CIEE-SC convida empresas a abrirem as portas a jovens e adolescentes
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL
A importância de as empresas catarinenses abrirem oportunidade para jovens e adolescentes foi um dos destaques na sessão da Alesc. O alerta foi feito durante a apresentação do relatório de sustentabilidade do Centro de Integração Empresa-Escola de Santa Catarina (CIEE-SC) na manhã desta quinta-feira (20).
O presidente do Conselho de Administração da entidade, Luiz Carlos Floriani, comemorou que, em 2021, 20.500 jovens e adolescentes foram atendidos. Porém, relatou, outros 60 mil foram cadastrados e ainda aguardam uma oportunidade. “Ainda temos muito a fazer, pois há mais 300 mil que estão nas faculdades e cursos técnicos. As pessoas talvez ainda não tenham se dado conta. Quanto mais nós demoramos pra criar oportunidades para os nossos jovens, mais oportunidades damos para que eles acabem desviados daquilo que a gente considera normal”, comentou.
Segundo Floriani, o CIEE é uma das maiores organizações sociais do Estado. “O Conselho de Administração é formado por 36 lideranças empresariais e de educação, todas elas preocupadas com o futuro”, citou. Na opinião dele, isso significa estar preocupado com os jovens e adolescentes. “Nunca foi tão relevante na história do País ter esta preocupação. O desfio do CIEE hoje é muito maior, pois principalmente nas famílias mais vulneráveis, a necessidade de oportunizarmos integração ao mercado de trabalho dos jovens é essencialmente importante. Pois temos um concorrente que desvia nossos jovens. E a oferta desta concorrência é muito maior do que a que podemos oferecer”, explicou.
Floriani agradece ao espaço cedido pelo Parlamento para que o CIEE pudesse prestar contas para a sociedade catarinense. “Nossa missão é, e será sempre, o cuidado e a atenção para com os adolescentes e jovens, preparando-os e integrando-os ao mercado de trabalho”, afirmou.
De acordo com ele, o espaço oferecido pela Alesc é muito importante também para que se possa chamar a atenção dos empresários de Santa Catarina sobre a função social no setor de atuação do CIEE. “É fundamental, especialmente no momento em que se fala tanto em apagão de mão de obra, que as empresas enxerguem que, em nossas periferias, existem muitos adolescentes e jovens precisando de uma primeira oportunidade. É necessário que se compreenda que não se trata de uma despesa. É um investimento em qualificação de mão de obra dentro dos próprios valores da sua empresa, mas acima de tudo oportunizar para as famílias menos favorecidas e até algumas em situação de vulnerabilidade uma mudança de vida”, citou.
Oportunidades
Junto com Floriani, participaram da sessão alguns jovens que são acompanhados pelo CIEE. Caroline Ferreira dos Santos, 19 anos, relatou que, por meio da entidade, hoje trabalha em um laboratório de análises clínicas. “Foi uma chance de várias oportunidades, para a vida pessoal e profissional. Quero estudar psicologia e o CIEE está trazendo vários ensinamentos”, contou.
Vitória Elise Fernandes de Oliveira, 16 anos, que trabalha em uma escola na região continental de Florianópolis, garantiu que está sendo uma ótima experiência. “Faço também um apelo pela educação. Tenho certeza de que se a ex-deputada Antonieta de Barros estivesse na Alesc hoje estaria defendendo a educação para pessoas surdas, algo que é extremamente importante para que eles possam se comunicar não só entre eles, mas com toda a sociedade”, comentou.
O deputado Maurício Eskudlark (PL), primeiro vice-presidente da Alesc, disse que é testemunha da importância do que o CIEE e as empresas fazem. O parlamentar lembrou das oportunidades que teve ainda na adolescência, quando foi procurar uma colocação, passando a trabalhar com carteira assinada a partir dos 14 anos de idade.
Sobre o CIEE-SC
A entidade iniciou suas atividades em Santa Catarina em 1984, tornando-se um CIEE autônomo a partir de 2001. Em mais de três décadas de atuação no estado, foi construída uma parceria constante entre empresas, escolas e a sociedade.
Entidade beneficente de assistência social, sem fins lucrativos e de utilidade pública, o CIEE abre as portas do mundo do trabalho por meio de diversos programas, dentre eles os programas de Aprendizagem e Estágios, além dos programas CIEE Aprendiz, CIEE Estágios, Programa de Iniciação ao Trabalho - PIT, Oficina Socioeducativa e Programa de Assessoramento. Por meio das 19 unidades espalhadas em Santa Cataria, no ano passado, o centro atendeu 9880 jovens aprendizes, 25.080 estagiários, 3.385 no PIT e 706 em Oficinas Socioeducativas.