Congresso Brasileiro de Soja reúne 2 mil pesquisadores em Florianópolis
O principal fórum de debates sobre desafios e tendências do mercado da soja está ocorrendo em Florianópolis, até o dia 25 de junho, no Centrosul. O 7º Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), aberto na segunda-feira (22), é realizado este ano paralelamente com a Mercosoja 2015, uma feira de divulgação de tecnologias e produtos. Os dois eventos reúnem cerca de 2 mil participantes do Conesul.
Os vários aspectos da cadeia produtiva estão em discussão no congresso, que conta com a participação de pesquisadores de diversos países. “É o momento de debater os problemas e desafios do complexo soja, de propor soluções e de compartilhar informações sobre novas tecnologias existentes”, informou o presidente do congresso e pesquisador da Embrapa, Alexandre Nepomuceno.
Os países do Conesul são responsáveis por 50% de toda a soja produzida no mundo. O Brasil é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. “Nossa última safra atingiu 95 milhões de toneladas. Em breve, podemos nos tornar o maior produtor mundial porque temos áreas de agricultura disponíveis para dobrar a produção de alimentos”, disse Nepomuceno. Ele ressaltou que 40% dos empregos no país têm ligação com o agronegócio. Em tecnologia, conforme o pesquisador, o Brasil não perde em nada para os Estados Unidos. Mas tem grandes desafios em questões como a melhoria da infraestrutura de transportes, que eleva o custo do produto, e carência de estruturas de armazenamento.
Santa Catarina é o 7º produtor de soja no país. No entanto, como maior produtor de suínos e segundo produtor de frangos, o estado tem um grande mercado consumidor de soja, um dos principais componentes da ração animal.
Palestras
Uma das palestras do congresso teve como enfoque o impacto das mudanças climáticas e as estratégias para a agropecuária. “Os gases que causam o aquecimento do planeta ─ dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (CH4) – provocam mudanças climáticas e têm impacto direto na agropecuária, mas os processos do campo também emitem gases e interferem no ambiente”, relacionou o professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP), Carlos Cerri.
Entre as estratégias para minimizar as interferências climáticas, ele relacionou a substituição dos combustíveis fósseis por combustíveis renováveis, a redução do desmatamento e a adoção de tecnologias, pela agropecuária, que aumentem a produtividade e reduzam as emissões. “Podemos, de uma maneira muito promissora, gerar empregos para as novas gerações e mudar o sistema produtivo com inovações”, analisou o professor.