Comissão vai cobrar melhorias e pavimentação na rodovia SC-108
A Comissão de Transporte e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa vai cobrar do governo estadual a celebração de convênios com prefeituras para a manutenção da rodovia SC-108, entre Anitápolis e Santa Rosa de Lima, bem como a pavimentação deste trecho, de 23 quilômetros de extensão. A estrada, que se encontra em situação precária por causa das chuvas das últimas semanas, foi tema de uma audiência pública na tarde desta segunda-feira (16), com a presença de prefeitos e vereadores de quatro municípios, além de representantes de entidades como OAB, Crea e sindicatos de trabalhadores rurais.
De acordo com o presidente da Comissão de Transportes, deputado João Amin (PP), o trecho entre Anitápolis e Santa Rosa de Lima, no limite entre a Grande Florianópolis e o Sul de Santa Catarina, é o mais perigoso da rodovia, que tem 472 quilômetros de extensão, e vai de Joinville a Praia Grande, em paralelo à BR-101. “Nós vamos mobilizar toda a comunidade regional, juntamente com a Assembleia Legislativa, para buscar junto ao Deinfra a pavimentação dessa estrada, que é importante por vários aspectos”, comentou João Amin.
Além de não estar asfaltado, esse trecho da SC-108 é bastante sinuoso, com pista estreita, e a passagem de dois veículos ao mesmo tempo, em alguns pontos, é impossível. A pavimentação é considerada essencial por vários municípios, por causa do escoamento da produção rural. Tanto que a obra foi eleita como prioritária em três audiências públicas do Orçamento Regionalizado realizadas pela Assembleia neste ano.
Perigos
Conforme o prefeito de Anitápolis, Marco Antônio Medeiros Junior, a SC-108 é uma estrada centenária, que durante anos foi a única ligação rodoviária entre o Rio Grande do Sul e a antiga capital do Brasil, Rio de Janeiro. “É uma rodovia que tem um papel importante para o escoamento da produção de frango da região, além de ser uma alternativa para aliviar o tráfego da BR-101”, comentou o prefeito. “Mas o Estado não tem dado a manutenção necessária e já há aviários que ameaçaram deixar a região por causa da péssima situação da estrada.”
Um dos proponentes da audiência, o vereador Fábio Ribeiro, de Anitápolis, classificou como “vergonhosa” a condição da SC-108. “As crianças correm perigo, porque o transporte escolar usa essa estrada. As pessoas que buscam tratamento de saúde também passam por lá, turistas, produtores rurais. Não aguentamos mais essa situação.”
A prefeita de Santa Rosa de Lima, Dilcei Heidmann, destacou os acidentes graves e as mortes que já ocorreram na estrada por causa da falta de conservação. Ela lembrou que com a pavimentação, os moradores de Santa Rosa teriam uma alternativa 100 quilômetros mais curta para chegar à Capital.
Convênios
O prefeito de Rio Fortuna, Lourivaldo Schuelter, lembrou da importância regional da estrada. Embora reconheça que a melhor alternativa é a pavimentação, o prefeito considera que, de imediato, a opção mais viável é a celebração de convênios entre o Estado e as prefeituras da região para o repasse de recursos para a manutenção da SC-108, como já ocorreu no ano passado, ao invés da contratação da terceirização do serviço. “Seria uma medida para, pelo menos, amenizar a situação”, disse.
O deputado José Nei Ascari (PSD), que participou da audiência, também defendeu os convênios. Ele propôs também a criação de uma comissão, reunindo parlamentares e autoridades dos municípios interessados, para acompanhar o projeto de pavimentação da obra, que está em fase de conclusão no Deinfra.
O representante do Deinfra na audiência, Delbi Joel Canarin, afirmou que a melhor alternativa para a SC-108 é a sua implantação e pavimentação. Segundo ele, o projeto para a obra já existe e encontra-se em fase de finalização. “Uma sugestão é buscar a inclusão da obra no financiamento via BID, que já está em andamento”, afirmou.
A Comissão de Transportes também vai apurar informação passada pelo presidente da Câmara Municipal de Anitápolis, vereador Alberto Bennert Neto, durante a audiência. Segundo ele, uma empresa de Lages recebeu recursos para realizar a manutenção da estrada, sem que isso tenha ocorrido. “A obra foi dada como concluída, mas quem passa pela rodovia não viu nada disso”, comentou.
Ao final da audiência, os participantes decidiram elaborar uma carta, que será entregue ao Deinfra, com as reivindicações para a SC-108. Uma comissão de acompanhamento também será criada.
Agência AL