Cigarrinha do milho, seca e postagem repercutem na sessão desta quarta
A cigarrinha do milho, que voltou a devastar lavouras, a seca no Oeste e a postagem de foto de deputado da Casa com o agressor de Maria da Penha repercutiram na sessão de quarta-feira (1º) da Assembleia Legislativa.
“Iniciou a safra de 2021/2022 com o plantio principalmente do milho nas regiões menos frias. Começaram a plantar e vem mais uma vez o inseto da cigarrinha destruindo as lavouras”, relatou Moacir Sopelsa (MDB), que recomendou aos agricultores atingidos assistirem um vídeo produzido pela Epagri para minimizar os prejuízos.
Entretanto, o tratamento exige pulverização a cada quatro dias, encarecendo ainda mais os custos de produção. Além disso, a região Oeste enfrenta a segunda estiagem em 2021, aumentando as incertezas com a safra 2021/2022.
“A falta de chuva e com as informações de que será um ano com pouca chuva, nosso agricultor faz investimentos e não sabe se vai colher, seja por causa do clima ou por causa dos insetos que podem dizimar a lavoura”, ponderou Sopelsa, alertando que o cenário se repete no Rio Grande do Sul. “Os mesmos problemas, cigarrinha e chuva”.
Já as deputadas Paulina (sem partido) e Luciane Carminatti (PT) e o deputado Padre Pedro Baldissera (PT), sem citar o autor, criticaram postagem de parlamentar barriga verde de foto ao lado do agressor de Maria da Penha, inspiradora da lei homônima de combate à violência contra a mulher.
“É a naturalização da violência, de que existiriam razões que justificassem a violência extrema contra a mulher”, avaliou Paulinha, que reconheceu a existência de preconceito e do machismo no Legislativo. “É o processo histórico, endêmico e social que não foi superado, mas esta Casa é a casa dos catarinenses. Importante que os 40 não olvidem suas responsabilidades”.
“Quando se imagina que chegamos no fundo do poço, não chegamos. Imagine que estamos comemorando 15 anos da lei Maria da Penha, que está em uma cadeira de rodas porque levou um tiro nas costas. Indignação total com a referida postagem. Andamos para frente, por isso lançamos o site do Observatório da Violência Contra a Mulher. Enquanto uns divulgam a Alesc do ponto negativo, nós divulgamos do ponto positivo”, observou Carminatti.
“Alguns não somente lavam as mãos, mas sujam suas mãos fazendo gestos, simulando armas, não lutam para alimentar o povo de uma cultura de paz, mas pela cultura da guerra e do ódio; defendem agressores de mulheres e zombam de iniciativas para minimizar o quadro”, deplorou Padre Pedro, que classificou de covardia “não só bater, mas defender os agressores”.
Emendas x distribuição de policiais
Sargento Lima (PL) pediu o apoio dos colegas para condicionar a apresentação de emendas impositivas na área da segurança pública à apresentação, pelo Executivo, das planilhas de distribuição de novos policiais para os municípios beneficiados pelas emendas.
“Não coloco mais um centavo em segurança, a não ser que tenha compromisso escrito do estado que não haja uma distribuição política do efetivo”, avisou Lima, que denunciou o caso de três municípios do Norte do estado que são atendidos por apenas uma viatura pela falta de efetivo.
Retorno dos eventos
Paulinha informou que pediu ao secretário de Estado da Saúde, André Mota Ribeiro, que defina uma data para o retorno dos eventos.
“Pedimos ao secretário André para estudar em definitivo uma data para a retomada do setor de eventos. Vários estados já estão prevendo esta data, que é o que o setor está pedindo”, informou Paulinha.
Bolsas para o ensino médio
Carminatti divulgou projeto de lei de sua autoria para contemplar estudantes do ensino médio com bolsas de estudos, haja vista o alto índice de evasão escolar no ensino médio, estimado em 4,1%.
Segundo a parlamentar, a bolsa seria de meio salário mínimo e o beneficiário teria de desenvolver projeto em uma de 11 áreas, como esportes, comunicação, direitos humanos, violência contra a mulher, leitura, escrita, entre outras.
“Para famílias inscritas em programas sociais e no cadastro único de assistência social”, justificou Carminatti, que registrou a boa acolhida da ideia no governo estadual.
Prevenindo atentados
Maurício Eskudlark (PL) repercutiu ação policial que apreendeu menor que, segundo a investigação, planejava atentado à escola.
“Tivemos a prisão de mais um jovem no Oeste, em Riqueza, que, pelos indícios encontrados, pensava em praticar mais um atentado contra uma escola. E o que temos feito? Tenho dito que temos trabalhado bastante, a questão não é de criar legislação, a questão é realmente o que está sendo feito pela inteligência no monitoramento de redes, de denúncias, para evitar que venhamos a ter outro fato como o ocorrido em Saudades”, explicou Eskudlark.
Setembro amarelo
Eskudlark destacou o início do chamado Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção ao suicídio.
“O suicídio faz de vítimas quase 15% do total de vítimas que temos em homicídios. São 60 mil homicídios e 12 mil suicídios, um número alarmante de suicídios”, lamentou o deputado, ressaltando em seguida o papel da depressão na decisão de tirar a própria vida.
Revisão do Código Ambiental
Sopelsa noticiou o início das reuniões do grupo de parlamentares que debaterá a revisão do Código Ambiental Catarinense e destacou a presença de entidades ligadas à indústria, ao comércio e à agricultura na abertura das atividades.
Agência AL