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22/09/2014 - 18h02min

Conselheiro do Banco Mundial destaca situação atual dos Brics

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Condição atual e desafios das economias emergentes foram debatidos na Fiesc. FOTO: Agência AL

Realizar as reformas estruturais para que o país possa recuperar a produtividade de sua indústria, sem depender apenas do acesso ao crédito ou de medidas protetivas, e entrar num novo ciclo de crescimento econômico. É o que defende o conselheiro sênior do Banco Mundial para os Brics, o brasileiro Otaviano Canuto, que participou, na tarde desta segunda-feira (22), de um seminário sobre a situação atual do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

Para Canuto, após o entusiasmo inicial com a expansão das economias dos Brics, principalmente depois da crise de 2008, a economia mundial vê com pessimismo o destino desses países emergentes. “É um pessimismo exagerado”, acredita. “Tudo vai depender da qualidade da política econômica que for adotada nesses países como resposta aos novos desafios”.

O conselheiro do Banco Mundial lembra que os Brics, embora mantenham uma agenda em comum e tenham criado um banco de desenvolvimento próprio, são países muito diferentes entre si e com pesos diferentes na economia mundial. “A China é um ator global na economia. A Rússia tem um peso militar. O Brasil tem uma liderança regional, mas não tem um peso equiparado ao da China”.

Canuto enfocou principalmente a situação da China e do Brasil. Ele destacou que o atual modelo de desenvolvimento do país asiático – a transformação da mão de obra de baixa produtividade abundante na zona rural em uma força de trabalho manufatureira urbana - está perto do esgotamento. “A China parte, agora, para um modelo que agrega mão de obra qualificada e inovação tecnológica”.

No caso do Brasil, ele ressaltou que o modelo de crescimento baseado na ampliação do crédito, na concessão de incentivos e de medidas protetivas à indústria nacional também está esgotado. “O Brasil ‘dormiu nos louros do sucesso’ que conquistou nos últimos anos e não fez as reformas estruturais necessárias para manter o crescimento de sua economia”, considera.

Canuto citou que os avanços na educação, na estabilidade da economia e na redução da miséria, embora importantes, não foram suficientes para manter o país num ciclo sustentável de crescimento. Para isso, é preciso transformar o Brasil num bom ambiente de negócios. “O Brasil está entre os piores do mundo nessa questão. Entre 160 países, estamos em 110º”.

O representante do Banco Mundial considera que o Brasil tem que rever o modo como tratou até aqui os interesses de sua indústria. “É necessário se integrar às cadeias globais de valor, buscar inserção tecnológica, valor agregado e mão de obra qualificada, nos ramos em que a economia brasileira pode competir”. No entanto, o êxito depende de disciplina macroeconômica, melhoria nos gastos públicos e reformas estruturantes. “Não se pode almejar a integração às cadeias globais de valor se não se oferecer as condições adequadas, seja na infraestrutura, seja nos negócios”, finalizou.

O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou a importância do assunto para a indústria do estado. “Santa Catarina tem uma tradição de comércio exterior. Exportamos para quase todos os continentes e neste ano acumulamos uma alta de 6% nas exportações, enquanto o Brasil teve um pequeno recuo. Temos agora que agregar valor e nos tornar mais competitivos para ampliar nossa participação no comércio exterior”, destacou.

Marcelo Espinoza
Agência AL

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