governo

Ainda durante a audiência foram realizados alguns anúncios referentes às demandas da região, como a construção do Case de Criciúma. “Já temos a autorização para concorrência pública do Case, estimado em R$ 14,6 milhões e nos próximos dias será lançado o edital para a obra, com prazo de conclusão de 18 meses”, afirmou o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, em exercício, Leandro Lima.

O governo, disse, também está finalizando uma reforma no presídio Santa Augusta visando aumentar a capacidade da instituição de 400 para 680 vagas. Ainda neste semestre, também serão realizados novos investimentos para prover o Sul do estado de mais unidades penais femininas e a reforma e ampliação e reforma da penitenciária de Araranguá.

Lima destacou ainda ações como a aquisição de 25 novas viaturas para as corporações policiais, aquisição de tornozeleiras eletrônicas para as varas criminais de Criciúma e que Santa Catarina pleiteará junto ao governo federal, a construção de cinco casas de apoio ao egresso, uma das quais deve ser instalada no município.

O sistema de videomonitoramento, outra melhoria reivindicada junto ao governo, também já está sendo instalado, ainda que não na quantidade almejada, acrescentou o prefeito de Criciúma, Márcio Burigo. “Pedimos 180 câmeras e fomos agraciados com 100, cujas primeiras 45 já estão sendo cabeadas e energizadas e logo entrarão em funcionamento”, disse.

Ainda que não seja responsabilidade do ente municipal, prosseguiu Búrigo, a prefeitura tem tomado iniciativas para melhorar o policiamento da cidade. “A prefeitura tem feito sua parte com o incremento da guarda municipal e dos agentes de segurança de trânsito. Também estamos retomando o diálogo com a Câmara de Vereadores para a criação de uma diretoria de segurança.”

Também participaram da audiência os deputados Luiz Fernando Vampiro (PMDB), Valmir Comin (PP), Altair Guidi (PPS), José Nei Ascari (PSD), Cleiton Salvaro (PSB); o presidente da ACIC, César Smielevski; o promotor de Justiça do Ministério Público, Alex Sandro Teixeira da Cruz; o diretor de Polícia do Litoral, José Celso Corrêa; o representante da OAB de Criciúma, Fábio Jeremias de Souza; o presidente da Câmara de Vereadores de Criciúma, vereador Daniel Costa de Freitas; o prefeito de Balneário Rincão, Décio Góes, e o secretário da Agência de Desenvolvimento Regional de Criciúma, João Fabris.

 

Alexandre Back
Agência AL

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