Comissão da Verdade ouvirá ex-presos políticos em Criciúma no dia 5

Derlei de Luca e Anselmo Machado, da Comissão Estadual da Verdade. FOTO: Lucas Gabriel Diniz/Agência AL

A Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright realizará na próxima segunda-feira (5), no plenarinho da Câmara de Vereadores de Criciúma, audiência pública para ouvir ex-presos políticos, entre eles Osmar Nunes, ex-prefeito de Araranguá, do PTB, preso em 1964; Ciro Manoel Pacheco, do PCB, preso em 1975 na chamada Operação Barriga Verde; e a deputada Ada Lili Faraco de Luca (PMDB), que contará a experiência que viveu durante a prisão do pai, o ex-deputado petebista Addo Vânio Faraco de Luca.

De acordo com Derlei Catarina de Luca, integrante da Comissão Estadual da Verdade, a região carbonífera possui quatro casos graves de mortos e desaparecidos políticos: Arno Preis, advogado, assassinado em Paraíso do Norte, Tocantins, era membro do Movimento de Libertação Popular (Molipo) e foi assassinado em uma terça-feira de Carnaval; Divo Fernandes de Oliveira, marinheiro, participou da Revolta dos Marinheiros de 1963 e desapareceu em 1964 no presídio Lemos de Brito, no Rio de Janeiro; João Batista Rita, estudante de engenharia, preso na Argentina no bojo da operação Condor, trazido para o Brasil e, segundo afirmou à Comissão Nacional da Verdade Cláudio Guerra, agente da repressão encarregado de desovar corpos, foi assassinado e o corpo queimado em um forno de usina de açúcar; e por último Rui Osvaldo Pfutzenreuter, jornalista de Orleans, também assassinado.

Derlei também destacou que três ex-presidentes do Sindicato dos Mineiros de Criciúma foram presos: Antonio José Parente, preso em 1964; Jorge João Feliciano preso em 1969 e novamente em 1975; e Lourival Espíndola, preso em 1975, assim como o operário Raimundo Verdieri, preso em 1964.

Novos membros
O presidente da Comissão Estadual da Verdade, Anselmo da Silva Livramento Machado (OAB/SC), empossou na tarde desta segunda três novos membros: Rosângela de Souza, do Coletivo Memória, Verdade e Justiça; Marcos Antonio Luiz da Silva, da OAB/SC; e Elenise Magnus Hendler, da Procuradoria-Geral do Estado.