Construção de ferrovias e atuação de bombeiros pautam sessão ordinária
A construção das ferrovias Leste – Oeste e Litorânea deve ter prioridade política em Santa Catarina. Essa pauta foi defendida na sessão ordinária da manhã desta quarta-feira (28) pelo deputado Eni Voltolini (PP) e recebeu o apoio de vários deputados, dentre eles, Ismael dos Santos (PSD), Sargento Amauri Soares (PSOL) e Sílvio Dreveck (PP). Voltolini cobrou respostas sobre o andamento do edital para elaboração do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) da Ferrovia Leste – Oeste, cuja ordem de serviço foi assinada há um ano.
O deputado Dirceu Dresch (PT), presidente da Frente Parlamentar Catarinense das Ferrovias, esclareceu que o processo licitatório está em fase final. Houve atraso na licitação porque as empresas que perderam entraram com recursos e o Tribunal de Contas da União interpôs obstáculos, agora resolvidos, segundo o parlamentar. Dresch frisou que construir ferrovias é muito caro no Brasil e a iniciativa privada não tem participado dos leilões. “A obra da Ferrovia Leste – Oeste está estimada em R$ 5 bilhões. O Estado terá que bancar esses custos, que são muito altos, mas o importante é que há decisão política de investir em ferrovias no Brasil.”
De acordo com o deputado Sargento Amauri Soares (PSOL), “nas últimas seis décadas, todos os governos anteriores desprezaram a ferrovia como transporte de passageiro e de cargas no país”. Sílvio Dreveck enfatizou a necessidade de mobilização política. “Precisamos aprofundar esse debate. E pensar um modelo de parceria público-privada que seja mais atrativo para os investidores”, disse.
Bombeiros voluntários
Outro assunto que dominou os pronunciamentos do dia foi a disputa entre bombeiros voluntários e bombeiros militares. O tema foi levantado pelo deputado Nilson Gonçalves (PSDB). Ele disse que os bombeiros voluntários vivem a situação mais difícil que já viu em toda sua trajetória política. “As entidades deveriam trabalhar em regime de cooperação para o bom atendimento da população. No entanto, quando os militares se instalam ‘estrangulam’ os voluntários até o desaparecimento da corporação”, argumentou.
Na opinião de Eni Voltolini, as pessoas desejam receber o melhor serviço público, seja de onde vier. “Estamos discutindo se o atendimento de militar é melhor que voluntário ou vice-versa. Enquanto isso, 171 municípios não têm nenhum serviço de bombeiros. É injusto discutir qual é melhor, queremos que se restabeleça o bom senso. Essas pessoas não são adversárias, o trabalho delas converge para o bem comum. Eu me recuso a acreditar que essa disputa seja movida pela arrecadação de recursos.”
Sargento Amauri Soares lembrou que esse assunto já foi alvo de muitos debates e objeto de uma PEC aprovada no ano passado. “Não creio que seja verdade afirmar que o bombeiro militar quer sufocar o bombeiro voluntário. O que há de divergente é o fato de que uma entidade da sociedade civil seja concorrente, em pé de igualdade, com o Estado. Não há previsão para isso no nosso ordenamento jurídico”, defendeu. O parlamentar concorda que os bombeiros voluntários precisam de melhor estrutura e de apoio do Estado porque realizam um trabalho importante.
Mostra do vinho
O presidente interino, deputado Padre Pedro Baldissera (PT), convidou o público a participar da programação da IV Mostra do Vinho Catarinense, que acontece nesta quarta na Assembleia Legislativa. O evento foi criado em 2011 para valorizar a vitivinicultura catarinense. Vinícolas de todas as regiões do estado participam da mostra. A programação inclui a realização do 1º Simpósio Desafios da Cadeia Vitivinícola, a partir das 15 horas, e oficinas de degustação.
Tabagismo
A comemoração do Dia Mundial sem Tabaco, no dia 31 de maio, foi destacada por Ismael dos Santos. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde, em 1987, para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O tabagismo mata 6 milhões de pessoas por ano no mundo e continua sendo o fator de risco mais importante nas doenças crônicas comuns como o câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças respiratórias.
Segundo dados apresentados pelo parlamentar, o tabaco mata mais que tuberculose, aids e malária juntas. No Brasil, responde por 11% de todas as mortes. O fumo é responsável por cerca de 70% das mortes por câncer de pulmão, traquéia e brônquios. “A única forma segura de fumar é não fumar”, sentenciou Ismael.
Agência AL