Criada Frente Parlamentar da cultura tradicionalista, do turismo rural e do agronegócio
Presente nos 295 municípios de Santa Catarina, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) ganhou na manhã desta quinta-feira (13) uma instância de defesa de seus interesses. A Frente Parlamentar do Agronegócio, Turismo Rural e Cultura Tradicionalista foi lançada na Assembleia Legislativa para amparar politicamente o setor que une cultura, entretenimento e negócios.
O colegiado, que será coordenado pelo deputado Nilso Berlanda (PL), iniciou suas atividades já com a adesão dos deputados Maurício Eskudlark (PL), Milton Hobus (PSD) e Padre Pedro Baldissera (PT). Os demais parlamentares serão convidados a fazer parte do grupo. “Fui procurado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, que reúne todos os Centros de Tradições Gaúchas no Estado, para a gente motivar esta cultura”, explicou Berlanda. Segundo ele, há uma queixa do setor sobre a necessidade de maior apoio aos interesses da cultura tradicionalista, que vem perdendo espaço.
A cultura, defende o coordenador, não é só gaúcha, afinal está presente do Oeste ao Sul do território catarinense, do norte ao Litoral. São características que chegaram ao Estado trazidas por muitos migrantes que vieram do Rio Grande do Sul em busca de vida melhor e também ajudaram a colonizar e a formar Santa Catarina. “Dos 295 municípios dessa nossa grande querência, em todos temos o Movimento Tradicionalista. Eu sou da serra e neste ano participei de uma grande cavalgada ali em Tijucas, aqui ao lado de Florianópolis”, citou como exemplo.
Berlanda afirmou que o MTG vem enfrentando muitos problemas para, por exemplo, realizar os bailes e rodeios, duas das principais características da tradição. “Agora existem leis que não permitem mais. Há muita dificuldade com o Corpo de Bombeiros na liberação de alvarás, principalmente depois do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), [ocorrido em 27 de janeiro de 2013]. E isto está sendo deixado de lado. Então viemos aqui hoje com os demais parlamentares para debater e fazer uma frente parlamentar que responda estas questões.”
Outra área de atuação da frente parlamentar é voltada para o turismo rural. Principalmente na serra existe uma grande quantidade de hotéis “que estão sempre de portas abertas”, mas não têm um calendário anual de atividades. O deputado vê no colegiado as condições para que esta área possa ser beneficiada, até pela geração de empregos e renda proporcionada para a economia catarinense. “E para o agronegócio nós temos também muita responsabilidade. Aqui na Assembleia estamos discutindo muito a questão dos impostos sobre os agrotóxicos, e o pequeno produtor depende muito do agrotóxico. Por isso, temos que entender realmente a necessidade da agricultura antes de ajudarmos esse grande montante de pessoas.”
O evento também contou com quatro palestras diretamente ligadas aos interesses dos grupos defendidos pela frente parlamentar. O secretário adjunto da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Ricardo Miotto Ternus, por exemplo, falou sobre o panorama agrocatarinense, suas oportunidades e desafios. Ana Paula Schweiter, gerente de Políticas Públicas do Turismo da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina, tratou do turismo rural de base familiar.
O cooperativismo agropecuário foi avaliado pelo gerente de comunicação e marketing da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), Mauro Schuch. Finalizando o evento, o presidente do MTG catarinense, Valcírio Harger, expôs as características da força do movimento no Estado. Cada uma das palestras foi intercalada por apresentações artísticas.