Comissão de Saúde debate situação epidemiológica da dengue no estado
O estado de Santa Catarina já registrou, desde o início do ano, 207 casos de dengue, dos quais 16 foram contraídos dentro do território catarinense (transmissão autóctone), 13 em Chapecó e três em Itapema. A situação motivou a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa a realizar reunião sobre a situação epidemiológica da dengue em Santa Catarina e as ações de prevenção e combate. A atividade ocorreu na manhã de hoje (8), no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright.
O presidente da comissão, deputado Volnei Morastoni (PT), questionou representantes da Secretaria de Estado da Saúde sobre quais medidas preventivas estão sendo planejadas para o próximo verão. A gerente de Zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Suzana Zeccer, relatou as ações de treinamento, combate, notificação e divulgação que o órgão realiza sistematicamente em parceria com municípios.
O município de Chapecó apresentou a situação mais grave este ano. Dos 1.875 focos registrados, quase metade foi notificada na cidade, que teve 13 casos de transmissão autóctone confirmados. O avanço da dengue na região Oeste tem influência dos estados e países vizinhos, conforme Suzana.
Questionada pela deputada Luciane Carminatti (PT), a secretária de Saúde de Chapecó, Cleidenara Weirich, afirmou que o município realiza ações intensas de combate, prevenção e divulgação. “A dengue é um problema da sociedade. A conscientização é indispensável porque o ciclo de transmissão só pode ser quebrado com a eliminação da água parada.”
Agravantes
O presidente do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (Cosemes) e secretário de Saúde de São José, Luiz Antônio Silva, acredita que os números reais sejam muito superiores aos casos oficialmente registrados. Ele avalia que não se trata de uma situação desesperadora. “Temos ferramentas para conter a transmissão em grande escala por um certo tempo, mas precisamos admitir que a dengue chegou em Santa Catarina e precisamos conviver com isso.”
Conforme Silva, a tendência é de que o estado viva uma situação de epidemia de dengue no próximo verão. “Precisaremos ter capacidade de gestão para organizar a assistência. É necessário rever estratégias e retomar situações de alerta”, defendeu. Além da vigilância, ele se preocupa com a assistência de saúde e com o financiamento das ações. Se houvesse transmissão intensa, o caos seria generalizado porque a organização do sistema de saúde dificulta a confirmação dos casos e a retaguarda hospitalar é deficitária, argumentou o presidente do Cosemes.
Números
O deputado Sargento Amauri Soares (PDT) enfatizou a necessidade de intensificar campanhas educativas e sugeriu que o Poder Legislativo se envolva, juntamente com os outros poderes, na divulgação e conscientização da sociedade. O aumento da incidência de dengue no Brasil subiu quase 300% de janeiro a março, em comparação com 2012. Um novo tipo do mosquito, o DENV4, tem mostrado grande capacidade de adaptação em qualquer ambiente geográfico, na região dos trópicos especialmente. Isso dificulta o controle e representa alto custo social para o país.
Os estados brasileiros com maior incidência de dengue são Mato Grosso do Sul, Goiás e Espírito Santo. Em Santa Catarina, os cinco municípios com maior número de focos são Chapecó, São Miguel do Oeste, Joinville, Xaxim e Blumenau. Os casos confirmados em 2013 chegam a 207, contra 67 registrados em 2012 e 94 notificados em 2011.
Agência AL