Cooperativismo catarinense registra crescimento superior a 7% em 2018
FOTO: Solon Soares/Agência AL
Mesmo com a greve dos caminhoneiros e as dificuldades enfrentadas pela economia brasileira, as cooperativas catarinenses cresceram 7,22% em 2018, no comparativo com 2017. Com esse desempenho, o setor mantém os bons resultados registrados nos anos anteriores, com crescimento em receita e empregos mesmo diante da retração da economia em 2015 e 2016.
Os números do cooperativismo estadual foram apresentados no começo da tarde desta quarta-feira (10) pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), em evento na Capital. O setor faturou R$ 35,6 bilhões no ano passado.
Para o presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, a profissionalização dos dirigentes e dos colaboradores das cooperativas é um dos motivos que explica o crescimento do setor, apesar das dificuldades. A diversificação dos produtos oferecidos pelas cooperativas também justifica esse desempenho.
“O resultado não foi o esperado, em função de muitos fatores, principalmente no agronegócio, com a greve dos caminhoneiros, por exemplo. Mas temos um trabalho forte, junto aos nossos associados, com os jovens e as mulheres, que fez a diferença. É um trabalho que dá a credibilidade ao sistema cooperativista”, explica o dirigente.
O cooperativismo de crédito, conforme Suzin, foi um dos principais responsáveis pelo crescimento em 2018. Esse segmento responde pelo maior número de cooperados (1,744 milhão de pessoas), que cresceu 11% desde 2015. É, também, responsável pela segunda maior movimentação econômica do cooperativismo estadual: R$ 5,022 bilhões.
O agronegócio, apesar da greve dos caminhoneiros, ainda segue como o principal ramo do cooperativismo, responsável por 62% de toda a movimentação do setor. O faturamento em 2017 chegou a R$ 22,087 bilhões.
Para 2019, segundo Suzin, as perspectivas são melhores. O setor espera crescer em torno de 10% no ano. “Os números que temos até o momento são favoráveis e estão mostrando que podemos crescer até acima dos 10%. As exportações têm crescido, o agronegócio está com uma boa safra, além da perspectiva de abertura de novos mercados”, comenta.
Empregos
O número de cooperados também aumentou (7,41%) e chegou aos 2,461 milhões de catarinenses. O mesmo ocorreu com os empregos diretos, que atingiram mais de 63 mil postos de trabalho. Desde 2015, o cooperativismo catarinense gerou quase 7 mil empregos diretos, apesar da crise econômica.
“As cooperativas não demitiram durante a crise”, destaca o superintendente da Ocesc, Neivo Luiz Panho. “A agropecuária responde pelo maior número de empregos, mas o cooperativismo de crédito está crescendo, com um maior número de agências, que resultam em mais empregos.”
Para o superintendente, tão importante quanto a geração de empregos e a manutenção dos mesmos. “As cooperativas catarinenses são muito profissionais, evoluíram fortemente na gestão e na responsabilidade dos negócios. São negócios sustentáveis, os resultados são palpáveis. Não são empregos que nascem e daqui a pouco desaparecem, eles são sustentáveis.”
Faturamento | R$ 35,6 bilhões |
Número de cooperativas | 258 |
Número de associados | 2,461 milhões |
Empregos diretos gerados | 63.348 |
Tributos recolhidos | R$ 2,820 bilhões |
Sobras (resultado) | R$ 1,206 bilhão |
Patrimônio líquido das cooperativas | R$ 13,465 bilhões |
Agência AL