Comunidade de Chico Mendes pede doações para revitalizar espaço público
Lideranças da comunidade de Chico Mendes, uma das mais violentas da Capital, estão pedindo latas de tintas, rolos, pinceis, tinta em spray e brinquedos. O material será utilizado no “Mutirão do bem”, dia 1º de abril, quando moradores e voluntários revitalizarão o espaço interno de um prédio público invadido em 2004. “Este espaço é da prefeitura, a comunidade invadiu a parte de cima, mas a parte de baixo está abandonada. Queremos revitalizar a parte central para as crianças e idosos”, explicou Maicon Willian de Jesus Chaves, o MC Komay, nativo do Monte Cristo e idealizador do mutirão.
Parte do andar térreo do prédio foi recuperada pela comunidade em junho de 2015 e atualmente abriga o Projeto Geração da Chico, que oferece acompanhamento psicológico, pedagógico e oficinas socioeducativas para cerca de 50 crianças. “Quando vêm muitos alunos, como nas aulas de dança e capoeira, o espaço da sala é pequeno. Nessa hora o espaço interno, que fica ao ar livre, seria muito bom para as crianças”, justificou Ana Karolina de Oliveira, psicóloga e coordenadora do Geração da Chico.
A reportagem da Agência AL visitou o local, situado no coração da comunidade, e constatou o abandono da estrutura. “Duas crianças já morreram de leptospirose, tem esgoto, lixo e muitos ratos dentro dessas salas e no pátio”, lamentou Willian de Jesus, que pediu o apoio da Casan, da Comcap e da Secretaria Municipal do Continente, as duas últimas vinculadas à prefeitura da Capital. “As crianças andam descalças”, descreveu.
O mutirão tem o apoio da Associação de Moradores da Comunidade de Chico Mendes. “Enquanto as crianças estiverem aqui não estarão na rua, aqui é mais seguro”, afirmou Jones Carlos Ferreira, presidente da associação. Os interessados em doar podem entrar em contato com a direção da EEB América Dutra Machado, através dos telefones (48) 3665-6354 ou pelo WhatsApp (48) 98466-1187. “As pessoas têm medo de entrar na comunidade, mas podem trazer as doações aqui na escola”, informou Karla Pereira, diretora do educandário.
Agência AL