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28/08/2017 - 13h12min

Congresso aborda aspectos clínicos do aleitamento e conduta profissional

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Tendo em vista a pressão do mercado de trabalho e o desenvolvimento constante de novas fórmulas que podem substituir o leite materno, muitas mães atualmente se veem diante do dilema de seguir, ou não, adiante com o processo de amamentação natural de seus bebês.

Para ressaltar a importância do alimento para a formação das crianças, profissionais e especialistas da área da saúde reuniram-se na manhã desta segunda-feira (28) para o 2º Congresso Catarinense de Aleitamento Materno, que se estende até amanhã na Assembleia Legislativa.

O evento é promovido pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, com o apoio da Prefeitura de Florianópolis, Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e organizações parceiras.

Proponente do congresso, a deputada Dirce Heiderscheidt (PMDB) afirmou que levantamento de 2010 do IBGE apontou que 43,55% da força de trabalho brasileira é feminina e que 38% das famílias são sustentadas exclusivamente por mulheres.

Neste sentido, a parlamentar, que é autora da Lei 16.906/2016, que instituiu o Agosto Dourado, mês voltado à conscientização sobre a importância do aleitamento materno, questionou se as preocupações com a manutenção do emprego não estariam entre as causas do desmame precoce. “Será que as empresas, os empregadores, atendem as necessidades dessas mães que amamentam, principalmente naqueles dois primeiros meses após o retorno da licença-maternidade, período fundamental para que a criança seja beneficiada pelo leite materno?”

Ela também reforçou a necessidade da implantação de políticas públicas mais eficazes para atender as mães trabalhadoras. “Desejamos que todas as discussões realizadas neste congresso possam contribuir, de fato, para a promoção do aleitamento materno”, disse.

Além da parte nutricional
Em sua palestra, intitulada “Aleitamento materno nos dias de hoje. Por que e para quê?”, o médico pediatra Jayme Murahovschi afirmou que o Brasil de hoje conta com uma taxa de mortalidade infantil equiparável ao de países desenvolvidos e que a amamentação não é mais vista como um ato imprescindível para a sobrevivência do bebê.

Um dos fatores para isto, disse, são as novas fórmulas alimentares, que nutrem os bebês, mas não chegam a substituir o leite materno e podem mesmo causar obesidade nas crianças. “O leite materno é insuperável e importante para a obtenção de uma criança saudável e um futuro adulto com boa qualidade de vida.”

Para exemplificar, o especialista, que conta com 60 anos de trabalho na área, citou as mais recentes descobertas da ciência sobre o leite materno. “Hoje se sabe que ele produz diversas alterações na criança, ajudando não só no combate a infecções, mas também pelo resto da sua vida, seja corrigindo problemas no funcionamento dos genes, principalmente no que se refere aos processos metabólicos, mas também o funcionamento cardiovascular e até na prevenção ao surgimento de cânceres.”

Conduta profissional e doação de leite
Na sequência, Keiko Miyasaki Teruya, doutora em medicina preventiva, falou sobre aconselhamento e manejo clínico da amamentação.

Em sua palestra, ela destacou a importância de que os profissionais envolvidos no atendimento pós-parto saibam se comunicar com as mães, ouvindo seus problemas e repassando os conhecimentos de uma forma mais acessível ao entendimento. “Nós, médicos, achamos que já sabemos tudo, mas precisamos saber conversar com a mãe, de forma mais humana e utilizando uma linguagem sem tantos termos técnicos, elogiando seus avanços e desenvolvendo sua autoconfiança."

Ainda no período da manhã, Tatiana Lemos, que atua como médica pediatra no município de São José, apresentou sua experiência com a criação da página digital “Amigos do Banco de Leite”.

A proposta da iniciativa, disse, é que mães em período de lactação e com leite sobrando, doem o alimento em atendimento aos bebês doentes e prematuros das UTIs neonatais da região.  “A página foi iniciada em março deste ano e hoje já contamos com 28 mil participantes, que disseminam essa semente de estímulo à amamentação e à doação de leite humano”, comemorou.   

Alexandre Back
Agência AL

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