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Sustentar discute matrizes energéticas sustentáveis e o consumo responsável
A previsão da Organização das Nações Unidas para 2050 é que a população do planeta aumente 40% e que o consumo de alimentos cresça 75%. O dado trazido pelo secretário da Agricultura e Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, na abertura da 5ª edição do Fórum Sustentar na Assembleia Legislativa, dá a dimensão e a importância do debate sobre as matrizes energéticas e a produção de alimentos. O evento, aberto na manhã desta quinta-feira (22) no Auditório Deputada Antonieta de Barros, tem como temas as energias sustentáveis e o consumo responsável. Também ocorre paralelamente ao fórum o 1º Seminário Estadual sobre Agricultura Rural e Urbana. Ao todo, serão 23 palestras durante os dois dias do evento.
A abertura foi prestigiada por representantes do governo federal e estadual, do Poder Legislativo, das organizações de agricultores e instituições de ensino do estado. O presidente em exercício da Assembleia Legislativa, deputado Joares Ponticelli (PP), exaltou a presença de grande número de jovens na platéia: "O que renova nossa esperança é perceber um auditório cheio de estudantes". Para ele, este encontro é um espaço fértil para a troca de experiências: "As energias renováveis precisam de mais espaço não só nos debates, mas principalmente nos modelos de produção energética sustentáveis". Ponticelli defendeu o equilíbrio na diversificação das matrizes de energia para alavancar o crescimento do País.
O deputado Dirceu Dresch (PT), presidente da Comissão de Economia, Ciência e Tecnologia, Minas e Energia, proponente do evento, destacou as características geográficas e econômicas do estado ao afirmar que Santa Catarina deve se colocar como propulsora do modelo sustentável de produção. "Precisamos ousar mais e envolver o conjunto da sociedade nesse debate. Com o potencial e a sensibilidade que temos, devemos utilizar as discussões que irão surgir para elaborar uma legislação mais moderna sobre o tema", sugeriu o deputado.
O deputado Neodi Saretta (PT) lembrou que este é Ano Internacional da Agricultura Familiar definido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). "Santa Catarina tem a força da agricultura e a força da agricultura familiar predominantemente e junto com a agricultura urbana, podem apontar novos direcionamentos para a economia do estado", afirmou o deputado.
Maria Emília Lisboa Pacheco, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, pontuou que cada vez mais comer é um ato político. "Temos que nos questionar sobre que alimentos estamos ou não estamos comendo". Maria Emília defendeu a re-localização regionalizada dos sistemas agroalimentares: "Devemos valorizar um sistema que conserve as diversidades ético-culturais locais na produção de alimentos".
O conceito de sustentabilidade também foi discutido pelo vice-reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Antônio Inácio Andrioli. "Temos que entendê-lo para além de nós mesmos, para além do nosso tempo. Temos que passar do conceito de crescimento para o da suficiência", refletiu Andriolli.
Debates
No período da manhã, os painéis de debate discutiram a alimentação e o consumo sustentável e o panorama da agricultura urbana no mundo, no Brasil e em Santa Catarina. Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, que palestrou sobre as políticas energéticas do governo, caracterizou o Brasil como um laboratório para fontes renováveis. "A matriz energética do país tem 40,5% da sua geração a partir de fontes renováveis. Isso representa 3 vezes mais do que é a média mundial", exemplificou.
Durante esta tarde, os debates do fórum continuam enfocando a questão das possibilidades energéticas, e no seminário, as possibilidades da agricultura urbana. À noite ocorre a Disco Xepa, evento gastronômico de conscientização sobre o desperdício de alimentos com a apresentação das bandas Papadu e Aquidasplanta.
Agência AL
