Cidasc completa 30 anos e recebe homenagem do Legislativo

Antecipando os 30 anos de fundação da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), fundada no dia 27 de novembro, a Assembleia Legislativa, por proposição do 1º vice-presidente, deputado Gelson Merísio (DEM), homenageou a empresa que remete à excelência em sanidade animal e vegetal que Santa Catarina possui. A sessão especial ocorreu na noite de ontem (23), no Plenário Osni Régis, reunindo autoridades como o governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira (PMDB). O governador relembrou que na mesma data, há um ano, o Estado passava pela mais terrível tragédia climática de sua história, que tirou a vida de 135 catarinenses. Em memória destas pessoas, Luiz Henrique pediu um minuto de silêncio. Para ele, relembrar a tragédia é uma maneira de exaltar o espírito solidário e heroico dos servidores da Cidasc, que estenderam suas atividades e deixaram o conforto de suas casas para atender às vítimas. Luiz Henrique também lembrou a rápida providência da Assembleia Legislativa que aprovou projeto do Executivo, em um dia, permitindo que fossem indenizados todos os que tiveram abatidos animais em função das chuvas e desabamentos. “Fato que só foi possível também pela ação dos funcionários no preenchimento rápido dos boletins necessários”, comentou. Para ele, a Cidasc age como importante parceira em programas de governo, no sentido de evitar o que se chama de litoralização. O governador citou programas como a pavimentação das vias de acesso do interior, levando imensas possibilidades às regiões produtoras, bem como as ações que levam luz elétrica às áreas rurais e do interior e a extensão das redes de abastecimento de água, com auxílio da Cidasc na escavação de poços em pequenas propriedades e de aproveitamento das águas das chuvas. Em seu discurso o governador citou diversas outras ações que contaram com “inestimável apoio da companhia” e finalizou comentando que “hoje se pode afirmar que temos um mecanismo muito eficiente de controle da sanidade animal, com a presença em novas culturas como a ovinocultura de leite. “Por trás de todas estas atividades está a Cidasc”, declarou. Falando em nome da Assembleia Legislativa, o deputado Moacir Sopelsa (PMDB) destacou a Cidasc como “uma grande parceira do setor produtivo rural” e recordou que no início era chamada Campanha contra a Febre Aftosa em Santa Catarina (Cafasc). “Os anos foram passando e o crescimento se mostrou graças ao trabalho sério e técnico dos profissionais da empresa. Naquela época, nossos técnicos viajavam de jipe e para irmos até o Extremo Oeste levávamos três ou quatro dias. Talvez não tenhamos alcançado aquilo que vocês merecem, mas pudemos avançar e o trabalho que vocês fazem tem mérito e reconhecimento.” Sopelsa acrescentou que a atividade exercida pela Cidasc permite impulsionar o desenvolvimento econômico por ampliar as possibilidades de exportação de carnes, por exemplo, dado o trabalho de fiscalização realizado a cada dia. Marcia Regina Barbieri, funcionária da Cidasc, falou em nome de todos os colegas e agradeceu a homenagem feita pelos ex-presidentes aos servidores da companhia. “Difícil falar da empresa sem me emocionar, pois a história de muitos se confunde com a da Cidasc. Aqui descobrimos o equilíbrio, a honradez e o profissionalismo em busca da qualidade do trabalho. Por isso, ao representar todos os colegas da empresa, me sinto extremamente honrada com esta justa homenagem e reconhecimento”, disse. Orgulho A data da fundação da empresa, bem como os diversos programas e ações executados nestes 30 anos, foram lembrados pelo ex-presidente Jarbas de Oliveira Freire. Assim como os demais, ele demonstrou orgulho pela por Santa Catarina ter o certificado de área livre de febre aftosa sem vacinação, considerada uma das maiores conquista da empresa. Em toda a América Latina, apenas o Chile e o Estado de Santa Catarina têm este certificado. “A Cidasc, ao longo de sua história, passou por várias transformações que contribuíram para torná-la numa empresa sólida e reconhecida”, finalizou. O secretário