Comunidade da Enseada de Brito pede apoio contra determinação da Funai
Em reunião na tarde desta terça-feira (5) com a deputada Dirce Hiederscheidt (PMDB), os representantes do Movimento contra a Demarcação de Terras Indígenas no Morro dos Cavalos falaram sobre o processo demarcatório realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Formado por moradores do distrito da Enseada de Brito, Maciambu Pequeno e Araçatuba, o movimento solicitou apoio ao Poder Legislativo contra a iniciativa de desapropriação determinada pela Funai.
A iniciativa visa, por intermédio do Poder Legislativo, chegar ao governo do estado na tentativa de anular a determinação no Ministério Público, sendo que a partir do próximo dia 15 a Funai estará entregando a carta de despejo. Solidária à causa, a parlamentar declarou que encaminhará à Mesa da Assembleia um requerimento solicitando um espaço para manifestação em Plenário. “Precisamos buscar força política dos governos estadual e federal para solucionar o impasse vivido na região”, frisou.
Na ocasião, a diretora de Comunicação do Conselho Comunitário da Enseada de Brito, Suzana Alano, salientou que entre os principais reflexos do processo demarcatório está a expulsão de 60 famílias que residem nas terras demarcadas, sendo a maioria pescadores tradicionais. “Essa ação representa uma grande injustiça para com as famílias que residem na região e que não possuem condição alguma de sair das terras. Além do despejo, a indenização será feita referente ao imóvel e não sobre as terras. Isso significa receber um valor insignificante para recomeçar em outro lugar”, declarou.
Segundo Suzana, um levantamento demográfico realizado pela Funai, em 2008, aponta que dentro da área de 1.988 hectares existem 103 propriedades, onde residem as 60 famílias e aproximadamente 40 indígenas, muitos deles índios Mbyá e Nhandéva naturais do Paraguai. “Atualmente as ONGs internacionais são as mais interessadas na demarcação de terras indígenas, impedindo o crescimento do Brasil”, observa.
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