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22/06/2012 - 17h59min

Cidade turística aposta na acessibilidade

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Mobilidade Urbana - Balneário Camburiú
Ao contrário da maioria dos municípios catarinenses, cujo debate sobre mobilidade urbana orbita o automóvel e o transporte de massa, Balneário Camboriú aposta na acessibilidade, humanizando o trânsito, privilegiando o pedestre, deficientes físicos e ciclistas. A opção pela acessibilidade deriva do espaço reduzido e do alto adensamento, pois o município tem 47 km2 de área e 108 mil habitantes, mas atinge mais de 1 milhão no verão. Não por acaso o IBGE constatou que a cidade tem a melhor qualidade urbana do país. A Agência AL visitou Balneário Camboriú e conversou com gestores e usuários. Segundo o arquiteto Helvys Zermiani, que integra a equipe de servidores municipais que planejou as obras viárias, o objetivo é fazer com que o pedestre transite sempre no mesmo nível. “Temos uma equipe com um engenheiro fotografando as calçadas. A ideia é padronizá-las, usando piso podo-tátil”, explicou. Além disso, as faixas de pedestres estão sendo erguidas ao nível da calçada, invertendo o comportamento habitual do trânsito. O carro sobe e desce a cada faixa, enquanto o pedestre caminha no mesmo nível. O município também implanta ciclovias nas avenidas que cortam a cidade. E nas esquinas mais movimentadas dessas vias públicas a faixa de pedestres e a ciclovia foram recuadas, formando uma curva que proporciona segurança e mobilidade à bicicleta e ao automóvel, uma vez que este tem espaço entre a ciclovia e a avenida para aguardar o aceso à via principal sem interromper o fluxo de ciclistas e pedestres. Atualmente a cidade possui 18 km de ciclovias e o objetivo é atingir 60 km. “Precisam cortar a cidade de norte a sul e de leste a oeste, ligando com Camboriú”, declarou Zermiani. Para o presidente do Sindicato de Condutores do município, Ismael Rosa, no princípio as mudanças geraram desconfiança. “Achávamos que não ia funcionar. Mas está dando certo”. De acordo com Ismael, o alargamento das avenidas, a criação de vagas de estacionamento e de ciclovias melhorou o fluxo de automóveis. “As bicicletas estão saindo das ruas e até as corridas ficaram mais rápidas”, justificou. A cidade tem 72 táxis. Também para os mototaxistas o “fluxo melhorou um pouco”, conforme informou Alcenir Riediger, presidente da Associação de Mototáxi do município. Ao todo, a cidade possui nove pontos com cerca de 16 motos cada. Riediger, entretanto, sugeriu o alargamento dos túneis de Monte Alegre e das avenidas do Estado, 3ª e 4ª. “Tem de abrir os túneis”, reivindicou. De acordo com o arquiteto Zermiani, a prefeitura está concluindo negociações com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e com a empresa Auto Pista Litoral Sul, que detém a concessão da BR-101, sob a qual estão localizados os túneis, para executar as obras. Para os ciclistas as mudanças foram bem vindas. Henrique Wendhausen, vice-presidente da Associação de Ciclistas de Balneário Camboriú e Camboriú (Acbcc), explicou que “o dia-a-dia melhorou muito”, apesar de que nem todas as ciclovias estão “dentro do padrão da ABNT”. Wendhausen afirmou que o equipamento trouxe “tranquilidade para o pedestre e segurança para a bicicleta e o automóvel”. O desafio agora, segundo o dirigente da Acbcc, é fazer com que o ciclista cumpra a lei. “Não adianta implantar ciclovias se o ciclista não respeita a legislação e continua a circular pela rua, muitas vezes na contramão”. Wendhausen informou que a Acbcc prepara uma campanha de orientação, para divulgar a legislação e as regras do uso da bicicleta em espaços urbanos. Para André Soares, integrante da Acbcc, as ciclovias já implantadas representam “um avanço, mas ainda estão desconectadas”. André defendeu a interligação dos equipamentos, campanhas educativas para orientar condutores, pedestres e ciclistas e fiscalização para punir aqueles que desrespeitam as regras de trânsito. A Acbcc estima que cerca de mil pessoas utilizem diariamente a bicicleta nos deslocamentos. Já o diretor administrativo da Associação de Apoio às Famílias de Deficientes Físicos (Afadefi), Valdecir Matias, que é cadeirante, informou que a entidade trabalha em parceria com a prefeitura. “Não se recupera uma rua sem rebaixar a guia (meio-fio)”, explicou. Segundo o dirigente, a Afadefi fiscaliza as obras para verificar se foram feitas de acordo com as normas da ABNT. A instituição também oferece assessoria técnica aos estabelecimentos comerciais que desejam se adaptar. “Balneário é uma cidade acessível. Mais de 70% das ruas têm meio fio rebaixado e é possível chegar de cadeira de rodas na maioria dos pontos turísticos.”, declarou. Matias informou que os deficientes reivindicam o nivelamento das calçadas. Os cadeirantes acessam facilmente as calçadas através das rampas, mas têm dificuldade com os obstáculos nas calçadas, como postes, árvores, floreiras, entradas de garagem, além de desníveis e buracos. Todavia, segundo Matias, comparadas com Balneário Camboriú, Florianópolis, Brusque, Joinville “são inacessíveis aos deficientes físicos”. O diretor da Afadefi disse que a comunidade abraçou a acessibilidade, com hotéis, restaurantes, cinemas, ginásios de esportes, bares, casas noturnas e até quiosques adaptados. “Balneário Camboriú é uma referência em acessibilidade. Vamos atrair o turista deficiente, por que aqui ele terá condições de se locomover com tranquilidade”, declarou. (Vitor Santos)
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