Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
06/05/2020 - 15h26min

Comissão de Saúde discute situação da Covid nos frigoríficos de SC

Imprimir Enviar
Reunião foi realizada por meio de videoconferência, na tarde desta quarta-feira (6)
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa debateu, em reunião na tarde desta quarta-feira (6), a situação dos frigoríficos catarinenses na prevenção da Covid-19. Participaram do encontro, que foi realizado por videoconferência, representantes de entidades do setor, Ministério Público do Trabalho (MPT), Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria de Estado da Agricultura.

Segundo o presidente da comissão de Saúde, deputado Neodi Saretta (PT), o objetivo foi discutir a necessidade de conciliar a segurança alimentar da população com a preservação da saúde pública e da cadeia produtiva do agronegócio, uma das mais importantes do estado. “Sabemos da importância desse setor, vital na segurança alimentar, do mesmo jeito que é importante a saúde de quem trabalha nos frigoríficos”, comentou.

No encontro, os representantes da Associação Catarinense de Avicultura (Acav)/Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindcarne-SC) afirmaram que os frigoríficos catarinenses  adotaram protocolos rigorosos para controle da Covid em suas plantas, com orientação de médicos infectologistas e do Hospital Albert Einstein,

“A indústria de alimento, por conceito, já precisa operar num ambiente limpo. Além disso, adotamos uma série de medidas, como distanciamento, uso de EPI, redução da quantidade de pessoas dentro dos ônibus que transportam os trabalhadores”, comentou José Antonio Ribas Junior, presidente da Acav. “Isso nos dá a certeza que estamos construindo um ambiente seguro para os nossos colaboradores.”

O gerente do Sindcarne, Jorge Luiz de Lima, confirmou a adoção dessas medidas, mas afirmou que é necessário que os trabalhadores mantenham as medidas de precaução em suas residências. “O que se pratica na agroindústria também tem que ser praticado no lar do trabalhador, senão todo esse nosso trabalho acaba sendo colocado por terra”, disse.

Preocupação
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Raquel Bittencourt, reconheceu que os frigoríficos se anteciparam na prevenção, mas afirmou que é necessário aprimorar esse controle, dadas as características dos frigoríficos. “As chances de transmissão são grandes, mesmo que seja num ambiente com muitos cuidados de higiene”, comentou.

Ela apontou que as indústrias devem aprimorar os cuidados em alguns procedimentos, como a desparamentação do trabalhador (quando ele retira o uniforme e os equipamentos de proteção), o distanciamento no transporte, nas trocas de turno e em todos os ambientes das plantas industriais.

Raquel citou que na região da Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (Amauc), onde há vários frigoríficos, a situação é preocupante. Em Concórdia, de 121 casos de Covid confirmados, 72 eram de trabalhadores do setor. Por isso, a secretaria deve concluir em breve um estudo epidemiológico em oito unidades do estado.

O procurador do MPT e gerente nacional do Projeto de Adequação das Condições de Trabaçho em Frigoríficos, Sandro Sardá, fez uma análise preocupante da situação dos frigoríficos. Para ele, a situação é “absolutamente grave e desafiadora”, pois houve demora na adoção dos protocolos de prevenção. Ele citou o caso de uma planta em Ipumirim, com 1,3 mil colaboradores, que registrou 44 casos da Covid-19.

“É inadmissível a minimização dos problemas. Do contrário, podemos ter uma tragédia nos frigoríficos, superior à área da saúde”, afirmou o procurador, que não descartou a possibilidade de suspensão de atividades dos frigoríficos. “Não defendo o fechamento, a atividade econômica deve prosseguir. Mas em alguns casos extremos, para impedir um prejuízo maior à sociedade, é fundamental se considerar uma parada por 14 dias”, declarou.

O secretário de Estado da Agricultura, Ricardo de Gouvea, afirmou que a proposta de parar frigoríficos pode resultar em sérios problemas sanitários, que podem fechar mercados para a produção catarinense no Exterior. “Temos que tomar decisões com responsabilidade, sem achismos, nem com empolgação do momento. Não adianta tentar tirar o problema do frigorífico e levá-lo para o campo”, disse.

Os deputados Moacir Sopelsa (MDB), Ismael dos Santos (PSD), Ada de Luca (MDB), José Milton Scheffer (PP), Dr. Vicente Caropreso (PSDB) e Coronel Mocellin (PSL) também participaram da reunião.

Marcelo Espinoza
Agência AL

Saiba Mais

Voltar