de Estado da Agricultura, Antônio Ceron, cumprimentou os mais de 1,2 mil cidasquianos, como são carinhosamente chamados os servidores da empresa, e fez um agradecimento público em relação à parceria com a atual administração, o que proporcionou a renovação do quadro de servidores através de concurso público em 2006. Segundo ele, foram mais de 20 anos sem novas contratações. “Se eu tivesse que usar apenas uma palavra para registrar o que penso da Cidasc, usaria a palavra superação. Mesmo com as dificuldades próprias do Estado, tem uma estrutura invejável e o compromisso da qualidade, como nos países europeus.” Para o presidente da Cidasc, Edson Henrique Veran, a criação da empresa, em 27 de novembro de 1979, pelo então governador Antônio Carlos Konder Reis, através da Lei nº 5.516, foi o início de uma história de destaque e sucesso na defesa sanitária animal e vegetal de Santa Catarina. Desde então, muitos programas foram implantados, sempre voltados a atender à sociedade catarinense, tanto no meio rural quanto urbano, fazendo um intercâmbio entre a produção, comercialização e o consumo, sem descuidar da preservação do meio ambiente. “Sempre que foi desafiada, a Cidasc, através de seus valorosos colaboradores, não mediu esforços para desempenhar suas metas com o máximo de eficiência.” Veran disse que, através da persistência, da atuação, de programas de educação sanitária e implantação de barreiras nas divisas do estado foi possível conquistar para o estado o certificado da Organização Mundial de Saúde (OMS) como zona livre de febre aftosa, primeiramente com vacinação e depois sem vacinação. O presidente também fez referência à atuação dos servidores da Cidasc na tragédia que ocorreu em novembro passado com as cheias e deslizamentos de terra. “No dia seguinte ao ocorrido, todas as nossas equipes estavam em vários locais atingidos, com escavadeiras hidráulicas, tratores de esteira e os valorosos colegas atuando na abertura de estradas, contenção de encostas. Ainda hoje estão realizando trabalhos de recuperação.” Homenagens Tanto o Parlamento, através de seus deputados, quanto a Cidasc, por meio de seu presidente e ex-presidentes, fizeram homenagens a pessoas que foram importantes na história da companhia. Gelson Merísio, que presidiu a sessão especial, entregou uma placa comemorativa à Cidasc. Outras personalidades também foram homenageadas pelo seu empenho e trabalho nestes 30 anos. O primeiro a receber a honraria foi o governador Luiz Henrique da Silveira, seguido do secretário Antônio Ceron e do presidente da empresa, Edson Henrique Veran. O Poder Legislativo também homenageou outros colaboradores da Cidasc: • Lucia de Lurdes Cimolin da Silva – vice-presidente da Cidasc • Wilmar Mário Sachet- diretor de planejamento • José Joni Waltrick- diretor técnico • João Luiz Zanatta- diretor de comercialização e negócios • Eleonora Schimitt Machado- presidente da Associação dos Servidores Receberam homenagem da Cidasc seus ex-presidentes: • Nelton Rogério de Souza (gestão de 28/11/79 a 14/07/82 e 26/11/82 a 14/03/83) • Roberto Alois Zaguini (gestão de 14/07/82 a 26/11/82) • Olices Osmar Santini (gestão 14/03/83 a 17/03/87 e 17/03/91 a 31/03/94) • Ademar Paulo Santini (gestão 17/03/87 a 24/06/88) • Glauco Olinger (gestão 24/06/88 a 11/04/87) • Alceu Gaio (gestão 11/04/89 a 30/01/90) • Arnaldo Lopes Thiago (gestão 30/01/90 a 18/03/91) • Jarbas Freire de Oliveira (gestão 31/03/94 a 04/01/95) • Raul Furlan (gestão 04/01/95 a 31/03/98) • Antônio Reinaldo Torezan (gestão 31/03/99 a 06/01/03) • Fernando César Granemann Driessen (gestão de 04/01/03 a 06 /03/03) • Wilmar Carelli (gestão 06/01/03 a 31/03/06) • Gecio Humberto Meller (gestão 31/03/06 a 12/06/06 e 30/05/07 a 28/06/07) • Hamilton Ricardo Farias (gestão 12/06/06 a 31/05/07 • Ubiratan Simões Rezende (gestão de 28/06/07 a 03/08/07) Histórico da Cidasc • 1979 - Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), empresa de Economia Mista criada pela Lei nº. 5.516/79, teve sua fundação no dia 27 de novembro; • 1981 – É construída a Central de Hortigranjeiros de Joinville e a Horticentral de