Conselho Regional das Apaes promove curso sobre autismo e deficiências múltiplas
Com o objetivo de capacitar o corpo funcional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) da região da Grande Florianópolis, teve início na manhã desta segunda-feira (22) o curso “Ampliando conhecimentos sobre autismo e deficiência múltipla”. Promovido pelo Conselho Regional da instituição, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa, o evento se estende até as 17 horas de terça-feira no Centro Multiuso de São José.
De acordo com a conselheira do Conselho Regional e presidente da Apae Florianópolis, Arlete das Graças Torri, esta é a terceira edição do evento, realizado anualmente para o aperfeiçoamento dos cerca de 300 profissionais que integram as 11 Apaes locais. “Além de ser um espaço para a aquisição de novos conhecimentos, estes cursos são fundamentais para a troca de experiências sobre as melhores formas de lidar com pessoas com necessidades especiais”.
Ainda segundo Arlete, o curso foi estruturado dedicando um dia a cada tema, sendo a abertura reservada ao autismo. “Atualmente 50 dos nossos 467 alunos apresentam esta forma de deficiência, que é muito complexa e exige dos nossos professores uma reciclagem constante para o seu acompanhamento”, disse.
Autistas podem ser comunicativos
Considerada uma disfunção que afeta principalmente a capacidade de comunicação e socialização do indivíduo, o autismo ainda é muito pouco compreendido pela maior parte da sociedade, afirmou o fonoaudiólogo chileno Miguel Higuera.
Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Higuera destacou em sua palestra que o desenvolvimento da comunicação na criança autista deve ser buscado tanto em casa quanto na escola, valorizando não só a verbalização, mas também expressões e gestos. “Cerca de 60% das crianças autistas não desenvolvem normalmente a fala, mas isso não quer dizer que não sejam comunicativas. Quase a metade das condutas dos autistas está dentro do que se considera como normal. Nosso desafio é saber como interagir com eles”.
Autor do livro “Transtorno do Desenvolvimento e da Comunicação – Autismo: Estratégias e Soluções Práticas”, Higuera destacou uma série de cuidados visando facilitar a interação com os autistas, entre eles o de exercitar a concisão.
"O cérebro dos autistas são como computadores com pequena capacidade de processamento, por isso o ideal, quando tentamos conversar com eles, é que passemos as informações por meio de poucas palavras”, disse.
Agência AL