Congresso da Acaert discute segmentação da mídia e futuro da TV

João Debiasi (e) e Thamy Soligo participaram do painel sobre regionalização da mídia no congresso da Acaert
FOTO: Solon Soares/Agência AL

“Furo” jornalístico, regionalização da mídia e o futuro da TV foram os principais temas discutidos nesta terça-feira (17), no segundo dia do 16º Congresso Catarinense de Rádio e Televisão, promovido pela Associação Catarinense das Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert), no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis. As atividades do dia foram abertas com a palestra da jornalista da TV Globo Sonia Bridi, que tratou do “furo” mundial de reportagem que obteve ao entrevistar o ex-agente da CIA Edward Snowden, conhecido por divulgar dados secretos da espionagem norte-americana.

Sonia Bridi, que iniciou sua carreira em Santa Catarina, também comentou sobre a entrevista com o presidente interino Michel Temer, veiculada no último domingo. “Num momento em que o país está numa situação tão difícil, é uma responsabilidade muito grande saber quais perguntas fazer. A maior pressão é fazer um trabalho justo, correto, não só com o entrevistado, mas com as pessoas que estão ouvindo", disse.

No período da tarde, o diretor de afiliadas do SBT, Roberto Franco, demonstrou que as previsões sobre o fim da TV aberta, mediante o avanço da internet, não se concretizaram. Para ele, a internet só tem contribuído para o crescimento da televisão, no Brasil e no mundo. Franco também tratou das tendências, hábitos de consumo e comportamento do mercado.

“A TV está mais forte do que nunca. No Brasil, é o meio de maior relevância”, afirmou. “A internet é, na realidade, uma grande oportunidade para a televisão, um novo meio de distribuição. É um espaço para conteúdo diferenciado, mas o conteúdo que passa da TV é um dos mais procurados na internet.”

O dia de atividades no congresso da Acaert foi encerrado com o painel sobre regionalização da mídia, com participação do diretor de Divulgação da Secretaria de Estado da Comunicação, João Debiasi, e da diretora da Comunicação Social da Assembleia Legislativa, Thamy Soligo. Eles mostraram aos participantes como é possível segmentar a informação conforme a região e o público-alvo.

Conforme Debiasi, o governo catarinense tem divulgado os investimentos feitos pelo estado em campanhas publicitárias elaboradas de forma diferenciada para cada região. “Como a malha viária do estado é muito grande, fizemos uma campanha para cada região, afinal o morador do Litoral não tem muito interesse em saber sobre os investimentos feitos em rodovias no Oeste”, comentou.

O mesmo vale para os investimentos que envolvem o estado como um todo, em áreas estratégias, como saúde e educação. “O cidadão tem um entendimento melhor do que acontece no seu entorno. As pessoas querem saber o que acontece no seu município, no seu bairro”, explicou Debiasi.

Já a diretora de Comunicação da Alesc mostrou que a segmentação não pode ser apenas geográfica e deve enfocar os públicos e os vários meios de distribuição existentes. “Há grupos jovens, grupos de interesse social específica, que se comunicam de forma própria e usam canais específicos. Nosso desafio é como alcançar esse público”, disse.

De acordo com Thamy, a Assembleia Legislativa procura atingir esses vários públicos por meio da atuação em vários canais de divulgação. “Além dos meios tradicionais, estamos no Whatsapp, nas redes sociais. Nossos veículos têm encontrado o seu perfil de público, definido a melhor linguagem para cada público.”

O 16º Congresso Catarinense de Rádio e Televisão tem prosseguimento nesta quarta-feira (18), último dia de atividades. A programação completa está disponível no site da Acaert.