Comissão da Casan recebe fiscais da obra do reservatório do Monte Cristo
FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL
A comissão mista da Assembleia Legislativa que trata do rompimento do reservatório da Casan situado no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, recebeu na tarde desta terça-feira (14) os servidores da companhia responsáveis pela fiscalização da obra que colapsou em setembro passado. Eles responderam a questionamentos do relator da comissão, deputado Mário Motta (PSD), e do vice-presidente do colegiado, deputado Marquito (Psol).
Participaram os engenheiros Adalberto Cunha Junior, Marcelo Vasconcelos Araújo e Maurício Silva Andrade. Eles foram questionados principalmente sobre falhas nos diários de obra do reservatório, que foi construído pela empreiteira Gomes e Gomes, com falta de informações sobre alterações no projeto executivo.
Cunha Junior, que coordenava a equipe de fiscalização, admitiu que podem ter ocorridos falhas nos diários. "Foram muitos diários de obras, provavelmente foi uma falha de arquivamento", disse. "Foram dúvidas por telefone, e-mail, de forma presencial. Deveria ter sido um pouco mais cuidadoso esse processo", admitiu.
Mesmo assim, ele garantiu que o padrão de fiscalização na construção do reservatório que rompeu foi o mesmo adotado em outras obras da Casan.
"O nosso padrão de fiscalização é o mesmo, são normas que a gente segue a risca. Independente do registro, afirmamos catergoriamente que o acompanhamento era o mesmo", disse. "São mais de 150 obras, até hoje 100% de sucesso. Ninguém quer que rompa um reservatório, mas o nosso padrão de sucesso foi o mesmo colocado nesse projeto."
O engenheiro afirmou que cada fiscal fica responsável por mais de um contrato e que por isso a fiscalização é feita de forma amostral, sem que haja uma presença constante no canteiro de obras. "Cada fiscal acompanha mais que um contrato e isso leva uma limitação, já que não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo", disse.
Questionado pelo deputado Mário Motta (PSD) sobre possíveis divergências entre itens do projeto e o que foi executado pela construtora, como a execução de estribos, por exemplo, Cunha Junior declarou que, "dentro da nossa amostragem de fiscalização, não foi identificada essa diferença". Além disso, a ida do responsável pela elaboração do projeto, o engenheiro Paulo Henrique Wagner, à obra, já durante a execução, "deu a entender que tudo estava correto" com relação à construção.
Dúvidas
Cunha Junior afirmou à comissão que o projeto elaborado pela TopoSolo para a construção do reservatório suscitou muitas dúvidas durante a execução. "Tivemos vários questionamentos buscando entender o projeto da TopoSolo", disse o engenheiro, que em determinado momento de sua manifestação classificou o projeto como "ruim".
"Havia dificuldade de entendimento e até, muitas vezes, na hora de execução, era complicado", disse.
A respeito do serviço executado pela Gomes e Gomes, Cunha Junior, respondendo questionamento do deputado Marquito, disse que a empresa, se comparada com outras que executam obras com a Casan, pode ser considerada de "qualidade inferior".
Agência AL