Blumenau, para a comercialização de hortigranjeiros no atacado a um volume de 2.200 toneladas/mês e de 3.500 toneladas/mês, respectivamente; • 1982 – Inaugurada a sede da Cidasc no bairro Itacorubi, na Capital; • 1983 – Diversas ações e programas são implantados neste ano, como o estímulo ao reflorestamento e à formação de pastagens de melhor qualidade, por intermédio da produção e fornecimento de mudas de essências florestais e espécies forrageiras; a implantação do Programa de Hortigranjeiros, objetivando fornecer, a custos subsidiados, gêneros alimentícios de primeira necessidade às famílias comprovadamente carentes; a implantação do Programa Olha o Peixe, tendo como alvo famílias carentes, que uma vez por semana tinham acesso a produtos básicos: sardinha, feijão, arroz, fubá, farinha de mandioca e hortingranjeios da época; para regular os mercados e diminuir a especulação com alimentos a Cidasc complementa as ações com Açougues Reguladores, Caminhão da Carne e Sacolões. A grande aceitação deste último programa pela população fez com que esta ideia perdurasse até hoje, encampada pelo setor privado, operando em várias cidades catarinenses; • 1984 - São remanejados para a Cidasc alguns servidores da extinta Erusc; 1986 - São remanejados para a Cidasc servidores da extinta Refloresc. É implantado o Programa Troca-Troca no Estado, objetivando criar mecanismos para escoar a produção excedente de produtos agrícolas, visando proporcionar melhor remuneração aos produtores e preços acessíveis aos consumidores, bem como suprir o pequeno produtor rural com insumos básicos, quando de sua falta no mercado ou quando os preços do mercado se apresentavam demasiadamente altos; • 1988 - Incorporação da Companhia Catarinense de Armazenamento (Cocar); 1991 - Início do Programa de Vacinação contra Febre Aftosa em todo o território catarinense; • 1992 - A Cidasc recebe todos os servidores e maquinários da Secretaria de Estado do Oeste; • 1993 – Implantação do Programa Troca-Troca de Novilhas. Foram importados um total de 1.430 novilhas prenhas, das raças Holandesa e Jersey, objetivando melhorar o padrão genético do rebanho bovino nas bacias leiteiras do estado; implantou-se o Projeto para o Incentivo à Produção de Matrizes Leiteiras. Foram importadas da Alemanha matrizes leiteiras das raças: Holandesa (246), Simental (61) e Pardo Suíço (157). Com esses programas foram distribuídos, entre 1993/1994, um total de 436 mil litros de leite pasteurizado tipo C para 47 creches de 19 cidades de Santa Catarina; • 1997 - A Cidasc instala barreiras sanitárias nos limites com o Paraná, marco inicial para a obtenção do status de Estado Livre de Febre Aftosa; • 1998 - A Cidasc recebe o Certificado de Área Livre de Febre Aftosa com vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE); • 2000 – Recebe o Certificado de Área Livre de Febre Aftosa sem vacinação da OIE; • 2003 - Numa ação inovadora, a Cidasc coordena o Levantamento Agropecuário de Santa Catarina (LAC), em parceria com a Epagri e o Icepa. Santa Catarina foi o primeiro estado do Brasil a efetuar a coleta eletrônica de dados em 187.061 estabelecimentos agropecuários, situados nos 293 municípios catarinenses; • 2005 - A Cidasc é transformada em empresa pública pelo governador Luiz Henrique da Silveira, no dia 28 de fevereiro de 2005; • 2007 - Lançamento do Pró-Cidasc - Programa de Reestruturação Organizacional da Cidasc, com o objetivo de implantar um novo modelo de gestão, consolidando o gerenciamento de projetos como ferramenta organizadora para estruturar a Cidasc como uma empresa inovadora, profissionalizada e melhor preparada para fazer frente aos novos tempos e desafios; • 2008 - A Cidasc implanta o Projeto de Identificação de Bovinos e Bubalinos. Foram identificados 4.034.800 animais, individualmente. O sistema de identificação e monitoramento permite ao serviço de saúde animal e à sociedade catarinense um maior controle da produção de bovinos e bubalinos. • 2009 - A Cidasc recebe o Prêmio Revista Globo Rural como uma das 10 melhores empresas agropecuárias do Brasil. (Scheila Dziedzic/Divulgação Alesc)